Hoje 100% dedicado à família
Talvez a mulher de Tonico Pereira (69), Marina Salomon (52), tenha a melhor definição sobre quem é este ator que há 49 anos surpreende dentro e fora de cena. “É um louco adorável, apaixonante”, sorri a bailarina, casada há 22 anos. Em seu apartamento no Rio, Tonico, no ar em A Força do Querer, recebe CARAS usando samba-canção e uma das camisetas que vende. Com voz firme, chama os gêmeos, Antonio Nicolau e Nina Sofia (12). Os meninos chegam com celulares em punho. “Há uma distância sólida neste aspecto entre nós”, pondera ele, apesar de se virar bem com seu canal no YouTube.
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A paternidade é um capítulo à parte na vida de Tonico. Antes dos gêmeos, gerados por fertilização in vitro, já era pai de Daniela (43) e Thaia (41), do primeiro casamento, e confessa que não foi tão presente quanto é para os caçulas. “Fui omisso. Era uma fase de álcool, drogas. Mas as conquistei. Hoje, elas me admiram.”
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Em uma entrevista reveladora, Tonico fala de casamento na maturidade, do seu estado de saúde após descobrir câncer na bexiga e tumor no pulmão, da dívida de 700 000 reais e do beijo gay que deu no cinema na década de 1970, o primeiro no Brasil. “Tem gente que tem medo de mim. Mas sou um doce. Enlouqueço com maus-tratos.”
– Como foi a repercussão do primeiro beijo gay no cinema?
– Fiz pelo personagem. Não tenho problema de me chamarem de nada. Quem sabe da minha vida sexual sou eu. Até hoje, não tive nenhum homem.
– Incomoda ter feito poucos protagonistas?
– Adoro ser coadjuvante. Com um detalhe, eu estando em cena, sou protagonista.
– Sempre tem um plano B...
– Por causa da instabilidade da profissão.Tive peixaria, botequim... Nisso tudo, fali. Hoje, negocio a dívida e estou vendendo carros da minha coleção. Antes de atuar, trabalhei até com contrabando de relógios. Ganhava mais dinheiro do que meu pai.
– Como está sua saúde?
– Tenho uma bolsa de remédios, fora as insulinas. Está tudo controlado, a princípio. Meu projeto de vida é a próxima respiração.
– Tem medo da morte?
– Sou materialista e ateu. A morte é o fato mais corriqueiro na vida do ser humano. Todos morrem. Tenho necessidade de tentar deixar meus caçulas amparados.
– Encontrou o equilíbrio com Marina?
– Temos um relacionamento que não é hipócrita. Marina me pegou em uma fase mais madura.
– Você é um paizão?
– O que eu prezo é nos considerarmos gente boa e nos admirarmos. E não pelo fato de sermos pai e filho. O que importa é o ser humano nesta relação.