Aguinaldo Silva conversou com a CARAS Online sobre o bom desempenho de sua novela, Fina Estampa, deu dicas sobre os próximos capítulos da trama e desabafou sobre a polêmica com o colega Walcyr Carrasco
Há três semanas no ar, Fina Estampa conseguiu reverter o gráfico de audiência das três últimas novelas das nove – Caminho das Índias, Passione e Insensato Coração – que demoraram alguns episódios a mais para passar dos 40 pontos de média. A trama de Aguinaldo Silva (67) já chegou a ter 43 pontos de média e picos de 47 em um episódio exibido na semana passada. Não é à toa que o autor comemora, mas avisa: “Não dá para relaxar!”
Em entrevista exclusiva à CARAS Online, Aguinaldo falou sobre o bom desempenho dos primeiros episódios de sua novela, deu dicas de um assassinato que vai acontecer nos próximos capítulos e ainda desabafou sobre a suposta briga com Walcyr Carrasco (59) – os autores estão sendo comparados por colocarem duas personagens semelhantes no ar (Dulce, em Morde & Assopra, e Griselda, em Fina Estampa). Confira:
- Fina Estampa vai bem na audiência. Já está satisfeito com o sucesso?
Eu estou muito feliz, por que isso significa menos uma dor de cabeça. O começo de uma novela é uma coisa muito estressante, é sempre uma luta no começo. Mas esse resultado também é perigoso. Quando a novela engrena, quando parece que a novela já pegou, você não pode relaxar.
- Por falar em relaxar, a gente sabe que vida de autor é corrida. Como funciona sua rotina?
Eu acordo todos os dias às 5h30, faço meu café da manhã e começo a escrever às 7h. Hoje eu parei às 11h45, daí eu faço um lanche, durmo durante uma hora e meia, acordo às 14h30 e volto a escrever até às 18h. Depois eu vou preparar meu jantar, por que é terapêutico. Mas mesmo quando estou cozinhando, eu estou pensando na novela. Quando acabo o jantar, eu vejo a novela. Quando acaba a novela, eu ligo para o Wolf Maya (diretor) ou para os meus colaboradores, nós trocamos impressões sobre o capítulo e depois eu vou dormir. É assim durante oito meses.
- E isso de domingo a domingo?
Sim, autor de novela não tem folga. Os dias da semana são insuficientes para o nosso trabalho. E, por mais que você trabalhe, você sempre está atrasado. Nosso dia deveria ter 36h e não é brincadeira.
- Com três semanas de novela, quem do elenco te surpreendeu mais?
Eu acho que toda turma jovem me surpreendeu muito: o Caio Castro, a Adriana Birolli, a Sophie Charlotte e o Marco Pigossi. Eles são atores sérios, têm a perfeita noção do que estão fazendo. Fiquei muito impressionado com esse profissionalismo.
- Você comentou no Twitter que um assassinato vai acontecer na mansão de Tereza Cristina (Christiane Torloni). Você pode dar alguma dica sobre o assassino ou quem será morto?
O crime em si não posso falar, isso entregaria o personagem logo de cara. Mas quem vai morrer ainda nem entrou na trama.
- E o que podemos esperar da relação da Griselda com o Antenor nos próximos capítulos?
Quando ela ficar milionária, as expectativas do Anternor mudam em relação a ela. Mas a Griselda continua magoada, ela sabe exatamente quem é o Antenor. Em nenhum momento ela vai esquecer que o filho não presta. Mas ela vai voltar a se relacionar com ele.
- Uma coisa que ainda não ficou muito clara é a trama que envolve a prostituta Luana (Joana Lerner). As visões dela estarão relacionadas com algum mistério que possa surgir na novela?
Não. Eu queria fazer uma personagem que tivesse um dom e que tentasse desesperadamente fugir dele.. E enquanto ela fugir deste dom, a vida dela não entrará nos eixos. A ideia é ela virar uma espécie de Chico Xavier do bairro.
- Você acredita no espiritismo?
Eu sou católico, mas como bom ficcionista, eu estou disposto a acreditar em tudo que renda uma boa trama (risos). Eu acho que tudo é possível e deve ser respeitado.
- E como você está lidando com as comparações entre Dulce (Morde & Assopra) e Griselda (Fina Estampa)? Você chegou a conversar com o Walcyr Carrasco sobre isto?
Nós conversamos várias vezes. Houve um momento em que a TV Globo disse que ele tinha que tirar a história da novela dele, isto foi pedido pelo Manoel Martins (Diretor Geral de Entretenimento da Globo). Daí ele (Walcyr) se reuniu comigo para jantar e criar um jeito para as duas histórias ficarem diferentes. Isto aconteceu perante duas testemunhas. Nós acertamos os detalhes de como ele deveria fazer para afastar a história dele da minha, mas ele não fez nada do que combinamos. Então, eu tratei de afastar a minha história. Hoje eu posso dizer que elas são diferentes, a Griselda não tem nada a ver com a personagem da Cássia (Kis Magro, que vive a Dulce) e o próprio Antenor (Caio Castro) não tem nada a ver com aquele rapaz (Guilherme, personagem de Klebber Toledo).
- Mas depois que a novela entrou no ar e a polêmica começou, você conversou com ele?
Depois desse jantar, em que o Walcyr me disse o que ia fazer, eu não tive nenhum contato para ele explicar o que aconteceu. Mas este assunto já terminou. As tramas são diferentes. A dele acaba agora e a minha continua até março. Era uma polêmica que tinha prazo para terminar e, para mim, já terminou.
- Você pretende um dia esclarecer esta história?
Eu fiquei muito triste, é uma pessoa que se aproximou de mim e com quem eu falei abertamente sobre minhas tramas e minhas histórias, e ele também contou as dele. O fato é que na minha novela tem nenhum dinossauro, nenhuma vaca anã ou nenhum robô.
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