Em entrevista à CARAS Brasil, Claudia Mauro reflete sobre história ao lado da família e trajetória com a peça A Vida Passou Por Aqui
Publicado em 15/03/2024, às 07h30 - Atualizado às 16h38
Claudia Mauro estrela a peça A Vida Passou Por Aqui, que está em cartaz no Teatro UOL, em São Paulo, até 31 de março. Em entrevista à CARAS Brasil, a atriz reflete sobre história com a produção e ressalta conexão com a família e cura do luto no teatro: "Minha história na arte".
"É uma história, de certa forma, biográfica. Minha herança genética está no texto e personagens. Não é qualquer ator ou atriz que tem essa oportunidade de viver a própria história na arte, compartilhar e levar esse mundo interno para a cena e ter o retorno que eu tenho do espetáculo. Torna ele único na minha vida, um divisor de águas com toda certeza. Existe a Claudia Mauro antes e depois da peça, tanto na vida profissional quanto pessoal", declara Claudia Mauro.
Prestes a completar oito anos em cartaz com a peça em 2024, a atriz explica que o espetáculo chegou na sua vida após a morte do pai, há nove anos, e de um AVC da mãe, há uma década. "É um alimento para mim desde que perdi meus pais. Isso é muito simbólico, é uma forma de me manter conectada com essa herança genética, levar para cena todo o aprendizado que deixaram para mim. Tive muita sorte, o amor casou com a alegria: meu pai era pura alegria e minha mãe puro amor".
"Venho de uma família festeira. Meus avós viveram muito lúcidos, tive muitos aprendizado e conversas que me deram sabedoria. Falo que quem ganhou o prêmio APTR de texto inédito foram eles, e não eu. Porque é minha ancestralidade que está ali, veio de uma forma muito iluminada e inspirada", destaca ela, que recebeu o prêmio APTR de melhor texto em 2017 por A Vida Passou Por Aqui.
Leia também: Em cartaz há oito anos, peça premiada vai virar filme: 'Desperta interesse'
Entre tantos anos com o espetáculo, Claudia Mauro explica que subir aos palcos e vivenciar os detalhes da peça ajuda a manter a conexão com a família. "Toda hora que entro em cena, eu me conecto com eles, porque revisito minhas memórias da infância e os registros da minha vida. Desde as situações, conversas, até a música, tudo ali me conecta com minha família".
"Essa conexão me alimenta e me cura da dor de ter esse momento de luto, de perda, que é uma transformação. Me renova, me cura dessa dor e dessa saudade, e posso compartilhar isso ao vivo e a cores com o público – um privilégio do teatro, diferente de filme. A sensação que tenho é que entramos ali todos muito juntos, por isso que é tão envolvente. Riem, choram e cantam, nós e o público!", completa a atriz.