O sorriso de Daniela Mercury (48) está ainda mais cativante. A responsável por este seu estado de paixão é a jornalista Malu Verçosa (37), a quem a cantora — há 18 anos embaixadora do Unicef no Brasil — chama pelo codinome de Maria em poesias, versos e canções. No Castelo de CARAS, em Tarrytown, New York, elas propõem usar o idílico cenário em referência ao conto de fadas da princesa Rapunzel. E são com pequenos gestos, como a troca de olhares, a gargalhada fácil e até um singelo beijo, que elas alimentam o romance de oito meses. “Somos somente um casal apaixonado, com vontade de mudar, encher o mundo de amor. Quem não conhece a liberdade, não sabe que está preso; quem não conhece a paixão, não sabe o que é a vida”, filosofa a rainha do axé.
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Com esta mesma firmeza, Daniela e Malu anunciam mais um passo importante. Após troca de alianças em Paris, as duas se unem no civil, com direito a mudança de sobrenomes, no próximo dia 12 de outubro, em Salvador. Os vestidos serão de Alexandre Herchcovitch (42), com estampas florais de Iuri Sarmento (43), e alianças de Carlos Rodeiro (48). “Vamos fazer um ritual poético e filosófico, não religioso, mas legal. É uma conquista da nossa Justiça. Será uma atitude simbólica e também política”, garante a estrela, que já compôs música para surpreender a amada no grande dia.
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Pós-feministas, elas entendem que expor a relação foi uma quebra de padrões e garantem que a receptividade tem sido surpreendente. Na entrevista, Malu e Daniela — que é mãe do músico Gabriel (28) e da bailarina Giovana (26), do casamento com o engenheiro Zalther Póvoas (48), e de Márcia (15), Analice (12) e Ana Isabel (3), adotadas por ela — falam abertamente sobre a aproximação após o fim da união da cantora com o publicitário Marco Scabia (38), de rotina e medos. E mostram trechos da primeira carta em forma de poesia, enviada por Dani, antes do namoro: “Todos os meus sentidos sabiam da sua existência, mas, sem consciência, eu já amava Maria, com olfato, tato, olhar... Seria fantasia, seria somente imaginação, assim passaram dias de dúvidas se Maria era apenas ilusão... Ah, será que Maria me amaria?... Acho que minha pressa foi me apaixonar, queria apenas que ela soubesse que eu a queria e que dentro de mim ela já era imensidão... Te amo Maria e peço licença para lhe conhecer, desculpa o mau jeito, hei de fazer direito. Hoje tu já és minha, ainda que não me queiras. Saiba que é você quem me faz viver e lembrar que eu mereço ser feliz como você”.
Com um sorriso tímido, Malu, que era editora-chefe da TV Bahia e hoje está escrevendo um livro sobre elas, revela que, no início, fugia das investidas. “Achava que ela estava triste, confusa, porque tinha se separado. Mas, depois deste texto, não resisti muito tempo”, derrete-se. Aos poucos, a jornalista se adapta ao ritmo da estrela — entre os shows agendados, Canibália, em Conselheiro Lafayete, dia 21 de setembro; e Pelada, em novembro, no Rio, Novo Hamburgo e Porto Alegre; e dezembro, em SP. “A celebridade é ela. Por mim, correria dos flashes.”
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– A data do casamento é especial?
Malu – É dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e com quem temos uma relação forte. Nosso primeiro beijo foi às seis da tarde, na frente de uma igreja, sinos tocando.
Dani – ‘Ave Maria’ é o máximo, arretada,heroína e representa as mulheres do mundo, tem a preocupação universal de transformar.
Malu – Isso faz a gente se sentir um pouco mais acolhida, não vistas apenas como um casal gay, mas um casal que se ama e ponto.
Dani – Em um determinado momento da história, o movimento gay pede indiferença. É este o desejo, de mostrar que somos iguais. Nossa relação não afeta ninguém. Somos duas pessoas que se amam, querem criar filhos, poder trabalhar, se apoiar e terminar a vida juntas.
– Por que a decisão de oficializar a união?
Dani – Antes de publicar no Instagram que estávamos juntas, viajamos e nos casamos em Paris. Era um namoro recente, mas somos leoninas, mulheres diretas. Não temos controle sobre a paixão, ela atordoa, toma a gente de assalto. Agora, decidimos celebrar com as pessoas a quem amamos.
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– E a festa?
Malu – Será algo íntimo para as famílias e os amigos que nos apoiaram. Naquele momento, estávamos fragilizadas. Queremos estas pessoas por perto com a sua energia positiva.
Dani – Vai ser um casamento celebrado com arte, que não dá limites para a alma e é uma expressão sagrada. Vamos firmar um compromisso que já existe e festejar este amor de maneira livre e com a nossa altivez.
– Como sentiu a repercussão?
Dani – De fato, não tinha noção do que iria acontecer e dos impasses que viriam. A sensação é de que a gente está sendo ovacionada e de que o Brasil não é tão conservador ou preconceituoso. É mais machista. Pode não ser tão normal ver um casal assim como nós falar claramente sobre a questão. Mas em seu cotidiano, as pessoas já compreendem e estão mais tranquilas com esta convivência. Sempre tive postura política, as minhas canções falam contra o racismo, ‘afirmam’ o meu povo.
Malu – Facilita sermos bem-sucedidas, bonitas, femininas e a Dani ser artista.
Dani – A comunicação do nosso casamento foi um divisor de águas. Isso pode ser o start para uma nova postura. Todos deveriam agir com naturalidade e sair com seus pares. Após a revolução sexual dos anos 1920 e 1960 e os movimentos gays e feministas, chegamos em 2013 ainda amarrados por questões desta imposição moral e religiosa, mesmo em um País laico.
Malu – Espero que daqui a 10, 20 anos não seja mais importante se discutir o relacionamento de um casal colocando gênero em questão. Quando isso acontecer, vamos ter evoluído como ser humano, sociedade e País.
– Que outra mensagem querem passar?
Dani – É importante que se trabalhe esses assuntos desde a infância. As crianças compreendem quando as pessoas se amam. As nossas filhas, de 15 e 12 anos, adoram nos ver juntas.
Malu – Somos as ‘ídolas’ delas. A de 3 anos fala o tempo todo orgulhosa que tem duas mães.
– Quem é a mais durona?
Malu – Ela manda em tudo. Não me visto até dizer qual a roupa que vou usar.
Dani – Não mando em nada. Escolho e mostro os modelos para ver se ela gosta.
Malu – Mas se escolho antes, o mundo cai.
Dani – Se por trás de todo grande homem tem uma mulher forte, agora tenho muito mais chance de ser ainda melhor por ter Malu comigo, que é inteligente e cuida dos detalhes. Digo que já estou andando com as pernas dela. Conversamos bastante e temos habilidade para liderar e produzir. Resolvemos tudo, o difícil é ver quem vai mandar. Se tivermos um pouco de lucidez, uma fica quieta ao lado da outra.
– Pensam em engravidar?
Malu – Tenho muita vontade, mas acabei de ‘parir’ trigêmeas de idades diferentes. Casei, larguei a televisão, onde trabalhava havia 20 anos, estou escrevendo um livro, ganhei vida pública, que nunca quis. Estou me readaptando ao mundo. Não teria condição agora.
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Dani – Eu estou ‘entregue’, é o sonho dela.
– A fidelidade é essencial?
Malu – Sim. O nosso acordo é ser fiel.
Dani – Não existe a menor chance do contrário. Não temos papas na língua. Não há condição de ter uma relação de verdade e construir uma vida sem confiança mútua.
Malu – Eu tenho medo dela. (risos)
Dani – Você tem medo da vida ou de mim?
Malu – De lhe perder! Deus me livre!
Dani – Eu também. Por isso, já colocamos uma aliança e vamos colocar outra em cima.
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