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Regina Duarte revela que até emagreceu por amor à nova peça

Em coletiva de imprensa, Regina Duarte fala sobre nova peça, 'Raimunda Raimunda', que estreia nesta sexta-feira, 19, em São Paulo

Redação Publicado em 16/10/2012, às 16h25 - Atualizado às 17h56

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Regina Duarte em coletiva de imprensa da peça Raimunda Raimunda - Maíra Vieira
Regina Duarte em coletiva de imprensa da peça Raimunda Raimunda - Maíra Vieira

Regina Duarte (65) estreia nesta sexta-feira, 19, seu novo espetáculo, Raimunda Raimunda. A peça, que conta a história de uma mulher cearense que decide tentar a vida no Rio de Janeiro, é o novo amor da atriz. “Até emagreci porque me apaixonei pelas Raimundas, pela peça. Não tenho fome, não faço outra coisa além de me dedicar inteiramente ao espetáculo”, declarou ela na coletiva de imprensa nesta terça-feira, 16.

Com toda essa dedicação ao novo trabalho, foi difícil para ela encontrar um diretor disposto a encarar o desafio. Por isso, ela mesma resolveu assumir o comando da produção. “Procurei quatro diretores para o texto, mas eles não aceitaram. Um deles até falou que não sabia como dirigir aquela peça. Mas não existe nenhuma cartilha para dirigir e nenhum dos diretores tinha a paixão que eu tenho pelo texto. O trabalho duplo não me deixa cansada. Ao contrário. É nutriente, me alimenta.”

Mas a artista não esteve completamente sozinha nessa jornada. Para ajudá-la na condução da peça, ela contou com uma assistente, que chegou a ficar hospedada em sua casa. “A Amanda Mendes me ajudou na parte organizacional. Ela fazia a ponte entre os meus delírios criativos e a equipe. Foi muito importante para o sucesso da peça.”

A montagem marca a volta da atriz, ausente dos palcos desde Coração Bazar, de 2005, e conta com os atores Allan Souza Lima, André Cursino, Creo Kellab, Henrique Pinho, Ricardo Soares, Rodrigo Becker, Rodrigo Candelot e Saulo Segreto no elenco. "Faço teatro quando sinto que o texto tem a ver com o momento em que estou vivendo, quando fala de coisas que eu quero investigar. Nunca faço por fazer. O teatro me equipara para a vitrine que é a televisão. Ele tem mais tempo de pesquisa, dá para você errar, alargar as possibilidades".

Onde está a felicidade? 

Escrita por Francisco Pereira da Silva, a peça carrega, de acordo com Regina, um humor nordestino, agil e ingênuo. "É muito divertida. Fala sobre a busca de ser feliz e as opções e bifurcações que temos todos os dias. Raimunda aparece em dois momentos. No primeiro, ela aparece em um futuro atemporal, com carência de natureza e indo para outro universo. Já no segundo ato, é um flash back, em que descobrimos quem é aquela mulher, como é a história dela. Eu me sinto tranquila para interpretar, pois meu pai é cearense, um militar. Então tenho referências da minha infância", disse. 

Ela comenta que sempre teve estreias em São Paulo e que espera mais uma vez contar com o "velho e amigo" público paulistano. "O público de São Paulo é bastante exigente e rápido.  O carinho que eu recebia há anos continua o mesmo. O meio mudou. Se antes eles me abordavam com autógrafo em papel, hoje é em foto (risos). Mas a empolgação e o brilho no olhar são os mesmos. Eu adoro", garante a atriz, que soma 35 novelas, 10 espetáculos e 14 filmes.

Probleminha com ator contestador

Em declaração à CARAS Online, Regina contou que nos bastidores da peça teve um "probleminha" com um dos atores, que adorava questionar. "Ele era o contestador, pois questionada absolutamente tudo. Teve uma vez em que ele ganhou a discussão e eu fui embora com aquilo na garganta. Mas, ao conversar com a minha assistente, ela disse: 'Que bom, a pior coisa que existe é um elenco que só diz amém'. Daí eu entendi, entendi que a democracia era importante para o trabalho".

Regina dá ao ator - a quem ela não revela o nome - o crédito do momento mais engraçado do espetáculo. "Em um dos exercícios dos ensaios, trocamos os personagens e caiu justamente com a Raimunda (risos). Só que ele mandou tão bem em um momento que eu decidi absorver aquilo para a peça. Hoje, ele tem o momento mais hilário. Mas eu não vou dizer o nome para vocês tentarem descobrir durante a peça. Quem será o contestador? (risos)".

Ela finaliza a coletiva falando sobre a importância da literatura. "Sou de uma geração que leu muito. E a literatura é responsável pela qualidade de um ator, pois, muito mais que a sua vivência, você consegue mergulhar na alma de um personagem e torná-los muito ricos. Leiam todos os autores: Jorge Amado, Eça de Queiroz, Machado de Assis, Paulo Coelho... Digo isso porque me preocupa pensar no futuro e imaginar que a literatura não encontre espaço na vida moderna".