Ex-jogador de futebol, o ator foi garçom e vendedor para se manter no teatro e hoje festeja seu papel em 'Justiça'
Quando deixou Petrópolis para encarar a vida no Rio de Janeiro em 2010, Pedro Lamin até pensou em fazer jornalismo esportivo - tudo a ver com o até então jogador de futebol. Mas bastou pisar em um teatro pela primeira vez para se apaixonar pelas artes.
Com a ajuda do ator Iuri Saraiva, com quem dividiu uma quitinete na capital, conseguiu seu primeiro teste e até contou uma mentirinha para conseguir o papel. “Perguntaram se já tinha feito teatro e eu disse que sim”, confessa aos risos. Como boa parte dos atores iniciantes, ele trabalhou em outras profissões enquanto fazia teatro - foi garçom e vendedor em loja - mas nunca pensou em abandonar o palco. “Não consigo fazer nada na vida melhor do que isso”, acredita.
Agora aos 27 anos Pedro encarou um novo desafio, ele interpreta Otto, ex-namorado de Isabela, personagem deMarina Ruy Barbosa na minissérie Justiça. E surgiu nu na TV no episódio de estreia na trama em uma cena intensa, quando os personagens são flagrados por Vicente (Jesuíta Barbosa) fazendo sexo no chuveiro e a jovem é assassinada a tiros. "Não vou te dizer que foi normal, mas foi uma cena bem preparada. Conversamos antes, a gente chegou preparado para fazer", disse.
Em bate-papo com CARAS Digital ele fala sobre o nu na TV, a fama, sonhos e novos projetos. Apontado como affaire de Ághata Moreira, o ator afirma que está solteiro. "Estou tranquilo".
Confira!
- Como surgiu o papel em Justiça?
Com muito estudo, muita busca na arte. Nunca foi uma obsessão minha fazer televisão, achava que ia conseguir em algum momento fazer todas as artes. Fui fazendo algumas coisas na Globo, fiz uma oficina ano passado, uma participação em Sete Vidas... Surgiram os testes para Justiça, fiz e passei. Era para outro personagem menor, no dia da apresentação de elenco soube que seria o Otto. Tudo foi se encaixando.
- Como foi fazer a cena de sexo e assassinato no chuveiro?
Normalmente é mais forte pra quem vê do que para quem faz. Tinha toda uma posição de cena, toda uma plasticidade. Não vou te dizer que foi normal, mas foi uma cena bem preparada. Conversamos antes da cena, eu, a Marina e o Jesuíta, a gente chegou preparado pra fazer. Foi tranquilo. Não teve nenhuma surpresa desagradável, nem nada.
- Você fica tímido em tirar a roupa na TV?
Quando se tem um propósito, uma história, fico tranquilo. Meu corpo é instrumento, escolhi essa profissão. Não enxergo como um pudor. Fico com vergonha em casa se estou só de cueca e chega alguém, aí fico mais tímido. Na cena são dois jovens transando no banheiro... Não tem grilo, não, nunca tive.
- Já conhecia a Marina?
Tenho amigos em comum com ela, mas não a conhecia. É uma menina gente boa, doce, generosa.
- Você usou tapa-sexo?
Eu usei, mas acho que nem faz diferença. Ali na cena é uma troca, a gente cria uma intimidade tão grande...
- Quais são os seus projetos agora?
Tenho uma peça no sul em novembro chamada Plano Sobre Queda. Em setembro começo a rodar um curta, Antolhos, e em novembro tem o lançamento de outro curta, O Homem que Parou o Tempo, com direção de Hilnando Mendes. Aliás, a Camila Márdila, que também está em Justiça e na peça comigo, está no filme. Uma coincidência que acho ótima. Ela é uma grande amiga há cinco anos.
- O que você ainda sonha em fazer?
Gosto muito de cinema, sempre que me chamam eu faço. Quero trabalhar com tanta gente... Estou tão feliz em trabalhar com esse elenco Débora Bloch, Jesuíta, Marina... São tantos sonhos que fica egoísta eleger um só. Quero conseguir bons papéis, evoluir, fazer papéis densos. É um movimento que a gente faz para o universo e vai buscando, porque não é fácil.
- Como começou sua carreira de ator?
Nem sonhava em ser ator, era jogador de futebol e até pensei em fazer jornalismo esportivo. Quando fui pro Rio, em 2010, dividi uma quitinete com um amigo que é ator, o Iuri Saraiva. Comecei a ler os roteiros que ele tinha em casa, quando vi estava trocando praia por ler Hamlet. Fui assistir a peça dele infantil, me encantei, até chorei (risos). Ele começou a me ajudar, me botou num teste para a infantil. Perguntaram se eu já tinha feito teatro e eu menti que já (risos). Daí entrei num curso de interpretação em 2012, nunca mais parei. Agora o Iuri está dirigindo uma peça Paradinha Cerebral, é lindíssima, você chora e ri o tempo inteiro.
- Viver de teatro não é fácil, né? Você pensou em desistir em algum momento?
Quando fazia teatro eu era garçom, trabalhava em loja... foram anos muito difíceis. A televisão é um meio muito forte, agora muita gente se aproxima, ninguém entende que a carreira começou muito antes. O teatro me deu tudo. Nunca pensei em desistir porque não consigo fazer outra coisa. Não consigo fazer nada na vida melhor do que isso, tenho consciência desse ‘fardo’.
- O que faz para relaxar?
Sou viciado em ioga desde o começo do ano - me leva para um lugar de concentração e respiração, estar presente no presente. E faço há quatro anos. Sempre fui muito ansioso, a ioga e terapia me ajudam a manter o pé no chão, ficar tranquilo. Também gosto muito de correr, pedalar...
- Você já está sentindo a fama?
Mais pelas redes sociais. Sou muito caseiro, não saio para beber, é muito difícil. Pelas redes as pessoas vêm falar, tem amigos que se aproximaram. A fama é uma mentira muito perigosa, é muito fácil você se alimentar dessa mentira e esquecer de se alimentar de coisas que são necessárias para um ator. Tem que tomar muito cuidado. Estou levando minha vida de boa. Acho muito legal receber o retorno, mas não me alimento de elogios. A fama é como almoçar polvilho (risos).
Você está solteiro? Recentemente foi fotografado com a Agatha Moreira, vocês estão ‘se conhecendo melhor’?
Estou solteiro. A gente se conhece, só isso... não tem nada, não. Não é affaire nem nada, estou tranquilo, não estou procurando ninguém.