Em uma entrevista à CARAS Brasil, Dandara Queiroz, de No Rancho Fundo, revelou que faz questão de manter uma rotina alinhada com a tradição indígena
Publicado em 17/05/2024, às 06h30 - Atualizado às 18h04
Destaque na programação da TV Globo da TV Globo como a personagem Benvinda, na novela No Rancho Fundo, a atriz Dandara Queiroz (26) está aproveitando ao máximo sua excelente fase na carreira e sua estreia na televisão. Em entrevista à CARAS Brasil, ela compartilhou como mantém vivos em sua rotina os detalhes da cultura indígena, da qual é descendente Tupi Guarani.
“Até ontem, eu estava no interior do Mato Grosso do Sul, jantando em frente à TV e assistindo a essas pessoas que hoje são meus colegas de profissão. Essa ficha vai caindo aos poucos e direto me pego sorrindo à toa com esse sonho que, agora, é realidade”, celebra ela, que antes de ser atriz é formada em arquitetura.
Além de suas conquistas profissionais, Dandara celebra a oportunidade de disseminar por todo o Brasil a cultura e os valores de seus ancestrais, algo que tem muito orgulho. “A questão social e política dos indígenas do nosso País chegou com muita força à arte. São pautas da nossa realidade sendo expressadas nas composições, nos instrumentos, na dramaturgia, na moda e na dança. Estamos no momento de colocar para fora tudo o que a nossa ancestralidade nos ensinou. A dramaturgia está apoiando muito esse lugar. Eu sou muito grata a isso”, afirma ela.
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Apesar de ter se distanciado um pouco de sua aldeia durante o período de gravação da novela, Dandara conta que faz questão de levar para a sua vida tudo o que aprendeu ao lado de sua comunidade. "Uma virtude que eu uso muito no meu dia a dia de trabalho é a gratidão e a coletividade. Nas nossas comunidades isso é primordial, somos muito unidos e pensamos no coletivo. É assim que entendemos o ditado divino de amar aos outros como a si mesmo", explica.
A atriz também revelou que, além dos aspectos sociais, carrega consigo os ensinamentos espirituais de seu povo."Me fortaleço emocionalmente, espiritualmente e fisicamente de diversas formas com a minha cultura", diz.
"Por exemplo, minha concentração com o rapé, minha proteção com o petyngwá — o nosso cachimbo sagrado com defumação de tabaco —, os nossos cantos sagrados como o Boraí, que simboliza o nosso amor e gratidão por tudo que Nhanderú, o grande espírito, nos oferece nesse mundo. Também gosto de falar no nosso idioma e preparar alimentos nutritivos como banana, peixes, mandioca e chás das ervas que pego na aldeia e levo para a cidade", finaliza.