Casa de veraneio no litoral de São Paulo privilegia o uso comum de ambientes integrados com móveis resistentes e à prova d'água
Nada de TV nos quartos nem excesso de portas, que isolam os ambientes. A casa de paredes de vidro do Jardim Acapulco, condomínio na praia de Pernambuco, no Guarujá, privilegia a integração social. Nada mais natural para uma
família com três filhos adolescentes que vivem em turma e adoram encher a casa de amigos. A proposta dos proprietários era dispor de uma casa "usável", aconchegante e de fácil manutenção.
"A ideia é que não houvesse nada que quebrasse facilmente ou que não pudesse molhar", afirma a decoradora
Marí Aní Oglouyan.
Por essa razão, a decoração é minimalista e "à prova d´água". Os sofás brancos do living, com mais de quatro metros de comprimento cada, são de linho impermeabilizado, o que permite aos que chegam molhados da praia se acomodarem sem restrições. As cadeiras de policarbonato do designer Philippe Starck da sala de jantar, e as do modelo tulipa, da cozinha, com estofado de couro ecológico, também. E as mesas não ficam atrás: tanto a do living quanto a da sala de jantar não mancham com água. Mais resistente ainda é o balcão da cozinha, confeccionado com a mesma madeira
utilizada na construção de barcos.
"A teca, por ser em tiras, tem menos chance de empenar", explica Marí Aní. E, além de funcional, a casa prima pela elegância. Dispõe de pé-direito que chega a 6,80 metros de altura e, em seus 15 cômodos, distribuídos em dois andares, predominam o mármore, o vidro e o alumínio. No hall, uma discreta cascata sai da parede de pé-direito duplo de "canjiquinha" (tiras de mármore) e deságua em um espelho d´água. A inspiração
foi asiática.
"A proprietária trouxe fotos de spas na Indonésia e pediu que colocasse a ideia em algum lugar da casa", afirma a decoradora.
"Escolhemos logo a entrada. À noite, fica ainda mais bonito", diz.
Outro item que dá um ar convidativo a quem chega à casa é a porta de madeira, entre tantas paredes de vidro.
"Chegamos a encomendar uma porta de vidro, mas cancelamos por achar muito 'dura'", lembra. O tapete Kilim, confeccionado por tribos nômades do Oriente e que tem esse nome de origem turca porque pode ser usado dos dois lados, foi uma das peças mais difíceis de ser garimpadas pela decoradora.
"Foi por causa de seu tamanho, de 5x8 metros!", diz.
"É muito grande". Para deixar o living mais aconchegante, Marí Aní optou por alguns objetos
rústicos, como cestos de junco e bancos de madeira. A mesa de centro é de madeira de demolição e as duas poltronas de couro, do designer
Charles Eames.
Além do living, a maioria dos ambientes da área social fica no primeiro piso: home theater, sala de lareira, sala de jantar, churrasqueira, quarto de hóspedes, cozinha, área de serviço e passarela que leva à sala de ginástica e ao spa. No segundo andar, estão os dormitórios e a sala de jogos, com videogame e minicopa, que acaba com a necessidade de descer à cozinha. Seguindo a linguagem de integração da casa, a sala de jantar, a cozinha e a área de churrasco
são interligadas. Na sala de jantar, a mesa de madeira contrasta com as cadeiras contemporâneas Philippe Starck.
"A intenção era equilibrar o design com o rústico", afirma a decoradora. O piso de mármore que reveste a casa, na sala de jantar, cozinha e banheiros, é substituído pelo mesmo tom de porcelanato.
"O mármore absorve a gordura; já o porcelanato é impermeável", diz. Na cozinha, toda branca e de madeira, o vermelho dos estofados
de couro ecológico das cadeiras tulipa e de alguns acessórios, como panelas Le Creuset, "esquentam" o ambiente.
A piscina, com 250 m2, é um show à parte. Revestida com pastilhas de vários tons de azul, é aquecida a 26ºC e iluminada com fibra ótica. Sua profundidade é de 1,30 m, com exceção da área de hidromassagem, em que não passa de 50 cm. Para quem quiser se exercitar, há uma raia semiolímpica (25 m de comprimento). Porém, o mais curioso, é a passagem, por baixo d´água, que leva à sala de ginástica.
"É para não tomar friagem nos dias mais frios", afirma Marí Aní.
Se a casa já é bela durante o dia, à noite ela vira um sonho, nas palavras da decoradora. Isso porque conta com uma iluminação cenográfica.
"Não há luz direta. A iluminação de toda a casa foca pontos de interesse", explica ela. No hall de entrada, por exemplo, a luz enfatiza a parede de "canjiquinha"; na sala de estar, o foco são as peças de arte (cestos, bancos e poltronas).
"Essas luminárias bem discretas se chamam AR. Elas têm o foco bem definido e longo alcance", afirma a decoradora. Nos banheiros, a iluminação também é diferenciada.A luz, dentro do box, não fica no
centro do teto, e sim nas laterais. Segundo Marí Aní, o objetivo é não provocar sombra sobre o corpo. Os pontos altos do banheiro são o superchuveiro Hansgrohe, com 60 cm de diâmetro, e as duas pias com torneiras Philippe Starck.
"Todos os banheiros têm uma parede de pastilhas coloridas. No do casal é preta com dourado; há também lilás, verde, azul e branco", diz ela.
Nos quartos, a luz mais amarelada garante o ar intimista. O lustre no teto é substituído por "rasgos" de luz na parede e luminárias na cabeceira. Destaque para as persianas de alumínio de 3 metros de comprimento que lembram portas de correr de lojas. Elas vedam luz e barulho. Localizadas do lado de fora, são acionadas por controle remoto. Realmente, uma casa para tornar qualquer verão inesquecível. | MARÍ ANÍ OGLOUYAN 11 3877-0466 (OGAS.COM.BR)