Celebrando 30 anos de carreira, o tenor Andrea Bocelli reflete sobre sua trajetória e a relação com o público brasileiro, em entrevista à CARAS Brasil
Andrea Bocelli (65) está comemorando 30 anos de carreira. O tenor, que democratizou a música clássica ao aproximá-la do universo pop, está em contagem regressiva para aterrissar no Brasil com a turnê comemorativa pelas suas três décadas de jornada musical, com shows em Belo Horizonte, Brasília e SP. Em entrevista à CARAS Brasil, ele fala da trajetória de sucesso e da relação que tem com os fãs brasileiros. "Sinto a força da amizade e benevolência", afirma.
O artista não esconde a gratidão diante das conquistas: são três Grammys, cinco BRIT Awards e mais de 70 milhões de cópias vendidas de seus álbuns “Estou em dívida com a vida. Recebi muito, tanto profissionalmente, quanto afetivamente, mais do que fui capaz, até hoje, de retribuir”, fala ele, cuja voz também ecoa solidariedade. Em 2011, o tenor criou a Andrea Bocelli Fundation, entidade que capacidade pessoas em situações de vulnerabilidade.
No bate-papo, ele descreve o público e os fãs brasileiros. "É uma relação sólida. E não é apenas devido à presença de uma comunidade italiana numerosa e acolhedora (...) É uma empatia que percebi desde jovem, primeiro na produção artística desse grande país e, depois, quando tive a oportunidade e a honra de verificar pessoalmente", destaca.
"Com os fãs brasileiros, tenho um canal privilegiado, em nível emocional. Sinto a força da amizade e benevolência. Logo, estou entusiasmado por poder voltar e cumprimentar um público que tem sido sempre muito generoso comigo. Além disso, a turnê coincide com meus trinta anos de carreira: mais um motivo para dar o meu melhor no palco. Será um momento inesquecível para mim. E eu espero, sinceramente, que também seja para aqueles que quiserem compartilhar essa experiência, sempre em busca do belo e da luz de um sorriso", emenda.
Muitas pessoas entraram em contato com a música clássica por meio da voz de Bocelli, considerada uma das mais potentes do mundo. "Espero ter dado minha modesta contribuição para a causa. Como sempre digo, a ópera não é, por si só, um espetáculo elitista; pelo contrário, é feita de histórias apaixonantes, sentimentos universais, temas sociais urgentes e música maravilhosa. Não é por acaso que eu aprendi a amar o melodrama quando criança, na zona rural da Toscana, onde eu nasci e cresci, sem a necessidade de grandes recursos culturais", fala.
"E, desde então, isso permaneceu no meu coração por toda a vida. Como italiano, tenho orgulho de que a ópera seja um gênero que teve origem em meu país, há mais de quatro séculos, e considero uma delicada responsabilidade – além de um privilégio – divulgar no mundo as obras-primas criadas por gênios compatriotas como Verdi, Puccini, Mascagni, Donizetti e tantos outros", finaliza o tenor, que é casado com Verônica Berti (40), com quem tem Virginia (12), e ainda pai de Amos (29) e Matteo (26), de relação anterior.