Na Ilha, o artista se inspira para criar a nova coleção de CARAS
A alegria de formas e de cores presente nas telas de Romero Britto (51) agora estará à sua mesa. No posto de artista plástico brasileiro mais conhecido no exterior, ele desenvolveu, pessoalmente, a Coleção Praia – Ilha de CARAS by Romero Britto: um kit completo com pratos, copos, jogos americanos, xícaras de café, taças de sobremesa, entre outras peças coloridas e feitas de materiais resistentes, ideal para o verão e seus momentos de diversão em piscina, praia e áreas externas. “A CARAS sempre acompanhou minha carreira, dá o maior apoio à minha arte. Estou bastante feliz com esta parceria. Tenho certeza de que fiz o meu melhor”, afirmou Romero, que encontrou, em temporada na Ilha, inspiração para idealizar a coleção vibrante, glamourosa e charmosa. “Essa é a segunda vez que venho aqui. É um paraíso, um prazer desfrutar de um lugar tão bonito. E é claro que a mente fica fervilhando de tantas ideias”, ressaltou o artista, pintando suas telas não só em terra firme como dentro de uma canoa nas águas da baía de Angra dos Reis, para atrair boas energias da natureza. “Cada trabalho tem um colorido diferente, faz parte do processo criativo. Neste caso, especificamente, a cor em destaque é a vermelha, em referência à Revista CARAS...”, empolgou-se.
Toda semana, uma das peças da Coleção Praia – Ilha de CARAS by Romero Britto virá grátis com a revista e nas edições especiais. Fenômeno internacional, reconhecido nos cinco continentes, o artista plástico exibiu pela primeira vez seus trabalhos aos 14 anos, e acabou vendendo um dos quadros à Organização dos Estados Americanos. Mas só quando adulto resolveu seguir a vocação, abandonando a faculdade de Direito. “Acho que as coisas aconteceram na hora certa. Imagino que essa minha aptidão para as artes já existia, mas precisava ter outras experiências, amadurecer, para, finalmente, apostar no que de fato gosto muito de fazer”, explicou ele, que tem entre seus fãs a cantora Madonna (56) e o ex-presidente americano Bill Clinton (68). “Não imaginava que teria contato com tantas pessoas. Sempre me refiro à minha arte como se fosse uma ponte que me leva até muita gente e a muitos lugares”, analisou Romero. No seu estúdio, em Miami, há cartas e convites emoldurados de celebridades como Michael Jackson (1958–2009), que o convidou várias vezes para ir a Neverland, nome que o cantor deu a seu rancho na Califórnia. Muitos desses famosos, encomendam ou são presenteados com retratos pintados pelo artista, obras cujos valores costumam variar entre 60000 e 300000 dólares. Há 27 anos nos Estados Unidos, Romero acredita que seu estilo pop art não tem influência americana, mas sim da natureza nordestina. “As combinações das cores de lá são incríveis. Jamais negarei as minhas raízes. Quando é possível, venho fazer uma visita. Ainda tenho amigos aqui, além da família”, assegurou ele que, inicialmente, teve seu talento reconhecido fora do País. Mas isso não diminuiu o amor pelo Brasil e a saudade de casa. “Acho que todo mundo que mora fora pensa como eu. É normal sentir falta”, garantiu. Trabalhando de domingo a domingo, Romero montou um estúdio de 15000m2 próximo a Miami Beach, bairro mais badalado da cidade americana. Sua importância é tanta no meio das artes, que já expôs praticamente no mundo inteiro, tem quase 500 produtos patenteados com sua marca, lojas e criações importantes de monumentos, como a pirâmide para comemorar o retorno da exposição do tesouro do faraó Tutancâmon a Londres, depois de 35 anos. “Já passou o tempo em que arte só podia ser vista apenas em galerias e museus. A arte tem de estar em todos os lugares”, afirmou Romero que, em 2008, criou uma série limitada de selos postais intitulados Esportes para a Paz, para celebrar o talento dos atletas na Olimpíada de Pequim. “Acredito que tudo isso é reflexo da minha dedicação. Acordo e vou dormir focado nas minhas produções. O resultado vem de uma forma ou de outra”, avaliou.
– Leva muito tempo para idealizar seus trabalhos?
– A criação deles até que é bastante rápida, mas aí tem a saturação das cores...
– Ainda se surpreende com as suas produções?
– Sim. Tanto é que adoro ficar com as peças por algum tempo após terminar um projeto. Fico olhando... Me sinto bem.
– Qual foi o trabalho mais difícil que você já fez?
– Uma escultura para um cliente. Foi um cavalo em tamanho natural. Tive de fazer duas vezes, por causa das patas, queria com o formato idêntico às do animal. Consegui, ficou lindo.
– Seu estilo é próprio. Como criou essa identidade?
– Sempre gostei dos pigmentos bem coloridos. Até hoje, ainda estou acrescentando algo ao meu trabalho, buscando tons diferentes. Houve um tempo em que só usava as cores primárias. Depois, comecei com as secundárias, os pastéis, os metálicos... Pelo fato de ter esse estilo, essa linguagem própria, minhas obras são reconhecidas imediatamente. No entanto, os ícones evoluem. Se não parar para observar, não consegue ver a transição do trabalho.
– É muito crítico?
– Quando somos jovens, a tendência é sermos mais críticos conosco, porque ainda falta segurança e precisamos começar a ter auto-estima. Hoje em dia, consigo ser uma pessoa crítica comigo, mas não ao extremo. Aprendi a gostar do que faço. Acho que cada obra de arte tem algo único, sua beleza, sua significância.
– Chegou a estudar arte?
– Nunca frequentei escolas de arte. Eu pedia à minha família que comprasse as tintas para mim. Um irmão foi quem me deu meus primeiros pincéis. Os jornais serviam como telas. E foi assim que tudo começou.
– Você veio de uma família bem humilde, então?
– Muito mesmo. Nós morávamos em Jaboatão, na região metropolitana do Recife. Meus pais tiveram muitos filhos. Depois que apostei no meu trabalho de artista plástico, minha vida mudou radicalmente. Ainda bem que foi para melhor!
– De que forma começa a desenvolver um trabalho?
– Eu gosto muito de ouvir música eletrônica para poder criar. Mas não sou a única pessoa que faz isso lá no estúdio. Em todos os setores, cada um escolhe o som com que deseja trabalhar.
– Como é sua rotina?
– Acordo cedo e vou logo para meu estúdio. Costumo passar o dia todo lá trabalhando. Em alguns, tenho visita de colecionadores agendada, dou entrevistas... Há sempre muita atividade. À noite, fico até tarde em jantares. Meu trabalho e minha vida privada acabam se misturando, mas não tem como ser diferente.
– É verdade que mantém um closet enorme no seu estúdio?
– Sim, porque, muitas vezes, não tenho tempo de ir em casa para me arrumar antes de sair. Então, lá tenho um espaço enorme com muitas peças.
– Suas roupas são tão coloridas quanto suas telas?
– Eu acho que a cor transmite alegria, por isso tenho muitas peças coloridas no guarda-roupa, sim. Mas é claro que uso roupas mais básicas também. Brancas, por exemplo, e acho lindo.
– Sente-se realizado?
– Ainda estou tocando diversos projetos, mas acredito que sim. Me sinto bastante feliz com tudo o que tem acontecido na minha vida. É muito bom se sustentar com o que se gosta de fazer. No meu caso, a arte. Sou apaixonado por ela.
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