Em entrevista à Revista CARAS, na Ilha de CARAS, Carol Castro celebra os frutos da repercussão de um dos papéis mais desafiantes de sua carreira
Antes de encarnar Clarice, uma das personagens mais marcantes de Garota do Momento e de sua carreira, Carol Castro (41) passava por um turbilhão pessoal. A atriz perdeu o pai, Luca, e enfrentou uma cirurgia delicada no joelho às vésperas da chegada dos 40.
“Nem deu tempo de ter crise, aconteceu tudo ao mesmo tempo”, se recorda, direto da Ilha de CARAS by GAV Resorts. “Sempre haverá tempestades na vida, mas me sinto num renascimento”, completa a estrela.
– Sente que está vivendo o seu melhor momento?
– Acredito que seja a hora da colheita de metade da minha vida. Completei 40 em um pós-operatório. Imaginava que seria de outro jeito, fazia planos... Mas a vida vem de repente e te para. Sempre achei digno amadurecer sem tentar frear certas coisas por vaidade. Muitos dizem que depois da tempestade vem a bonança. Sempre haverá tempestades na vida, mas me sinto num renascimento. Meu primeiro trabalho depois desse turbilhão foi a novela. Estou me reconhecendo e sendo reconhecida de maneira diferente, mais madura, mais completa. Não trocaria os meus 41 pelos 21. Como você fica mais dona de si, se importa menos com o que os outros vão pensar. É um momento muito especial e único.
– Já dá para fazer um balanço de como foi a novela?
– Uma das experiências mais intensas da minha vida. Uma personagem que exige muito de mim. Não poderia estar mais feliz porque é isso que eu sempre busquei: me sentir desafiada, sair de zona de conforto. É um trabalho em que estou sempre transbordando. O cérebro não sabe que é apenas um faz de conta. Vem queda de cabelo, espinha no rosto, dores musculares. É o preço que se paga quando se é muito apaixonado pelo que faz. Vale a pena porque a arte salva. A sensação é de missão cumprida. Me esforcei para dar o meu melhor. A Clarice é um divisor de águas, me sinto premiada.
– Como a questão da maternidade se fez presente?
– Tem esse lugar de querer cuidar de um outro, se colocar no lugar do outro. E depois de ser mãe, obviamente, veio todo esse lado selvagem, de leoa, loba. Isso também ajudou muito, conta muito para interpretar uma mãe. É um amor que você só sabe quando conhece. Ser mãe de dois mulherões como Maisa e Duda é incrível. Elas são maravilhosas. A energia circulou de forma mágica, foi uma simbiose. Isso também vem em outro lugar de amadurecimento. Minha filha, Nina, vai fazer 8 anos. Até esse lugar de mãe também já não é nada mais tão ‘de primeira viagem’, sabe? Você aprende a colocar sua máscara de oxigênio antes de ajudar o outro. Mas sempre será o lugar que você está tateando, buscando, se reduzindo e aprendendo. O mais difícil é conseguir ter um tempo de qualidade com a minha filha, isso eu sinto falta. A culpa de mãe, que é eterna, aprendemos a conviver e trabalhamos na terapia.
– E como é seu contato com o público e as eventuais críticas?
– A gente nunca vai agradar a todo mundo. Percebi que a maioria das pessoas que reclamam são mais jovens. ‘Como assim o vilão só vai se dar mal no final?’. Mas o folhetim sempre foi assim. A Ruth, minha vilã em O Profeta, só pagou pelas maldades dela no último capítulo. Isso é típico das novelas. Claro que sempre queremos agradar, mas não dá para levar no coração. Apesar de algumas pessoas criticarem as atitudes da personagem, elas enaltecem meu trabalho! Estou muito satisfeita com o final e espero que todos assistam.
– E o que você tem planejado para depois da novela?
– Só vou ter seis dias de férias. Gosto muito de estar na ativa. Por mais que o corpo peça descanso, me sinto viva trabalhando e amo o que eu faço. Pós-Clarice, chega a série Jogo Cruzado, do Disney+, que aborda o universo do jornalismo esportivo, dentro e fora do campo, os bastidores de um programa ao vivo. E também tenho dois longas para começar a filmar. A gente não para. Nem na pandemia eu parei. Sei que sou privilegiada, mas eu corro muito atrás, nada vem fácil. Não é sorte, é muita luta.
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