Prestes a estrear o longa 'Onde Está a Felicidade', a atriz Bruna Lombardi fala de traição, da rotina agitada e da busca constante pela felicidade
“Até onde você iria para ser feliz?”. Quem faz a pergunta é Bruna Lombardi, roteirista e protagonista da comédia Onde Está a Felicidade?. E ela mesmo dá uma mãozinha ao público em busca da resposta como a chef de cozinha Teodora, que, após descobrir uma traição virtual do marido, decide percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Aos 59 anos, bem sucedida profissionalmente e casada há 30 anos com o ator e diretor Carlos Alberto Riccelli, Bruna não sabe como reagiria em caso de infidelidade. Mas sabe que está adorando a repercussão que o tema causa. “O filme ainda nem estreou e levantou essa questão se traição virtual é traição. Eu acho que a gente só pode responder quando acontece”.
O longa, que estreia no dia 19 de agosto, foi eleito por voto popular como o melhor filme no Festival de Cinema de Paulínia. Em bate-papo com CARAS Online, a atriz fala sobre o filme, a relação com Ri (como ela chama Riccelli), o interesse (ou a falta dele) em posar nua, e, claro, não poupa elogios ao filho Kim, assistente de direção do longa-metragem. “A minha proposta foi fazer as pessoas saírem do cinema mais felizes que quando entraram”, conta.
- Quanto da Bruna Lombardi tem em Onde Está a Felicidade?
- Todo autor trabalha com inquietações e reflexões que são totalmente pessoais. Pode ser também alguém que está no seu imaginário ou alguém que está no mundo. Eu queria fazer as pessoas darem risadas e se divertirem. A minha proposta foi fazer as pessoas saírem do cinema mais felizes do que quando entrarem.
- Você encontrou a felicidade?
- Acho que estamos sempre procurando e a busca é importante. Mas a pergunta que eu faço é 'que tal a gente se divertir enquanto procura?'. Aqui e agora o que importa é ter leveza, distribuir amor e fazer as coisas com excelência.
- Como é sua rotina?
- Se eu tivesse uma... (risos) Minha felicidade é conseguir achar as coisas. (risos) A gente vive num caos urbano, sempre correndo... Mas eu gosto de atender todo mundo bem, então fico com menos tempo. Minha agenda tem andado superlotada. Somos malabaristas dentro de tantos compromissos. Estou correndo mais do que gostaria.
- Você trabalha com seu marido. O trabalho fica da porta pra fora?
- Porta pra fora? O trabalho invade a casa! (risos) Tenho trabalhado também nos fins de semana.
- No filme, sua personagem é traída, e é isso que a motiva a fazer o Caminho de Santiago de Compostela. E se fosse com você?
- É engraçado que me perguntaram isso e eu não soube responder. E acabou tento uma percussão muito interessante. Mas eu acho que a gente só pode responder quando acontece. É tão pessoal. Só no momento para saber.
- Mas, antes do Riccelli, você já foi traída?
- Ah, acho que todo mundo já passou por isso, sabendo ou não. Acho que na adolescência todo mundo passa, mas tudo bem, porque nessa época cada hora a gente quer uma coisa.
- Você é ciumenta?
- Não, nunca tive ciúme nem com as amigas. Sempre emprestei minhas roupas, sempre fui desencanada.
- E ele?
- Ele é muito sereno, muito zen. Acho que a gente construiu um relacionamento muito sólido.
- Você tem vontade de ser avó?
- Olha, esse é um pensamento que nem passa pela minha cabeça agora.
- E como é trabalhar com seu filho, Kim?
- É maravilhoso. Ele faz a assistência de direção do filme, mas é por mérito próprio, pode perguntar ao elenco. Como ele conviveu desde muito cedo participando de teatro e TV, contracenou com Fernanda Montenegro, ele viu a gente montar peças de teatro em Los Angeles e ficou muito familiarizado. Ele contribuiu com muitas ideias e como diretor, é excelente. E o Ri é um ótimo músico, para minha surpresa.
- Riccelli é um ótimo músico. Não sabíamos disso!
- Ele fez as músicas do filme. Tem um forró que foi gravado por Gilberto Gil que chama Pega Ela, uma música delicada chamada Pluma, gravada por Adriana Calcanhoto, uma música linda “fora da caixa”, gravada pelo Arnaldo Antunes e uma em espanhol chamada Tus Ojos, cantada advinha por quem? Por ele.
- Foi surpresa para você?
- Foi sim. E ele não fez só a letra não, fez a música também.
- O filme estreia no dia 19. Como está a expectativa?
- Poucas pessoas viram ainda. Em Paulínia teve sessão extra, as pessoas gargalhavam, foi ovacionado. Acho que vão gostar.
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