Auriverde: dos étimos do latim auri, da cor de aurum, ouro, dourado, e virides, verde. Mas na designação da cor predominou amarelo, do baixo latim hispânico amarellus, diminutivo de amarus, amargo, por influência do aspecto pálido de quem sofria de icterícia, do grego íkteros, vermelhão, porque aos gregos o doente parecia esverdeado, não amarelado. As cores amarelo, do ouro, e verde, de nossas matas, serviram de inspiração aos hinos pátrios, mas o poeta baiano Castro Alves (1847-1871), em Navio Negreiro, após saudar a bandeira nacional — “Auriverde pendão de minha terra,/ Que a brisa do Brasil beija e balança” —, exclamou: “Antes te houvessem roto na batalha,/ Que servires a um povo de mortalha!”.
Caramuru: do tupi karamu’ru, peixe de mar. Caramurus foram chamados os políticos que se opuseram à decretação da maioridade de dom Pedro II (1825-1891), que tinha apenas 3 anos quando a independência do Brasil foi proclamada pelo pai dele, dom Pedro (1798-1834). Caramuru é também o título de um poema de frei José de Santa Rita Durão (1722-1784), cujo tema é a história da Bahia. Repleto de descrições de caráter informativo, é um dos primeiros inventários de usos, costumes, crenças e temperamento dos índios brasileiros e da exuberante paisagem baiana. O poema só entra no assunto do Canto I, o naufrágio, depois de loas e dedicatórias, em especial a dom José I (1714-1777). Nas últimas estrofes do Canto X, o último, são exaltadas a liberdade dos índios e sua conversão ao catolicismo.
Falar: do latim fabulare, conversar, contar fábulas, do latim fabula, cujo étimo comum é o verbo depoente fari, presente em infante, o que não fala ainda; em fama, aquilo que falam de alguém; e em infame, aquele de quem se fala mal. O substrato geral é a raiz indoeuropeia werdh/wordh/wrdh, derivada da base wer, falar, que deu word no inglês, woord no holandês e Wort, no alemão. No inglês antigo, na saga de Beowulf (fins do primeiro milênio), word já aparece com o sentido de fala, expressão, dito. As origens grega e latina da maioria das palavras da língua portuguesa apresentam tais sinônimos, entretanto com sutis variações de significados,de que são exemplos escrever, do latim scribere, marcar com stilus, varinha pontuda para escrever na lausa, lousa, ardósia, ou na tabula, tabuinha, tabuleta, untada com cera, do grego kerós, pelo latim cera.
Lampreia: do latim tardio naupreda, aquele que se prende, do latim prehendere, à navis, navio, pelo latim vulgar lampreda, por influência de lambere, lamber, uma vez que o peixe se agarra aos outros peixes ou aos cascos dos navios, até com o poder de travá-los, segundo lendas marinhas. Lampreia em tupi é caramuru, apelido dado pelos tupinambás ao náufrago português Diogo Alves Correia (1475-1557), que encontraram agarrado às pedras como esses peixes. De todo modo, como os outros náufragos da embarcação francesa foram comidos pelos tupinambás, que eram antropófagos, é possível que tenha sido salvo por usar uma espingarda e abater um pássaro.
Tupã: do tupi tu’pã, deus do raio, do fogo, do trovão, do rio. Foi invocado pelos índios quando a arma do português, que desde então passou a ser chamado Caramuru, soltou fogo pelo cano e o tiro deu um estrondo, evocando o poder de um deus. Acolhido pelos índios, o cacique Taparica deu-lhe como esposa sua filha Paraguaçu, 20 anos mais nova do que o noivo, primeira brasileira a ter registro de nascimento, feito na França com o nome de Catarina Alves Paraguaçu (1495-1583), depois viúva dele por 26 anos. O nome foi homenagem à rainha Catarina de Médicis (1519-1589) e ao rei Henrique II (1519-1559), soberanos franceses então no poder.
Verbo: do latim verbum, palavra, em oposição a res, coisa. Na língua portuguesa, consolidouse como sinônimo ou variante de palavra, do latim parabola, do grego parabolé, comparação, símbolo. Outra variante é vocábulo, do latim vocabulum, nome pelo qual é chamada a coisa, do mesmo étimo de voz, do latim vox. O étimo de parábola, o grego ballo, está presente em símbolo, do grego sýmbolon pelo latim symbolum, sinal que reúne, significa, evoca, como o verbo, a palavra e o vocábulo significam o que referem, ao contrário do grego diábolon pelo latim diabolus, que desune, mente, calunia, disfarça.
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