Atriz falou sobre a importância de se discutir violência doméstica
Yolanda Reis Publicado em 19/11/2018, às 18h21 - Atualizado às 18h59
Cristiane Machado conheceu o ex-marido, um diplomata 20 anos mais velho, em março de 2017. Em novembro, estavam casados. "Ele era extremamente carinhoso, amoroso, cuidadoso. Eu tinha encontrado o amor da minha vida! Ele era meu príncipe", recordou a atriz em entrevista ao Fantástico deste domingo, 18.
Porém, com o tempo, o marido foi mostrando-se agressivo. Ela revelou que a primeira agressão física foi resultado de estresse no trabalho. Chegando em casa, ele a empurrou. "Me bateu. Me deu o primeiro tapa. Na cara", contou.
Para a atriz, as agressões foram escalando. "Começa muito sutil. Começa com um empurrão, uma palavra grosseira. Ele me diminuía, às vezes, e me chamava de burra. Não gostava do meu trabalho e queria me tirar da minha vida de atriz. E eu não podia mais ter senha no celular, ele tinha que ter acesso", explicou.
Em outra ocasião, o empresário pegou uma machadinha e quebrou a casa inteira, até a atriz chamar a polícia. Ele foi preso, mas depois de pagar fiança e sair, implorou de joelhos pelo perdão da esposa, que acabou aceitando. As agressões não pararam - aumentaram.
O estopim foi quando o agressor pegou uma faca e ameçou matar ela e a família dela inteira. Apreensiva,Cristiane colocou uma câmera escondida no quarto do casal, e flagrou as agressões, que incluem tapas, empurrões, sapatadas, ameaças, cárcere, e até mesmo uma tentativa de sufocamento.
Ela foi à polícia e abriu um inquérito contra o agressor, que agora corre. O homem desapareceu após a denúncia. Seus advogados negam que tenha havido violência doméstica, e que as imagens seriam editadas para serem favoráveis à Cristina.
"Morro de medo dele entrar aqui [em casa] e me matar. Ele está foragido. Me sinto enclausurada. Presa nessa história", desabafou então. "Um empurrão é uma agressão. Com um empurrão... Ali já acabou", alertou.
A reportagem do Fantástico pode ser vista neste link. O vídeo contém cenas de agressões explícitas, e deve ser evitado por menores de 16 anos ou pessoas sensíveis a esse tipo de conteúdo.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - O QUE FAZER?
Em caso de agressão doméstica, a mulher deve procurar assistência junto à delegacia mais próxima [preferencialmente da mulher], e relatar em detalhes as violências em Boletom de Ocorrência [B.O.], deixando claro que quer dar continuidade no processo e instaurar um inquérito policial. A presença de um advogado é recomendada - um profissional pode ser indicado gratuitamente pelo Fórum local se solicitado.
Se houver lesões, será efeito o exame de corpo de delito. Nessa fase, a mulher pode solicitar uma médica mulher para exames que sejam mais íntimos, para evitar constrangimento. Então, o delegado julga se o homem deve ser mantido preso ou liberado até o fim do processo. Algumas restrições podem ser afastamento de ambientes específicos e suspensão de visita aos filhos.
A denúncia também pode ser feita diretamente ao Ministério Público na presença de advogados. Isso agiliza o processo e pula a burocracia policial.
