A atriz revelou como superou o trauma após ser agredida pelo ex
Nas últimas semanas, seu nome foi um dos mais procurados nas redes sociais. Apesar da pouca idade, a atriz Jeniffer Oliveira surpreendeu ao ter coragem de tornar pública a agressão que sofreu do ex-namorado Douglas Sampaio.
Serena, ela recebeu CARAS no Sheraton Grand Rio Hotel & Resort e conta como tem superado o baque físico e emocional sofrido no dia 23 de junho em uma boate, no Rio de Janeiro. “Tinha certeza que o conhecia. Tenho medo que ele fique impune e continue fazendo isso com as outras pessoas. Voltei para a terapia, para os meus amigos”, desabafou a protagonista de Malhação – Vidas Brasileiras.
Em sua terceira novela, com uma carreira construída desde os 7 anos e mais de 100 comerciais, a atriz decidiu focar na profissão e dar uma trégua para o seu coração. Jeniffer e Douglas namoraram um mês. “Não tem espaço para outra pessoa agora. É um momento meu”, garantiu ela, que ainda carrega marcas da violência sofrida pelo corpo.
– Vive, na prática, um momento de empoderamento feminino?
– Me sinto no dever de fazer tudo isso. Muita gente precisa escutar. Assim como a minha força e coragem veio de outras. É uma corrente que precisa continuar. Casos assim ocorrem todos os dias. Isso não acontece só com a Jeniffer e com o Douglas. É uma crescente. As pessoas dão sinais de quem elas são. Primeiro, ele grita, depois soca... Me fechei muito para os sinais que ele estava me dando. Quando se está apaixonada, acreditamos no amor que não existe.
– É da geração das redes sociais. Já deixou de postar algo?
– Temos de saber ver o que é o bom de mostrar e o ruim. Sou uma pessoa como qualquer outra. Eu erro, eu acerto. Sei filtrar o que é bom de mostrar e o que não é... O público que me acompanha sabe muito da minha essência. Nas câmeras, sou a Flora, fora dali não tenho motivo de não ser a Jeniffer.
– Então foi por isso que escreveu sobre a agressão?
– É uma corrente de coragem que não pode acabar. Foi difícil. Ainda estou enfrentando uma barra muito grande com relação a tudo isso. Não pensava que pudesse acontecer comigo. Me senti culpada por ter desencadeado uma briga. Achei que por eu estar dançando, por estar provocando ciúmes... Dei graças a Deus que foi em um ambiente público. Não sei o que seria se fosse em um lugar em que estivéssemos somente eu e ele.
– Tinham brigado antes?
– Sim, brigas bem agressivas, e ele nunca tinha levantado a mão para mim. Nos sentimos culpadas, sim. A manipulação disso faz você acreditar que é maluca. Por isso que as pessoas continuam em relacionamentos abusivos.
– Como está o emocional?
– Agora está para mim, totalmente. Quero ter mais o meu momento. Sair com os meus amigos, viajar... Me concentrar no trabalho, o que realmente importa, pois lutei tanto para isso.
– Você é romântica?
– Acredito que ainda sou. Gosto de cartinha, de uma mensagem fofa de bom dia. Sou carinhosa.
– Começou a trabalhar tão cedo. E o primeiro namorado?
– Com 15 anos... Não foi tão precoce. Sempre fui muito ligada em boneca, TV e outras coisas... Fiquei com poucas pessoas na vida, mas por um bom tempo. Minha mãe, Cristiene, me segurou bastante. Conversamos muito. Tive muita cabeça.
– E por que foi morar sozinha tão nova?
– Vivia em Niterói, longe dos estúdios da Globo. Mas não deixo de estar com a minha mãe.
– E ter começado a trabalhar cedo fez com que pulasse alguma etapa da infância?
– Sou muito observadora. Vejo muita criança a que as mães impõem esse amadurecimento muito rápido. Mas a minha, não. Até porque não era uma coisa que ela queria. Hoje em dia é minha maior fã. Pensei em parar e dar um tempo. A fase da transição da criança para a adolescência é difícil de trabalhar. Fiquei desmotivada. Em vários momentos pensei em ter um plano B. Mas a minha mãe sempre falou “foca, não é isso que você quer?”.
– Então a atuação chegou na sua vida naturalmente?
– Muito nova sempre me encantei pela arte em geral. Fazia dança desde muito pequenininha. Gostava de desenhar... Comecei a me encantar por teatro e depois falava que queria estar dentro da televisão. Para mim, era uma caixa em que você entrava e ficava. Cabeça de criança. Pedia isso muito para minha mãe, ela achava uma realidade muito diferente. Não tenho nenhum artista na família. Na verdade, pedia isso desde 4 anos. Com 7 anos, minha mãe falou que eu teria meu aniversário ou um book na agência. E sem pensar duas vezes pedi o book na agência. Com 15 dias, comecei a trabalhar sem parar. Comecei e nunca mais parei.