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Revista / REALIZADO

Diogo Vilela marca trajetória na arte com orgulho: 'Sou o artista que eu queria ser'

Em entrevista à Revista CARAS, Diogo Vilela abre as portas de sua casa e olha com realização para as conquistas na carreira

por Fernanda Chaves
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Publicado em 14/06/2025, às 11h00

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Apaixonado pelos palcos, o artista montou um miniteatro, com cenário que ele trouxe de Veneza. - Foto: Priscila Nicheli
Apaixonado pelos palcos, o artista montou um miniteatro, com cenário que ele trouxe de Veneza. - Foto: Priscila Nicheli

A fama nunca foi uma prioridade na vida de Diogo Vilela (67), seu compromisso sempre foi com a arte. Atuando desde criança, o ator acumula grandes trabalhos na TV e nos palcos. Atualmente, já levou mais de 27 mil pessoas para assistir a O Bem Amado no teatro, lugar em que ele fez sua morada. Apesar de discreto, o artista abre a casa e o coração para a CARAS em entrevista exclusiva sobre sua trajetória. “Nunca ganhei nada que não fosse trabalhando”, afirma

– Como iniciou na arte?

– Comecei muito cedo indo à ópera e adorando cenários. Foi como se eu tivesse visto um mundo ao qual eu pertencia, porque eu era muito inadequado quando era pequeno. Era uma criança normal, brincava, mas emocionalmente eu era diferente. Aí comecei a trabalhar cedo, passei no teste da TV Globo para fazer uma novela aos 11 anos e aquilo me separou, foi um divisor de águas. Mas também sofri bullying, que na época não tinha nome e eu achava que tinha que aguentar aquilo, que era obrigado. Perdi amigos porque era uma criança que atuava e eles não tinham visto isso. Olha como o mundo melhorou neste ponto, só de a gente perceber e passar e averiguar as sensações que a outra pessoa sente quando é oprimida. Mas aquilo também me deu força.

– Perdeu fases importantes da vida por trabalhar desde cedo?

– A perspectiva de perda na minha época era diferente. Acho que eu só ganhei. Agora deixei, sim. Eu vivi meio alijado das coisas do mundo. Era uma pessoa que tinha um mundo interior tão grande, que para mim o mundo exterior eu assistia, eu não pertencia. Até hoje sou assim. Eu assisto às coisas do mundo que estão fora do meu trabalho, como um aprendizado, como adoro amigos, adoro conversar, mas não é o mundo que eu frequento. O que eu frequento está dentro da minha cabeça, que é o teatro. É uma escolha difícil, porque tem que ter muita energia, não pode ficar doente. Mas a gente adquire uma força.

– Você sempre conciliou a paixão pelo teatro com a TV...

– A TV é muito relevante, participei de muita coisa boa que adoro. Já faz um tempo que não faço, fui convidado para várias coisas, mas não coincidiu a agenda, porque eu vivo de teatro, que era o que eu queria. Hoje em dia tenho vontade de fazer novela, mas as pessoas acham que sou comediante. Gostaria de fazer agora os papéis que tenham a ver com a minha idade, com o homem que eu sou, porque acho que estou bem e estou pronto para isso.

– Teve receio de como seria após o fim do contrato com a TV Globo?

– A TV é uma estrutura forte de mídia, que dá um respaldo grande para a minha profissão, fui consagrado. Quando você não está nela, fica parecendo que está “desabençoado”. E isso não é verdade, mas existe. Então, tive que lutar para ter uma identidade fora da TV e consegui. Dentro do que mais amo, que é o teatro. Eu sabia que não ficaria sem bênção, porque tinha essa paixão que me movia, que me deixava feliz. Agora, com muita resignação, eu fico fora da mídia, também é o meu temperamento, a culpa é minha, eu gosto de ficar na minha.

– E essa história de que férias te deprimem?

– Relaxo pouco, mas sou feliz assim. Criei uma espécie de prisão mental que me satisfaz e me deixa forte ao mesmo tempo. Acho estranho quando dizem: “Vou sair de férias”, porque o meu trabalho não traz a característica de um peso a ponto de eu precisar... Agora, em O Bem-Amado, se faço quatro dias seguidos de espetáculo, quando chega segunda-feira, não consigo levantar da cama, porque é uma tensão técnica grande. Levanto, mas precisava dormir o dia todo para me recuperar. Porém, é um cansaço maravilhoso.

– Tudo o que você conseguiu foi trabalhando?

– Eu vivo disso, meu trabalho é minha vida. Nunca ganhei nada que não fosse trabalhando. Nunca falta nada. Quando pode parecer que vai faltar, alguma coisa me salva. Para não dizer nunca, ganhei um patrocínio para fazer Hamlet. A única coisa que me deram foi isso. Agora, tenho muito reconhecimento do público e isso é ganhar tudo! O público vai ver minhas peças, eles comparecem.

– O público é presente nas redes sociais também?

– Eu não vivo em função dos números, porque acho muito cruel. Eu me retiro à minha insignificância. Tenho 113 mil seguidores e sou feliz com eles. Recebo muito carinho. Os haters são pouquíssimos, porque eu também não fico dando opinião para nada. Esse negócio de ter que viralizar não é a minha cara. Sou resignado quanto ao sucesso da internet, porque também não me dediquei a ela. Se um dia acontecer de eu achar isso incrível, me dedico mais. Mas não condeno quem trabalha na internet, tem muita utilidade.

– O importante é que você tem o reconhecimento onde merece!

– Sou o artista que eu queria ser desde pequeno. Isso é muito importante. Não sou uma pessoa frustrada, revoltada, não tenho mágoa profissional, não tenho nada. Pelo contrário, minha carreira é linda, é uma coisa singular. Graças a mim, ao meu esforço.

– E você é saudosista?

– Não. Sou Escorpião, meu signo é intenso. Quando olho para o passado, fico nervoso de não poder mudá-lo. Há coisas que eu gostaria de mudar. Todo mundo tem. E isso me dá angústia. Não gosto de saudosismo, mas gosto de lembrar trabalhos, ver que em personagens que eu me achava péssimo, na verdade, eu estava ótimo. Sou muito duro comigo, agora estou deixando de ser um pouco. Estou sendo mais gentil comigo mesmo. Eu mereço.

Fotos: Priscila Nicheli/ STYLING: SAMANTHA SZCZERB; BELEZA: LAIS RÉGIA
Fotos: Priscila Nicheli/ STYLING: SAMANTHA SZCZERB; BELEZA: LAIS RÉGIA
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