Em entrevista à Revista CARAS, Roberto Birindelli fala sobre encantos pelo Panamá com o filme Gauguin e o Canal
O ano é 1903. O pintor francês Paul Gauguin (1848-1903) está preso pelas autoridades francesas em uma cabana, sendo forçado a pintar um novo quadro para salvar a vida de seu filho de apenas 5 anos, enquanto luta contra uma doença que o divide entre a loucura e a sanidade. Lembranças do passado invadem sua mente, especialmente dos momentos em que viveu no Canal do Panamá, onde iniciou a carreira, além da culpa por ter abandonado sua família em Paris. Essa é a história de Gauguin e o Canal, longa estrelado pelo ator Roberto Birindelli (61) e rodado no país da América Central.
“Nós passamos 40 dias filmando no Panamá durante a pandemia! Uma experiência brutal e imersiva”, vibra o artista, que, anos depois, retorna ao local para lançar o filme. Já familiarizado com o país, ele se deixa levar pelas ruas charmosas e pelos temperos inebriantes do destino. “Eu me encantei pelos prédios antigos da Avenida A, em Casco Viejo, ruas de ladrilhos e a reconstituição da tipologia arquitetônica colonial. Os passeios à noite te levam a tempos outros. O poeta inglês Edgar Allan Poe dizia que há lugares onde o pêndulo oscila em outra frequência. Casco Viejo é um deles”, diz ele, que nasceu no Uruguai, mas é radicado no Brasil.
O que mais chama atenção, no entanto, é a diversidade e o senso cosmopolita em cada recanto. “Já fui cinco ou seis vezes ao Panamá. A experiência de lançar um filme lá foi surpreendente. Passei uma semana dando entrevistas a canais americanos e latinos. No centro do Panamá, encontramos gente de todas as nacionalidades. Panamá é um lugar que culmina partes antigas e históricas com a tecnologia nova, de muito investimento. Ele agrega tribos muito diferentes”, pontua o ator.
“Destaco também a segurança de andar na rua e saber que você será sempre respeitado”, completa o artista. Com mais de 55 filmes no currículo, em breve, Birindelli também poderá ser visto no longa As Vitrines, nova obra da cineasta Flávia Castro. A história se passa dentro de uma embaixada do Chile, na década de 1970.
FOTOS: AFUN - AVA STUDIOS