Um ícone do teatro no país, ela revela as Ilha segredos de beleza e anuncia seu primeiro romance
A atriz Ittala Nandi (69) encara com naturalidade o passar dos anos. Com 51 anos de carreira, laureada pelo ministério da Educação com o título Notório Saber em Artes Cênicas e muitos planos pela frente, ela afirma que a idade não a assusta. “Acho formidável uma mulher chegar aos 70, lúcida, com saúde, corpo bem cuidado e em atividade. É estimulante”, disse, na Ilha de CARAS. Presidente do Instituto Sul-Americano de Audiovisual, que dirige com o filho, o diretor Giuliano Nandi (38), da relação com o cineasta André Faria, a atriz foi convidada por Vinícius Cordeiro, presidente do America, a revigorar o polo cultural do tradicional clube carioca. Outro desafio será o lançamento do primeiro romance, O Sonho de Vesta, no segundo semestre, na Bienal do Livro, em São Paulo.
– Qual o segredo para chegar tão bem aos 69 anos?
– Não sei. Existem mulheres da minha família, na Itália, com grande longevidade. Acho que é algo da terra, forte. Mas acho mesmo que a receita é pensar em coisas boas. Energias negativas, como ódio e raiva, prejudicam. O ideal é se cuidar de dentro para fora.
– Já fez cirurgia plástica?
– Nenhuma. Não sou adepta a técnicas de rejuvenescimento, não uso cremes especiais. Mas me alimento com muita verdura, fruta, pouco carboidrato. Já fui vegetariana, mas comecei a ver que precisava de proteína e passei a comer caldo de carne. Além disso, faço tratamento ortomolecular há anos. Tomo vitamina que não acaba mais. Umas 20 por dia.
– Como anda o coração?
– Tenho alguém, mas prefiro não falar muito sobre isso. (risos) É um relacionamento legal. Mas também sei viver bem sozinha. A minha solidão é ativa. Preciso dela para que eu possa criar.
– Como avalia sua carreira?
– São poucos que chegam a esse ponto em atividade e com planos. Acabei de renovar o contrato com a Record até 2016. Estou feliz lá. Nada melhor do que ter concorrência na TV. Temos gente boa em todas as áreas, atores maravilhosos. O brasileiro é muito artístico. Vejo pelos meus alunos, já que também sou produtora e educadora. Criei a Escola Superior Sul-Americana de Cinema e Televisão do Paraná, coordenei a Escola de Formação de Atores da UniverCidade, no Rio. Também escrevi dois livros teóricos, o Teatro Oficina, Onde a Arte Não Dormia, sobre meus 10 anos no projeto, e Teatro: Começo Até..., inspirado nas minhas aulas de arte e educação. Sempre gostei de escrever, ser atriz foi um acaso.
– O que esperar do seu livro O Sonho de Vesta?
– É um romance de aventura, mágico, futurista, na era do matriarcado, 3500 a.C. Pesquisei seis anos sobre mitologia, história da antiguidade. É preciso coerência, são 27 capítulos e 280 páginas. Criei um clã de mulheres visionárias que, através dos sonhos, podem ir para o passado e o futuro. É muito bom poder dar vazão à fertilidade de ideias. Às vezes, quando a revisora me mostrava umas páginas, nem lembrava que tinha criado aquele texto. Eu lia e dava risadas: ‘Poxa, fui eu mesma que escrevi isso?’
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