A atriz Lucélia Santos (52) gosta de definir como "um casamento artístico" sua afinidade com o colega Maurício Machado (37), com quem divide o palco desde agosto de 2009 na peça As Traças da Paixão, no Teatro Poeira, Rio. "É raro ter um entrosamento como o nosso. Só tinha vivenciado essa alquimia com dois atores: o falecido Milton Moraes e Walmor Chagas. Eu e Maurício estamos na mesma vibração", ressalta Lucélia, na Ilha de CARAS. Há três anos longe dos palcos, ela diz que o convite para o espetáculo foi irrecusável. "O texto não é linear, não é uma história clássica. É interessante, corajoso e dá saltos, como nossa mente", analisa ela, até o fim do mês no circuito carioca. "Depois excursionamos até junho", explica.
- Lucélia, na peça você tem envolvimento com o personagem do Maurício. E na vida real, como está o seu coração?
- Estou solteira. Tive uma fase em que achava ótimo estar sozinha, mas agora, não. Só que é difícil negociar a minha liberdade e não quero um homem do lado para ficar me cobrando. Talvez encontre um mais evoluído.
- Você e Maurício já se conheciam?
Lucélia - Não. Fizemos Cidadão Brasileiro, em 2006, mas não contracenávamos. Nos conhecemos na leitura da peça, em maio de 2009. Às vezes você admira um ator, mas o processo criativo não bate. Com Maurício, tudo funciona.
Maurício - Sou ator há 22 anos e Lucélia é uma das pessoas mais cativantes, generosas e profissionais com quem já trabalhei. Ela não é preocupada com brilho próprio, com o ego.
- Lucélia, o que a fez voltar aos palcos?
- Esse roteiro é um verdadeiro exercício para o ator. Vamos da comédia ao drama, do naturalismo ao realismo. Quando recebo propostas, sempre considero duas questões: conhecer o ator e o diretor. Se tivermos boa alquimia será uma bênção. Caso contrário, não rola.
- Por isso está afastada das novelas desde 2007, após Donas de Casa Desesperadas?
- Não tenho um porquê. Sei que não é por falta de tempo. São forças ocultas (risos).
- Você é budista há 13 anos e diz que a filosofia de vida a ajuda a manter a mente no presente. É difícil na sua profissão?
- É difícil não se preocupar com o ontem nem com o amanhã, mas com o hoje. Tento aplicar isso para ser menos ansiosa, entender as coisas como são e me aceitar como eu sou. Tenho conseguido e isso vai me iluminando.