Um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, Antônio Petrin fez carreira como desenhista industrial antes de seguir o caminho das artes
Publicado em 20/06/2025, às 13h43
No dia 20 de junho, o ator veterano Antônio Petrin completa 87 anos. Veterano da dramaturgia brasileira, iniciou sua carreira no teatro amador e hoje acumula papéis em mais de 80 produções, entre os palcos, a televisão e o cinema. Conheça a história do ator.
Artista por acidente
Nascido em Laranjal Paulista, o ator mudou-se cedo para Santo André, no estado de São Paulo, onde teve seu primeiro contato com o mundo do teatro. Em entrevista ao InfoTeatro, o ator explica que começou nas artes por acidente, participando de peças religiosas e comédias na igreja.
“Com as minhas condições econômicas e físicas, eu nunca pensaria em me tornar ator e acidentalmente, eu acabei entrando”, explica. “Eu fazia teatrinho no salão paroquial da igreja, aquelas histórias de santo.”
O ator segue a contar que a igreja, liderada por padres italianos, proporcionava lazer aos fiéis da paróquia, incluindo o teatro. Na época, Petrin estudava desenho técnico e acabou se apaixonando pela arte de performar.
“Eu acabei me tornando um desenhista de muito sucesso, entrei em uma empresa e ao longo do tempo, virei chefe do departamento de desenho,” conta. “Na época, a Secretaria de Cultura de São Paulo da época mandava alguns diretores nacionais para cidades do interior para fazer peças de teatro com atores amadores.”
O diretor enviado para Santo André foi Ademar Guerra com o espetáculo “Gente como a gente”, que fez sucesso entre o público local. “Ele acabou nos incentivando a entrar na Escola de Arte Dramática e eu, com a minha loucura, fui”, completa o ator.
“[A Escola de Arte Dramática] muda você. Eu acabei sendo fascinado pelo teatro.” Apesar da fascinação, não foi até seu último ano que Petrin deixou a posição de desenhista para seguir o caminho das artes.
Durante seu último semestre, o ator participou de um curso sobre a obra de Jorge Andrade, onde recebeu um convite do dramaturgo que mudou sua vida: Ser professor de teatro no Serviço de Ensino Vocacional.
“Diante desta proposta, eu tive que escolher entre ser desenhista ou professor de teatro.” A decisão, para o encantado Petrin, foi fácil.
Formou-se na Escola de Arte Dramática e abandonou o cargo de desenhista para lecionar enquanto começava sua carreira como ator paralelamente. Após a formatura, o astro também adicionou os títulos de produtor e diretor de teatro ao seu currículo.
Sucesso nos palcos e nas telas
Com 60 anos de carreira, Petrin foi responsável por montagens como “Somos todos do jardim da infância”, “O Elevador”, “A Falecida”, “O Incidente no 113” e “Eles não usam Black-Tie”. Como ator, participou de peças como “A Morte Do Caixeiro Viajante” da Rádio Cultura e “Ganhar Ou Ganhar” com direção de Celso Nunes, pela qual ganhou o prêmio APETESP no ano de 1983.
Na televisão, o astro marcou o elenco da primeira versão da novela “Pantanal”, feita pela Rede Manchete em 1990, no papel de Tenório - representado por Murilo Benício na versão de 2022 da Rede Globo - e recebeu o Prêmio Manchete por sua atuação em 1991. Também é reconhecido pelos seus papéis como Sr. Assad em "Éramos Seis" e Sabiá em "Esmeralda".
Já nas grandes telas de cinema, Antônio Petrin pode ser encontrado em produções como “O Beijo da Mulher-Aranha” e “Amor de Perversão”. Suas últimas aparições diante das câmeras ocorreram em 2017 com “Back to Maracanã” e a novela “Escrava Mãe” da Rede Record, em 2016.
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