Ao lado do marido Alessandro, ator mostra seus vários talentos
Roberta Escansette Publicado em 20/01/2018, às 08h27 - Atualizado às 08h27
No bairro de Santa Teresa, no Rio, Gabriel Sanches (29) se enche de orgulho quando um vizinho lhe chama de Sara ou de Rúbia. Os nomes são de suas personagens drag queens, a primeira do espetáculo Minhas Mulheres Tristes e a segunda sucesso na novela Pega Pega, que acabou no início do mês. Ambas são tão especiais que ‘convivem’ com ele e o marido, o ator Alessandro Brandão (44), seu companheiro de cena em ambas as produções, dentro de casa. “Montamos um ateliê com os figurinos. Desde pequeno, me interessava pela questão da sedução do feminino. Minha avó Kitita era meio drag, com unhas e cabelos grandes”, empolga-se ele. Gabriel e Alessandro moram no imóvel, construído em 1920, desde julho passado, e também usam o espaço de 100m² para restaurar móveis antigos. “Sou bem artesanal. Fui criado em fazenda”, acrescenta Gabriel, enquanto prepara o almoço em uma das mesas refeitas por eles. “Não tem essa coisa de divisão de tarefas aqui ou quem vai pagar as contas. Quem estiver com menos coisas para fazer arruma a casa”, explica o ator.
A ‘ousadia’ na vida e na arte não trouxe problemas familiares para Gabriel. Ele sempre foi encorajado em casa quando manifestava o interesse pelo universo feminino. “A gente vive uma condição social que é de colocar pessoas em caixinhas. Tem que obedecer determinadas regrinhas sociais. Isso foi desgastante para mim, mas minha mãe, Maristela, sempre me ajudou”, lembra ele, com planos para ter um filho. “Sempre planejo mais para frente. Outro dia, Camila Queiroz me lembrou que é melhor entrar logo na fila de adoção porque pode demorar. Ela tem razão, mas atualmente tenho uma vida muito engajada. Quero conquistar coisas e fazer um trabalho social”, reforça o ator, em cartaz com Alessandro em Sara e Nina na Calçada, Músicas para (Não Censurar) e Sara e Nina em Trânsito. Os planos do casal também se estendem a ‘oficializar’ o relacionamento das personagens em um espetáculo. A ideia é montar uma peça chamada Sara e Nina, o Casamento. “Sara e Nina existem, têm autonomia. À medida que ganham vida, elas têm perspectiva de futuro”, antecipa Gabriel, animado.
