Malvino Salvador, Caio Castro, Ricardo Tozzi, Marcello Antony e outros galãs da novela 'Amor à Vida', que irá abordar o casamento homoafetivo, falam o que pensam sobre o tema. Confira!
Renan Botelho e Kellen Rodrigues Publicado em 22/05/2013, às 08h03 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
A discussão sobre os direitos dos homossexuais deve aumentar nos próximos meses enquanto Amor à Vida estiver no ar. A novela, que ocupa atualmente o horário nobre da Globo, terá um casal gay que decide ter um filho por meio de barriga de aluguel, além do vilão que irá se relacionar com amantes do mesmo sexo.
“Sempre escrevo voltado para realidade, até porque já fui repórter no passado. Estou mostrando as famílias do país, esse é meu objetivo”, diz o autor Walcyr Carrasco, que nega a intenção de fazer um trabalho social ou ativista ao abordar a homossexualidade de forma tão presente na sua novela, mas reconhece que este é um tema recorrente.
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No Brasil, o tema ganhou forças nos últimos meses principalmente por causa de duas pessoas com visões diferentes: o pastor e deputado Marco Feliciano, que mesmo com declarações supostamente homofóbicas assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos, e a cantora Daniela Mercury, que apresentou sua nova mulher e fez campanha em prol do casamento gay. Na última semana, o Conselho Nacional de Justiça aprovou resolução que obriga os cartórios a registrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
“É um assunto já tão batido, mas que ainda parece tão novo”, diz Marcello Antony, que estreia no capítulo 17 de Amor à Vida como o advogado Eron, casado com Niko, vivido por Thiago Fragoso. “Eu sou bem aquele lema francês: Liberté, égalité, fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade). Acho que as pessoas têm que ser felizes e ter aquele senso de liberdade. Se um homem quer ser feliz com outro homem, seja feliz assim. Eu tenho muitos amigos nesta situação”, completa.
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O ator Thiago Fragoso, que é casado com a atriz Mariana Vaz e pai de Benjamin, de três anos, também defende a união de pessoas do mesmo sexo e aconselha ignorar os protestos dos ‘anti-gays’. “Todo mundo tem direito de falar o que quiser, mas a liberdade de um termina quando começa a liberdade do outro. Nós já temos o reconhecimento da união estável homoafetiva e isso já leva para um desdobramento natural de legalizar o casamento”, fala. "Acho que todos nascem iguais e tem que ter os mesmos direitos. É isso que eu penso e torço para que o Brasil chegue no caminho que a França já seguiu [ o presidente francês, François Hollande, promulgou a lei sobre o casamento homossexual, tornando a França o 14º país no mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo], diversos outros países no mundo já seguiram e acho que está indo por aí mesmo. A gente tem o Supremo com a cabeça muito avançada e isso vai refletir na sociedade", completa.
Malvino Salvador, namorado de Sophie Charlotte e protagonista da novela, considera que impedir a união gay é uma bobagem. “Sou completamente a favor da união. Acho que todo mundo tem direito. Discutir isso é uma bobagem. A pessoa é ser humano e pronto. Não importa a opção sexual dela. Elas têm que ser felizes. E a lei tem que dar direitos a todos. Se a pessoa não faz mal a ninguém, ela tem o direito de ser feliz e viver a vida dela como ela quiser”, declara.
Júlio Rocha, que namora a advogada a Patrícia Gutkoski e na trama deve viver um dos amantes de Félix, o vilão gay interpretado por Mateus Solano, tem a mesma opinião dos colegas de elenco. “Sou a favor do amor. Não importa se o cara quer casar ou quer se juntar. Sou a favor que as pessoas possam se amar em paz”, diz.
Pierre Baitelli e Daniel Rocha, também de Amor à Vida, já interpretaram personagens gays em outros trabalhos. O primeiro foi um vilão homossexual, assim como Mateus, em Cinquentinha (2009), de Aguinaldo Silva. E o segundo ficou famoso por conta de Roni, que no final de Avenida Brasil (2012), de João Emanuel Carneiro, acabou em um relacionamento a três. “Sou a favor do amor, independente do sexo da pessoa”, diz Pierre. “Se eles vão se sentir mais felizes e mais unidos, não tem nem o que discutir”, completa Daniel.
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Caio Castro segue na mesma linha de pensamento dos outros atores. "Eu não tenho preconceito de cor, classe social ou sexo. Eu acredito no respeito para com o outro, acho que se eles estão felizes tudo é válido, eu respeito", diz. Enquanto Rodrigo Andrade acredita que o casamento gay não deve ser proibido por causa de 'cabeças pequenas'. "Sou a favor da felicidade, acho que as pessoas têm que ser felizes e essas burocracias que existem acho uma bobagem. A liberdade é a gente compreender os cordeis que nos manipulam e essas burocracias. Essas pessoas que são contra tem a cabeça muito pequena. Eu sou a favor do amor, sou a favor da felicidade, sou a favor da união estável", fala.
Já Ricardo Tozzi avalia essa dicussão como 'absurda' : "Sou 100% a favor, cada um ama quem quiser, livre escolha, não tem que julgar, não existe julgamento de valor do que é melhor ou pior. Cada um nasce de um jeito e cada um ama quem quiser. Não tem nenhuma questão, não tenho nenhuma dúvida, por isso acho que é tão absurda a discussão. Amor é a amor. Amor ao seu filho, à sua namorada, à sua mãe. Quando você constrói a vida em cima do amor é isso que vale, quando você acabar a sua vida o que vai valer é quanto você amou e aí vale tudo".