Bicampeão Pan-Americano, Gustavo Endres exalta família e êxito nas quadras
No currículo, um ouro olímpico em Atenas-2004, dois títulos de campeão do mundo e seis na Liga Mundial, além de oito anos jogando na Itália. Um dos protagonistas da vitoriosa história recente do vôlei do País, Gustavo Endres (36) festeja mais uma conquista com a Seleção Brasileira, o topo do pódio nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. “Foi meu segundo ouro no Pan. Mais uma vez, me senti revitalizado. Cada conquista é emocionante, tem sua própria história”, diz.
Após ter se aposentado da Seleção, logo depois de ficar com a prata nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, o gaúcho de Passo Fundo voltou à equipe de Bernardinho (51) em abril deste ano. Em junho, no entanto, quebrou o quinto metatarso do pé esquerdo e teve de se afastar novamente. “Foi minha primeira fratura. Foram oito semanas de recuperação com fisioterapia”, relembra o meio de rede de 2,03m, que após dois anos no Pinheiros se transferiu para o Florianópolis. “Estou muito empolgado, pois o time é tetracampeão da Superliga. Vou para lá quando terminarem os compromissos com a Seleção”, conta ele, que viaja com a equipe ao Japão para disputar a Copa do Mundo e uma vaga na Olimpíada de Londres. Com sua Raquel (38) e os filhos do casal, Eric (11) e Enzo (8), ele abriu, com exclusividade para CARAS, seu apartamento em SP, para onde se mudou com o clã há 11 meses.
– Por que voltou à Seleção?
Gustavo – O ano de 2010 foi bom. Em março passado, Bernardo me ligou, falou que eu estava jogando bem e perguntou o que achava de voltar para o time. Conversei com Raquel, que me apoiou, e decidimos por isso.
– Vocês pretendem se mudar para Florianópolis?
Gustavo – Nós decidimos que não, pelo menos por enquanto. Nossa vida está em SP, as crianças estão acostumadas. Vou ficar em um apart-hotel e Raquel virá com os meninos nas férias deles.
– Gostam do apartamento?
Gustavo – É bom demais. Se pudesse, ficaria o dia inteiro na varanda, sem fazer nada.
Raquel – É um apartamento bonito e com o nosso jeito: simples e sem frescuras.
– Por que em São Paulo?
Raquel – Quando morávamos na Itália e havia temporada da Seleção, voltávamos em princípio para SP, no apartamento que ainda temos e está alugado, e, depois, nos últimos seis anos, para Passo Fundo. Em 2009, surgiu a chance de Gustavo ficar no Brasil, pelo Pinheiros. Fiquei em Passo Fundo, por causa de uma academia nossa. Ela não engrenou, então, vendemos o que dava e vim com as crianças para cá, em dezembro de 2010, para ficarmos todos juntos.
– Como lidam com a saudade?
Gustavo – Viajo muito, então, quero sempre ficar o máximo que posso com a minha família. Raquel e eu tentamos, ao menos uma vez por semana, tirar um tempo só para nós. Jantamos, lembramos os velhos tempos e planejamos o nosso futuro.
Raquel – A tecnologia ajuda, mas há sacrifícios. As crianças faltam na escola para ver o pai, então, têm de ter o dever de casa em dia, que é feito sem ajuda. Quando Gu está em casa, fazem com ele.
– Quem é o pai disciplinador?
Raquel – Eu. Gustavo faz e dá tudo o que eles querem. Depois tento controlar os danos. (risos)
Gustavo – É que estou sempre longe, aí faço o que pedem. É difícil ser duro com eles.
– Eric e Enzo são fãs de vôlei?
Gustavo – Até que sim, mas nem jogam com frequência, afinal é o vôlei que leva o pai deles embora. Mas eles são muito bons.
– A que creditam o êxito do relacionamento de 17 anos?
Gustavo – O segredo é o diálogo. A grosseria é meu maior defeito. Raquel sente, aí tento remediar. Ela é carinhosa, engraçada e extrovertida, enquanto sou tímido. Nós nos completamos. Às vezes a ‘seguro’, em outras ela me faz ser mais expansivo. Devo tudo a ela, minha grande companheira.
Raquel – É essencial entender as incertezas do outro, conversar e namorar muito. Gustavo é um paizão e exemplo como pessoa.
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