Aos 21 anos, o ator festeja estreia em novelas como o jovem Ulisses em 'Deus Salve o Rei'
Enquanto em Deus Salve o Rei o personagem Ulisses precisa reunir toda sua coragem para deixar a academia militar (uma tradição na família) e mergulhar em sua verdadeira vocação (a cozinha), fora das telas seu intérprete já vive a realização de um grande sonho. Aos 21 anos, Giovanni de Lorenzi trocou São Paulo pelo Rio de Janeiro para sua estreia em novelas.
"Eu estou feliz de um jeito que não cabe em mim. Quando coloquei o figurino eu quase saí pelo Projac pulando, descobri que não tenho maturidade pra usar armadura", brinca o ator, que tem no currículo peças de teatro, além do telefilme Marulho, a série 171 – Negócio de Família, e o filme Ferrugem, que foi lançado em janeiro no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, e estreia no Brasil em agosto.
Para viver o chef de cozinha em tempos medievais, Giovanni teve aulas no estúdio de Ana Maria Braga ao lado de Marina Ruy Barbosa, que interpreta a vendedora de caldos Amália. A experiência, aliás, tem lhe ajudado a aprimorar sua habilidade na cozinha. "Eu não tinha experiência quase nenhuma. Cozinhava miojo, ovo frito e às vezes ainda queimava (risos). Mas agora eu faço um pouco de tudo, até risoto. Estou ousando", gaba-se.
Em bate-papo com CARAS Digital, o ator fala sobre o trabalho, a relação com a atriz Marina Moschen, seu par romântico na trama das sete, e o relacionamento com a também atriz Anna Melo, com quem namora há um ano.
Confira!
- Como surgiu o Ulisses na sua vida? Foi teste?
Eu já tinha feito um teste para outra produção da Globo e estava no banco de arquivos. Eles ligaram para a minha agente dizendo que tinham me aprovado para esse papel. Quase caí duro no chão do meu quarto quando soube (risos).
- Como foi sua preparação para viver o personagem?
A gente precisou fazer uma série de aulas: preparação com espadas, arco e flecha, escalada e equitação. As aulas na cozinha fiz junto com a Marina Ruy Barbosa no estúdio da Ana Maria Braga. Eu não tinha experiência quase nenhuma. Cozinhava miojo, ovo frito e às vezes ainda queimava (risos). Mas agora eu faço um pouco de tudo, até risoto. Estou ousando!
- O Ulisses vai se inspirar na Selena para ir em busca do seu sonho de ser cozinheiro, né? Já teve alguma experiência semelhante?
Ele se inspira muito na atitude dela de seguir o sonho, na coragem que ela tem. Selena é uma mulher decidida, claramente à frente do seu tempo, deixa tudo pra ser a primeira mulher na carreira militar. Ulisses não tem essa coragem, muito pela pressão do pai, por tentar agradar e seguir a linhagem de guerreiros da família. Ele gostaria de ser um bom soldado, mas não tem capacidade. Na minha vida pessoal eu sempre quis conseguir minimamente jogar bola, conseguir chutar e ela ir onde eu queria, mas não importa onde eu mirasse a bola ia pro outro lado (risos). Eu dediquei tempo pra isso e nunca consegui, uma inaptidão inexplicável. Na cozinha é onde o Ulisses se sente bem e é reconhecido pela mãe e pela Selena. A relação com a Selena e as experiências que ele passa na academia fazem ele largar aquilo tudo e seguir o sonho dele.
- O Saulo também tem interesse na Selena, como será esse 'embate'?
O Ulisses e a Selena já têm uma admiração um pelo outro e terão, sim, um envolvimento amoroso nos próximos capítulos. Eu vejo a relação do Ulisses e do Saulo (João Vithor Oliveira) uma coisa antiga, eles se conheceram muito tempo antes e são de mundos diferentes: o Saulo é extremamente hábil, enquanto o Ulisses se desloca. A chegada da Selena abala ainda mais a relação dos dois porque vão demostrar interesse pela mesma pessoa. Chega a beirar a rivalidade, mas é mais profundo que isso.
- Como é sua relação com a Marina Moschen?
A Marina é gente boa pra caramba, incrível! Ótima atriz, boa amiga... Eu, ela e o João Vithor conseguimos desenvolver um grau de intimidade bom a ponto de conseguir discutir totalmente qual a mensagem vamos passar, qual a ideia do texto... Uma amizade muito boa, com muito carinho e muito trabalho.
- Como está a vida no Rio de Janeiro? Já passou algum perrengue morando sozinho?
Eu sou de Mauá, no ABC Paulista, mas eu morava sozinho há dois anos em São Paulo. Vim para o Rio por causa da novela há uns quatro meses. Meu perrengue em casa se chama louça, ela tem algo mágico que se multiplica muito rápido em pouco tempo (risos). Mas lavo roupa e passo com maestria. Faço atividades domésticas lindamente, mas lavar louça é triste.
- Sua namorada também é atriz. Isso ajuda no relacionamento? A lidar melhor com ciúmes, por exemplo?
Ela ser quem ela é ajuda muito. Ela é parceira acima de tudo, é uma mulher incrível, a pessoa mais incrível que já conheci na minha vida em linha de pensamento, em como encara as coisas. A gente é grudado. Não existe ciúme, não tem nenhum problema mesmo. Ela acompanhou tudo muito de perto também, todo o processo. Eu me apaixonei por um papel que ela estava fazendo no teatro e depois por ela quando conversamos.
- Conta um pouquinho sobre o filme 'Ferrugem'?
O filme estreou em Sundance, está sendo muito bem recebido, as críticas estão muito boas. Eu estou explodindo de felicidade. Meu personagem, o Renet, é um menino introvertido que conhece a menina popular do colégio (Tati, vivida por Tifanny Dopke). Ele acaba desenvolvendo uma relação amorosa até que um dia um vídeo dela com o ex-namorado vaza na internet e isso acaba fazendo com que ela tome uma decisão que muda a vida de todo mundo ao redor dela, inclusive do Renet.
- Como define seu momento profissional?
Eu estou feliz de um jeito que não cabe em mim. O figurino é incrível, quando coloquei a armadura das cenas de batalha eu quase saí pelo Projac pulando. Descobri que não tenho maturidade pra usar armadura, virei uma criança de cinco anos (risos).