A atriz Alice Wegmann, que vive Solange Duprat em Vale Tudo, relembra momentos delicados durante os bastidores de novelas que fez na TV Globo
Em entrevista ao Jornal O Globo, que foi ao ar nesta quinta-feira, 19, a atriz Alice Wegmann, de 29 anos, decidiu abrir o coração e fez uma série de revelações em relação a sua saúde. No ar como Solange Duprat no remake de Vale Tudo, a artista relembrou os bastidores de novelas como Ófãos da Terra, de 2019, em que os personagens que ela interpretou geravam questões emocionais a ela.
"Em Órfãos da terra teve um dia que chorei durante 30 cenas. E, aí, fui jantar com o meu namorado e cortava o peixe chorando, não conseguia fechar a torneira. Tem um lugar emocional que mexe, desestabiliza a gente. Aí, pensei: " Estou precisando fazer uma personagem que mostre mais a arcada dentária", divertiu-se em conversa com a jornalista Maria Fortuna.
Na entrevista, Wegmann ainda relembrou o episódio de burnout que sofreu ao interpretar Maria na novela Onde Nascem os Fortes. A personagem vivia em forte sofrimento.
"Ainda não tinha maturidade de distinguir o que era personagem, atriz e Alice. Era muito intensa. Ali, entendi o meu limite. Tive que ser reanimada. Meu coração bateu a 31 e fui parar numa UPA. Estava numa cena de ação e comecei a passar mal. Passar mal. Falei: 'Tem algo estranho acontecendo, não tô com força'. Eu tremia, não conseguia falar direito. Fiquei deitada no chão, veio uma ambulância, tomei duas doses de atropina porque uma não adiantou, e tive uma reação alérgica, minha pupila ficou dilatada, não conseguia respirar direito. Minha mãe pegou foi me ver e o médico disse: 'Tive muito medo de perder sua filha'. Imagina uma mãe ouvir isso!", contou.
No fim da novela, Alice entrou em depressão:
"Acabou a série e eu entrei pra análise. Vivi um período sombrio. Era um luto. Quando acaba uma novela, série, filme, peça está perdendo a sua melhor amiga com a qual conviveu durante meses. A história, a persona que criou não existe mais. Acabou. É um vazio. Vivi essa depressão. Não tinha vontade de sair, de me ver, de que me vissem. Tinha muita vergonha de mim. Não sabia me reconhecer mais. Estava com um cabelo que não era o meu e nem da personagem. Eu pensava: 'Quem sou eu?'. E mais, a vida inteira eu emendei colégio, faculdade, um trabalho no outro. Passei a maior parte do tempo fora de casa, vivendo outras vidas. E quando, finalmente, entro de férias e tenho tempo livre, não sabia o que fazer. 'O que gosto de fazer?'. Não sei!"
Na terapia, Alice contou que encontrou a solução para lidar com as questões emocionais ao viver diferentes personagens:
"Hoje, quando vivo esses lutos, término olhe e falo: 'Não quero viver o que vivi em 2018, não vou voltar para aquele lugar'. Olho para esses pensamentos e penso: 'Peraí, estou louca, vamos acalmar, tomar uma água, fazer uma massagem'. Me ajuda muito a água, entrar no banho e deixar a agua escorrer. E, aí, eu peço proteção, me conecto com a minha espiritualidade, a minha fé. Me concentro em acender uma vela fazer a minha oração, pedir pra Deus e pros meus orixás.", disse.
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:
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