Na ilha, com apoio da família, atriz conta por que resolveu se separar após Isquemia
Mesmo casada com o massoterapeuta Widson Cordeiro (39) há três anos e oito meses, a atriz Solange Couto (52) descobriu que vivia só. "É o pior tipo de solidão, a de quem está acompanhado", disse ela, que há menos de duas semanas rompeu a relação. Ela estava cansada da indiferença do marido. "Ele podia ter sido mais companheiro. Mas descobri que não podia esperar muita coisa de quem nunca se apaixonou por mim", constatou Solange, na Ilha de CARAS, ao lado dos filhos Morena Mariah (17) e Márcio (34), guitarrista da banda Volt, e do sobrinho Wesley Marcos (17). A gota d'água para a separação ocorreu no fim de novembro, quando Solange sofreu uma isquemia cerebral temporária em Goiás, onde se apresentaria com a peça Cinco Mulheres Por Um Fio. Nem mesmo a doença mudou a forma fria e distante como Widson tratava a atriz.
- Quando começou a crise?
Solange - Em agosto. Ele queria morar no interior do Rio. Para mim, era complicado. Ele andava impaciente. Qualquer coisa que perguntava, dizia que o que eu resolvesse estava bom. Comecei a me sentir desacompanhada. Entramos em acordo, ele se mudou. Nos veríamos quando desse. Mas sentia falta. Fui internada, tive meu filho perto, a empresária e ele só se dignou a telefonar.
- Ele nem te visitou?
- Ele não teve o zelo de ficar perto. Me senti absolutamente só e me questionei: "por que estou casada se estou só?" Fiquei triste, cobrei. Widson disse que não precisava ir, que não podia fazer nada, não era médico. Sou romântica, acho que deveria ter um afago, ir lá segurar na mão, dizer que tudo daria certo. Se já estava sozinha, para que continuar casada? Em nove de janeiro, pedi ao Widson para vir ao Rio assinar a separação. Ninguém brigou ou chorou. Não compramos nada juntos. Então, seguimos os nossos rumos. Quero que ele seja feliz.
- Guarda mágoas?
- Sem mágoas, graças a Deus. O amor acabou. Ele sempre foi ausente, não fazia nada que fosse importante para mim. Nos conhecemos e eu me apaixonei. Me perguntaram se era para casar. Eu o questionei, ele disse sim. Widson não me pediu. Eu providenciei a festa, até as alianças. Casei com ele, mas ele nunca casou comigo.
- Por que manteve a relação?
- Realmente, só fui perceber isso agora. Era tão apaixonada, não enxergava que ele não tinha o mesmo sentimento.
- E hoje, você já está feliz?
- Estou tranquila. Curto meus filhos e planejo montar um espetáculo adulto e o infantil Os Meninos da Rua Verde, do Augusto Brilhante. Estou feliz, sim.
- Já procura um novo amor?
- Não. Agora, quero rever os amigos. Durante o casamento, larguei todo mundo, deixei de ir ao teatro, ao cinema, de receber as pessoas em casa... Quero resgatar isso. Ninguém sente falta do que não teve. Nesses quatro anos, vivi a pior solidão, que é estar sozinha acompanhada. Então, neste momento, não penso nisso.
- O que espera encontrar no próximo relacionamento?
- Não sou uma pessoa complicada, não sou de farra, não bebo, não fumo, tenho hábitos saudáveis. Mas gosto de brincar, de ser moleca, dar cambalhota, jogar peteca. Quero alguém para dividir comigo as coisas, desde escolher o filme que vamos ver até o que comprar no supermercado. Quero um companheiro em todos os sentidos, mas não me vejo casada novamente. Não vou ficar pura e casta, até porque meu corpo está vivo e ninguém é feliz sozinho. E se encontrar alguém, espero que Deus me dê a graça deste homem se apaixonar também por mim, que não seja como agora, quando só eu me apaixonei.
- O que espera de 2009?
- Hoje, tenho mais respeito pela vida e pela saúde que Deus me deu novamente. Já que estou tendo esta nova oportunidade, quero fazer tudo que não fiz antes. Por exemplo, tenho loucura para pular de asa delta. Quero, retornar ao trabalho, ajudar meu filho na carreira de músico e cantor e a Morena com a faculdade.
- E como está sua saúde?
- Ninguém tem o que tive e levanta depressa, sem sequela, como eu. O único problema é que, às vezes, tenho ausência da memória recente. Como já disse, sou um milagre de Deus.