O ator Diogo Almeida comemora suas conquistas e reorganiza rotina durante as gravações da novela Amor Perfeito
Os horários de Diogo Almeida (37) já não são mais os mesmos. Desde que assumiu o papel do protagonista Orlando, de Amor Perfeito, trama global das 6, a vida do ator e psicólogo mudou radicalmente. Hoje, ele grava de segunda a sábado e precisou se reorganizar para dar conta de todos os compromissos envolvendo a novela e suas outras atividades. “A demanda é grande, mas é um momento extremamente importante e desejado para mim”, afirma ele, em papo exclusivo com CARAS. Direto da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, o galã avalia as novas experiências e festeja o destaque e protagonismo não apenas seu, mas de outros atores negros na emissora global.
– Como tem sido a experiência como protagonista?
– O ritmo é bem intenso. Não esperava menos. A Psicologia tomava um tempo bem maior antes e exige uma atenção que não posso dar no momento. Hoje, estou 100% dedicado à novela. Tem o compromisso e a responsabilidade, mas também tem a questão da representatividade. Me deixa muito feliz ter esse espaço, protagonizar uma novela que tem esse olhar diferenciado para o homem preto, a mulher preta. 50% do elenco e equipe são pretos. É bacana contar uma história que não foi contada. Eu estou muito feliz de fazer parte desse momento.
– Além de Amor Perfeito, Vai na Fé e Terra e Paixão também trazem protagonistas negros. Qual a importância disso?
– Entendo que é um espaço que a gente poderia ter ocupado antes, mas, falando sobre a minha trajetória, eu acho que veio no melhor momento. A estrada contribui muito para o nosso amadurecimento. É uma responsabilidade grande e é necessária uma dedicação para que nós sejamos maduros para poder saber quais caminhos tomar. Precisa mergulhar, precisa querer muito e, às vezes, quando nós somos mais novos, temos outras coisas que nos tiram do objetivo maior. A ideia é não se perder nesse caminho. É ter cada vez mais conteúdo, firmeza, estar aberto a críticas positivas e negativas.
– Como é a receptividade do público e dos fãs?
– Eu recebo um carinho grande pelas redes sociais. Não sobra muito tempo para organizar minhas redes, quero fazer mais isso. Nos lugares que vou, quando paro para ir a um restaurante ou pego um carro de aplicativo, sempre recebo um feedback bacana, dizem que não acreditam que sou eu. Tem o carinho das pessoas mais idosas, o público fiel da novela. Pedem uma foto, me dizem palavras carinhosas...
– Com o sucesso, aumenta a exposição. Como lida com isso?
– Tento levar de uma forma bem tranquila. É uma consequência do meu trabalho. É natural que as pessoas tenham curiosidade em saber mais sobre o Diogo, além do personagem. Fico feliz com esse interesse, não é algo que me incomoda. Sou mais reservado, mas não me assusta as pessoas quererem saber mais e estarem curiosas. É importante ser sempre grato. Eu desejei estar nesse lugar e aí, quando estou, não posso me assustar diante disso.
– O que te levou a se formar em Psicologia? Como concilia as duas carreiras?
– Comecei na arte, faço teatro desde muito pequeno. Eu me formei em Artes Cênicas. Só depois de um tempo fui cursar Psicologia. Sentia a necessidade de ter um outro segmento que não me tirasse da arte. Eu cheguei até a pensar em Medicina, mas eu teria que me dedicar muito e não conseguiria conciliar com ser ator. Eu me identificava muito com a Psicologia e não queria ficar dependendo só da arte. Eu tenho esse sonho que é a profissão que sempre desejei, mas queria me proteger também. Para que não
ficasse vulnerável. Quantos atores da minha idade tiveram que parar? Tinham outras obrigações, a vida vai seguindo, vamos tendo responsabilidades. Uma profissão soma a outra. Comecei a desenvolver trabalhos com crianças neuroatípicas e mulheres vítimas de violência. Eu fico muito feliz de poder fazer alguma diferença.
– Sobra tempo para se cuidar? Se considera vaidoso?
– Uma das coisas que eu fazia era nadar, treinar e correr. Mas com o ritmo acelerado, acaba não dando tempo. Saio cedo e chego bem cansado, mas estou voltando a ter uma rotina de treino. A natação me faz muito bem, é um relaxamento. Eu não sou de comer muitas besteiras também. Eu procuro me cuidar. É uma vaidade equilibrada, nada que ultrapasse ou fique desproporcional. Não acho que eu deva abrir mão da vaidade. Temos que cuidar do nosso templo. A forma como você trata esse templo diz muito sobre nós, nosso tempo de vida e, claro, nossa saúde.
– O que espera para o futuro?
– Desejo seguir evoluindo como ator e ser um canal para que outros atores que não tenham acesso venham comigo. Na Psicologia, desejo ter um local onde possa oferecer atendimento multidisciplinar para as crianças de famílias simples, sem nenhum custo para elas.
– Que tipo de referência você quer se tornar?
– Sou um ator que veio de uma família simples, não era tão fácil acessar alguns sistemas. Fui em busca de conhecimento para poder dar novos passos que me levem adiante. Eu vejo cada passo como uma nova conquista. Desejo seguir caminhando com cada dia mais clareza nas ideias para fazer as melhores escolhas.
FOTOS: MÁRCIO FARIAS; STYLING; SAMANTHA SZCZERB; BELEZA: MAYCON FALCÃO; DIREÇÃO: GIOVANI FALCÃO; PRODUÇÃO: CARLLOS FERREIRA, VITÓRIA VECCHI E LUCAS VIEIRA; IMPRENSA: BEM TE VI COMUNICAÇÃO; APOIO: CIDADE DAS ARTES; AGRADECIMENTOS: AMIL, EDUARDO GUINLE E HANDRED