Na Ilha de CARAS, Emanuela de Paula fala de filhos: “Quando tiver que ser, será”

A top internacional não se mostra apressada para ser mãe e contou suas dificuldades no início da carreira

CARAS Digital Publicado em 19/06/2014, às 11h09 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Emanuela de Paula na Ilha de CARAS - Martin Gurfein

Três dias antes de aportar, glamourosa, na Ilha da CARAS, a top internacional Emanuela de Paula (25) estava em Nova York, onde mora desde que começou a carreira de modelo, há nove anos. De lá, deu uma esticada até Londres, cidade da poderosa loja de departamentos Next, da qual é a principal garota propaganda. Tantas horas dentro de aviões não tiram o bom humor da pernambucana nascida em Cabo de Santo Agostinho e dona de belos traços típicos brasileiros. Ao contrário. “Parece loucura, mas a cada dia sinto mais prazer em ir para o aeroporto. Tenho vários macetes para passar um período mais confortável no voo. Passaporte, preciso tirar todo ano, de emergência mesmo, sempre acabam as folhas para os carimbos na passagem pela imigração. Nem faço ideia de quantos países já visitei, mas aproveito cada lugar que vou”, afirma Emanuela que, além de modelo especial de campanhas da Victoria’s Secret, é a mais nova embaixadora de L’Oréal Paris. “Longe das fotos e das passarelas, não gosto de maquiagem, de produções. Mas acho meu trabalho, essa história de ser uma mulher diferente a cada hora, interessante e divertido”, completa. Sempre otimista em relação às dificuldades da profissão, como não falar inglês no início da carreira, Emanuela só lamenta o fato de não ser tão alta para os padrões de modelo: tem 1,77m. Segundo ela, pela altura, não costuma ser tão requisitada para desfiles, que simplesmente ama, quanto é para fotos. “O bom é ter no mínimo 1,79m. Se você tem, beijam seus pés. E eu peso 57kg, como que nem uma vaca! Para compensar, faço muito exercício, corro, pulo corda, pedalo, aula de boxe. Só não malho. Meus músculos crescem muito rápido e, se pego peso, acabou, viro homem”, dispara.

– Há cerca de um ano, você se casou com o produtor de moda Gaston Levy. Tantas viagens não atrapalham a relação?

– Meu marido é argentino, mora em Tulum, no México, e eu, em Nova York. Então, nos dividimos entre essas cidades, não passamos mais de 15 dias sem nos vermos, tentamos monitorar tudo bonitinho. Amo ser casada, ter um partner, e não brigamos, apesar de ele ser bem bravinho. Até consigo tirar onda de que o Brasil vai ganhar da Argentina no futebol... A verdade é que Gaston acrescenta muito à minha vida, é o meu melhor amigo, não consigo mais viver sem ele, solteira.

– Pensam em filhos?

– Sim, mas é complicado, pela nossa trajetória de vida. De repente, daqui a três, quatro anos. Não quero ser mãe e ter de viajar, deixar meu filho, não vou aguentar. Já disse ao Gaston para esperar um pouquinho. Quando tiver que ser, será, não estamos apressados.

– Você se mudou para Nova York, pela primeira vez, antes dos 16 anos. Sentiu muita dificuldade no começo?

– Foi uma batalha, mas tinha muita vontade de vencer. A única coisa que eu sabia falar em inglês era ‘hi’, mas nunca tomei isso como um obstáculo. Não falava, mas tentava entender, sorria, era alegre, nunca fui de ficar triste, acho que foi a vontade de vencer, de ser modelo e chegar aonde estou.

– Agora já domina o idioma?

– Eu falo inglês e espanhol e comecei a aprender italiano, estava querendo ter aula faz tempo. Depois, bem para a frente, vou começar o francês. Gosto de aprender, quero me aprimorar culturalmente, saber o que acontece no meu país e no mundo. As mínimas coisas acrescentam. Sou interessada, mas tenho que confessar que me custa ler jornal, sei que é um ponto fraco, gosto mais de ouvir as pessoas falarem.

– Como é a sua rotina?

– Só para começar, não conheço quase nada de Nova York. Se estiver frio e não tiver trabalho agendado, não faço nada, vou à academia. Exercícios me dão um enorme bem-estar, e volto para minha casa, no Brooklyn. Adoro fazer minha comidinha também, minha sopinha, minha salada, o salmão. Quando está quente, costumo ir com meus amigos para o Brantingham Lake. Em geral, sou muito caseira, se não tem o que fazer na rua, prefiro ficar em casa. Mas a vida está boa, estou feliz, não tenho nada do que reclamar, só a agradecer a Deus por tudo que tenho, me sinto muito abençoada.

– E a família, sente falta?
– Venho ao Brasil duas vezes a cada três meses, sempre a trabalho, a maioria das vezes só fico em São Paulo e vou embora, e minha família é de Pernambuco. Às vezes, eles vão até lá me ver. Este ano, passei o Natal e o ano-novo na Argentina, com meu marido, e a família voou para lá. Passamos 15 dias só comendo empanada, carne, tomando vinho tinto, relaxando, foi muito gostoso. Sinto saudade do Brasil, dos meus parentes, mas confesso que gosto de viver em avião. Cada vez tenho mais prazer de ir para o aeroporto, viajar e trabalhar.

– E sua paixão pela fotografia, como começou?
– Há oito anos, um ex-namorado me deu uma câmera e disse: ‘Aqui há muitos lugares lindos. Toma e fotografa tudo’. A máquina era de filme e fui aprendendo a mexer com ele, um fotógrafo. Comecei a gostar e comprei uma digital. Então, conheci a Leica e enlouqueci. Achei incrível a qualidade, as cores que ‘vêm’. Foco a natureza, as pessoas, detalhes como um pé... É arte.

– O conhecimento de fotografia deve ajudar seu trabalho.

– Hoje posso dizer que tenho muita noção do que o fotógrafo está vendo através da câmera, de qual é o melhor enquadramento, do espaço, e isso me deixa mover coordenadamente com ele, então é bem mais fácil. Uso isso a meu favor, mas quando aprendi eu não tinha essa percepção.
 

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