Câncer de laringe é mais comum após os 50 anos e pode ser evitado

Redação Publicado em 08/11/2011, às 12h22 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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A mídia vem dando destaque ao tratamento a que se submete o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva (66), portador de câncer de laringe. A laringe, vale relembrar, é um órgão do aparelho respiratório. Constitui-se de cartilagens, músculos, ligamentos e é revestida internamente por mucosa. Ela é fundamental para a respiração, pois atua na proteção das vias aéreas, impedindo a aspiração dos líquidos e dos sólidos para os brônquios. Suas pregas vocais, móveis, alteram o fluxo de ar advindo dos pulmões, gerando sons que nos permitem falar e nos comunicar. Diagnosticam-se 160000 novos casos de câncer de laringe em todo planeta anualmente, com 90000 óbitos. Ocorrem no Brasil 7000 novos casos todo ano e a incidência é alta em especial em São Paulo.

O tumor de laringe é mais frequente após os 50 anos e atinge mais os homens. É mais comum na área da glote, porém mais grave quando ocorre acima dela. O tabagismo é o maior fator predisponente. O risco de câncer de laringe, aliás, é 14 vezes maior nos fumantes. A ingestão de bebidas alcoólicas contribui, e muito, para a instalação da doença. Quem fuma e bebe tem o risco elevado em 35 vezes. Nutrição deficiente, papiloma vírus (HPV), refluxo gastroesofágico, aspectos genéticos e inalação de substâncias cancerígenas são outros fatores de risco. Os sintomas iniciais do câncer são: rouquidão, dor ou dificuldade para engolir. Pessoas com rouquidão por mais de duas a três semanas devem procurar um especialista para um exame simples, a videolaringoscopia, que permite a visualização das estruturas internas da laringe. A biópsia é o passo seguinte. Confirmado o câncer laríngeo, deve-se estabelecer sua gravidade, que depende da localização, do tamanho e da presença de metástases. Ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética são determinantes nesta fase de avaliação.

Já em 1873 o célebre cirurgião alemão Theodore Billroth (1829-1894) realizava a primeira cirurgia que se conhece para a retirada total da laringe. Evoluímos para microcirurgias endoscópicas e parciais, associadas a  radioterapia e quimioterapia. Isto objetiva elevar a possibilidade de cura, com menor perda das funções da laringe e melhor qualidade de vida depois do tratamento.

Tumores pequenos e médios têm maior chance de cura, enquanto os maiores e mais avançados são tratados com cirurgias que podem ser mutiladoras, incluindo-se a traqueostomia definitiva. Caberá à equipe médica analisar o caso e adotar a melhor conduta terapêutica, que levará em consideração a relação custo-benefício do tratamento, que é decidido com o paciente. Mesmo tratamentos conservadores poderão levar a alterações permanentes da voz. Apesar da evolução tecnológica, tratar um câncer de laringe às vezes exige uma lenta e sofrida recuperação.

O diagnóstico precoce é vital, elevando os índices de cura e permitindo a reintegração social do paciente, com vida plena. Mas a prevenção é mais importante ainda. Sem tabaco, 86% dos cânceres de laringe deixariam de existir. É fundamental, para se evitar a doença, nunca fumar e consumir bebidas alcoólicas só em ocasiões especiais. Colabore para a prevenção deste câncer no trabalho e em sua casa, pois ele poderá transformar sua vida e a de seus familiares.

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