A atriz Laila Garin leva a essência de Elis Regina aos palcos: ‘Me emociona poder revisitar um marco da minha vida e da minha carreira’
Há dez anos, Laila Garin (45) foi campeã dos principais prêmios de teatro do Brasil ao dar vida a Elis Regina (1945-1982) no espetáculo Elis, a Musical. Uma década depois, a peça retorna aos palcos para curtas temporadas em São Paulo e no Rio, promovendo o reencontro entre duas artistas de épocas distintas, mas com algo em comum: a paixão pela arte. “Voltar com Elis é um grande prazer por toda a genialidade dela. É revisitar pérolas de nossa música, feitas por essa artista incrível. É emocionante porque, de certa forma, também é revisitar um marco da minha vida e da minha carreira de dez anos atrás. Reencontro inúmeros colegas e também tenho a chance de trabalhar pela primeira vez com novos artistas”, conta Laila, em papo exclusivo com CARAS.
Interpretar um ícone da vida real é um desafio e tanto, mas Laila tem experiência de sobra. Além de Elis, a atriz já deu vida a Carmen Miranda (1909-1955) e Clara Nunes (1942-1983), ambas no teatro. “O desafio é não ficar só na forma, trejeitos e olhares, mas também pegar a essência, qual a vibração da pessoa, o que ela emana. Fazer uma interpretação disso”, explica. “No caso da Elis, as músicas já são maravilhosas, o que eu tenho que fazer é não atrapalhar. O desafio é ser inteira e ser presente para emocionar as pessoas”, completa a artista, que foi parabenizada por grandes amigos da cantora, entre eles, Luís Carlos Miele (1938-2015) e Jair Rodrigues (1939-2014), ainda na primeira vez que interpretou a diva. “Todos ficaram muito emocionados. Os filhos também, foram muito queridos. Fomos muito bem acolhidos. Eu sempre fico tocada de ver o lado pessoal da Elis nas biografias, ela cuidando da casa, cozinhando, o amor que sentia pelos filhos. Acho muito bonito. A franqueza dela foi algo que sempre me encantou”, registra a artista.
Além dos palcos, Laila também coleciona trabalhos na televisão e no cinema. Sua mais recente investida é a série Fim, do Globoplay, baseada no livro homônimo de Fernanda Torres (58). Ela ainda é cantora e uma verdadeira apaixonada por música. Conciliar tantas facetas na carreira, porém, não é tarefa simples. “Trabalhar com arte e cultura no Brasil e no mundo é cheio de altos e baixos. É preciso muita vocação para lidar com essa instabilidade. Mas o que é garantido na vida? Eu não tenho escolha. Para mim, é vital atuar e cantar. Agora o mercado está mais aberto para artistas multidisciplinares, mas é difícil conciliar a agenda. Faz tempo que não realizo shows musicais, por exemplo”, diz ela.
Para o futuro, Laila sonha alto. “Eu quero fazer Edith Piaf no teatro! Quero fazer um monólogo de comédia. Quero homenagear Marília Pêra nos palcos. Quero ter a expressão cada vez mais livre. Quero ter um teatro e também um estúdio de voz”, deseja a estrela.
FOTOS: LUCAS SEIXAS/ARIEL CAVOTTI
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