Médica combina conhecimento técnico, escuta e estratégias integradas para cuidar da vida feminina com atenção personalizada
Desde cedo, Wanessa Rezende sabia que seu destino profissional seria marcado pelo cuidado ao outro. Criada em Belo Horizonte (MG), a médica ingressou, inicialmente, no curso de Administração, mas logo entendeu que sua missão era outra. “Eu disse ao meu pai: não quero outra coisa. Quero ser médica”, relembra. Mas foi durante um estágio em ginecologia e obstetrícia que encontrou sua verdadeira vocação.
“Fui convidada para atuar em um dos maiores hospitais privados da época e me apaixonei por esse universo feminino tão complexo e delicado”, conta. A convivência com grandes nomes da ginecologia em Minas Gerais reforçou sua paixão pela área e o desejo de mergulhar no universo da saúde hormonal da mulher.
Com olhar clínico aguçado e escuta atenta, Wanessa percebeu que sua forma de atender não era convencional. Foi a partir dessa constatação — vinda das próprias pacientes — que estruturou o Método WR, um protocolo exclusivo que alia ciência, escuta e integração multidisciplinar. “As pacientes sempre me diziam que meu atendimento era diferente, que eu percebia nuances que ninguém via”, conta.
O método, criado no início da pandemia, é voltado para tentantes, gestantes e lactantes, e será expandido para todas as fases da mulher. Ele é sustentado por seis pilares: alimentação, atividade física, suplementação, sono de qualidade, saúde emocional e equilíbrio hormonal. “Não é só sobre hormônio. É sobre estilo de vida, autocuidado e consciência”, explica.
Um dos pilares da atuação da médica é a reposição hormonal. Embora respaldada pela ciência, o tema ainda é cercado por receios — muitos deles desatualizados. “É negligência não oferecer a reposição hormonal para uma mulher que precisa. Há quem ainda se baseie em um estudo ultrapassado e mal conduzido de mais de 20 anos atrás”, alerta.
Wanessa destaca que hoje se utilizam hormônios isomoleculares, com estrutura idêntica aos produzidos pelo corpo. “Com acompanhamento e indicação correta, os riscos são mínimos e os benefícios são amplos. O que não dá é para deixar mulheres sofrendo por falta de informação”, afirma.
A médica ainda lembra que há alternativas não medicamentosas para quem não pode ou não deseja fazer reposição, como estratégias alimentares e suplementares. O importante, segundo ela, é garantir qualidade de vida no climatério e na menopausa. “Não quero que a mulher apenas sobreviva. Ela precisa viver com plenitude”, defende.
Parte do trabalho de Wanessa envolve devolver às mulheres o senso de desejo, prazer e liberdade. “Recebo mulheres de 30 anos que não têm mais libido e acham que isso é normal. Não é. A sexualidade é uma parte vital da saúde”, enfatiza.
O olhar humanizado da médica também se estende à sexualidade madura. “Tenho pacientes com 70 e 80 anos que fazem reposição hormonal e vivem seus momentos íntimos com alegria. Não há idade para o prazer”, afirma.
Além disso, Wanessa trata de questões íntimas que ainda geram vergonha ou desinformação, como o clareamento vulvar, candidíase de repetição e uso de botox íntimo. Em todas elas, o foco é sempre o bem-estar integral da mulher.
Duas das queixas recorrentes no consultório de Wanessa são: a candidíase de repetição e o lipedema. A primeira, muitas vezes tratada de forma superficial, tem causas mais profundas. “Está ligada à alimentação, resistência insulínica, imunidade e até ao ciclo menstrual. Não basta receitar um antifúngico. É preciso investigar”, explica.
Com atenção personalizada, a médica destaca a importância de testes genéticos, ajustes alimentares, uso de imunoestimulantes e até vacinas específicas. O resultado é um tratamento efetivo, que devolve qualidade de vida a pacientes que antes viviam com dor e vergonha.
Já o lipedema é definido como “uma doença inflamatória e hormonal, de controle complexo e tratamento multidisciplinar”. Exige cuidados específicos, como a indicação de hormônios anti-inflamatórios, orientações sobre exercícios de baixo impacto, acompanhamento vascular e compressão adequada. “É uma doença que exige constância e adesão. Mas há controle e melhora visível”, reforça.
Com abordagem centrada na saúde e não apenas na estética, a ginecologista acompanha mulheres em processos de emagrecimento que respeitam o corpo, o metabolismo e os ciclos hormonais. “Emagrecer por emagrecer não basta. Quero que a mulher perca peso com saúde, mantendo colágeno, massa magra e vitalidade”, destaca.
Ela também chama atenção para os riscos do uso indiscriminado das chamadas “canetas emagrecedoras”. A médica explica que, sem acompanhamento, elas causam perda de músculo, ganho de gordura na volta e agravam quadros inflamatórios”, alerta. Em sua prática, todo emagrecimento é acompanhado por nutricionista, exames e intervenções pontuais — sempre com foco em saúde e permanência de resultados.
Forte presença digital, Wanessa utiliza suas redes para romper tabus e democratizar informações sobre saúde feminina. Por isso, seu intuito é abordar com leveza e técnica temas como libido, TPM, métodos contraceptivos, DIU, saúde íntima e maternidade madura.
Essa atuação digital dialoga com a vida real e reforça sua missão de ser ponte entre ciência, empatia e prática. “Gosto de mostrar que sou médica, mas também sou mulher, mãe, surfista, estudiosa. Quero inspirar pelo exemplo”, comenta.
Além disso, a comunicação eficaz aproxima suas seguidoras e pacientes. “Muita gente chega até mim pelas redes. Elas querem acolhimento, explicação, escuta. E é isso que entrego”, afirma.
À frente de uma clínica voltada exclusivamente para a saúde da mulher, Wanessa coordena um time formado por médicas ginecologistas, nutricionista e enfermeiras treinadas. Os atendimentos são pensados de forma personalizada, com integração entre exames, escuta, reavaliações e estratégias complementares.
“Meu consultório não é lugar de receita pronta. É um espaço de construção conjunta. E por isso é essencial que a equipe compartilhe a mesma visão de acolhimento e atualização constante”, afirma.
Para o futuro, Wanessa pretende expandir o Método WR para todas as fases da vida feminina e a capacitação de novos profissionais. “Quero ensinar o que não me ensinaram. Mostrar que é possível fazer medicina com escuta, com ciência e com coração”, afirma.
Mesmo com a rotina intensa entre atendimentos, estudos e família, a ginecologista não perde de vista o que a move: o desejo de ser exemplo de saúde e liberdade. “Quero que cada mulher que passe por mim entenda que há outro caminho. Que é possível ser a sua melhor versão, mesmo depois dos 40, dos 50, dos 60. Nunca é tarde para se cuidar. Não importa a idade ou a fase da vida. Sempre é tempo de se reconhecer e buscar sua melhor versão”, conclui.
Instagram: @dra.wanessarezende