Etimologia

Redação Publicado em 01/11/2011, às 12h29 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Afresco: do italiano affresco, reduzido da expressão dipingere a fresco, pintar quadros em paredes ou tetos cuja superfície está com o revestimento ainda fresco, úmido, não secou — seja cal, seja gesso, cimento ou outro material —, de tal forma que a tinta penetre ali, misturando-se à massa. A técnica de pintar afrescos, ainda que com outra denominação, já era conhecida dos antigos gregos e romanos, pois textos antigos a referem nas pinturas da Acrópole, na Grécia, e ela foi comprovada nas paredes das cidades de Pompeia e Herculano, destruídas pelo Vesúvio. Entre os mais famosos afrescos, temos os de Giotto di Bondone (1266-1337), na Capela de Scrovegni, em Pádua, Itália, retratando cenas simples e naturais, mas tocantes, da vida Jesus (século I) e da Virgem Maria; de Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (1475-1564), como o teto da Capela Sistina; e de Rafael Sanzio (1483-1520).

Colofão: do grego kolofón, pelo latim colophon, conclusão, término, fim. Hoje o colofão reúne as informações essenciais do livro — título, autor, editora, gênero, ano da publicação, cidade onde foi rodado — nas primeiras páginas, costume herdado dos manuscritos e incunábulos medievais para identificar o texto, seu autor e onde tinha sido escrito e publicado.

Educação: do latim educatione — pronunciase “educacione” —, declinação de educatio. Isso é o que dizem os dicionários, porque os antigos romanos usavam o verbo educare para designar o ato de criar, amamentar, alimentar uma criança, dando-lhe também as primeiras lições. Mas, no sentido que a palavra passou a ter na língua portuguesa desde o século XVIII, a origem é o inglês education, palavra criada pelo escritor inglês Thomas Elyot (1499-1546), a partir do latim educare. Foi ele também o primeiro a adaptar o grego demokratía para o inglês democracy, embora um século antes já existisse démocratie no francês.

Genocídio: do inglês genocide, palavra criada pelo professor judeupolonês Raphael Lemkin (1900-1959) em 1943, estudando os armênios. Ele usou o termo grego genos, raça, e o verbo latino cadere, matar, cujo étimo está presente em homicídio. Em 1945, a palavra passou a designar os crimes cometidos pelos nazistas com o fim de exterminar etnias, nacionalidades e raças inteiras, como os judeus, mas não apenas eles. Em 1948, a Organização das Nações Unidas declarou o genocídio crime contra as leis internacionais.

Hambúrguer: do inglês hamburger, a partir de Hamburg, cidade da Alemanha. Há controvérsia sobre se surgiu na Alemanha esse tipo de lanche ou se foi inventado em Ohio, nos Estados Unidos, por Charles e Frank Menches. Designa “bife” de forma arredondada, às vezes de carne moída, servido dentro de um pão redondo. Popeye, que comia espinafre para ficar forte, aparecia ao lado de Wimpy, no Brasil com o nome mudado para Dudu, e este fazia assim o seu pedido: “Amanhã pagarei com prazer pelo hambúrguer de hoje.” Outra influência do hambúrguer foi parar em Guerra nas Estrelas, filme de George Lucas (67): a nave Millennium Falcon tem a forma do sanduíche. Pães recheados com hambúrgueres já eram vendidos em muitos lugares quando Louis Ballast (101), dono de uma lanchonete em Denver, no Colorado, registrou a patente de um hambúrguer diferente, o cheeseburger, no Brasil simplificado para X-búrguer, aproveitando a pronúncia do inglês cheese, queijo. O cartunista T. A. Dorgan (1877-1929), explorando a desconfiança popular de que as salsichas eram feitas com carne de cachorro, criou a expressão hot dog, cachorro-quente, lanche igualmente popular, cuja denominação foi inspirada no formato, porque a imagem lembrava um cão bassê.

Neutro: do latim neutrum, isto é, ne utrum, nem um, nem outro, para designar nas línguas com três gêneros aquele que não é masculino nem feminino, como ocorre no latim e no alemão. O escritor norte-americano Mark Twain (1835-1910) espantou-se ao descobrir certas complexidades dos gêneros na língua alemã e escreveu: “No alemão uma jovem senhora não tem sexo, mas um nabo tem”. É que as palavras alemãs Madchen, moça, e Weib, esposa, não são femininas, mas neutras. E Rübe, nabo, é masculino.
 

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