Em coletiva de imprensa, equipe da novela 'Nos Tempos do Imperador' falou da emoção de produzir uma novela inédita na pandemia
A partir do dia 9 de agosto, a primeira novela totalmente inédita desde o início da pandemia irá estrear na programação da Globo. Nos Tempos do Imperador ocupará o espaço deixado pela reprise de A Vida da Gente e marcará o retorno das tramas de época na tradicional faixa das 18 horas do canal.
Parte do elenco e da equipe principal da nova trama se reuniu com a imprensa na tarde desta segunda-feira, 26, para falar sobre tudo sobre o folhetim escrito por Alessandro Marson e Thereza Falcão.
"Nos Tempos do Imperador é uma sequência de 'Novo Mundo'. A diferença é que já temos um Brasil estabelecido, desde a independência. É uma novela com poucos personagens estrangeiros, quando começamos a ter brasileiros por aqui. Era o nosso desejo falar do Imperador, o Dom Pedro II era muito querido e vamos destacar tudo de maravilhoso que ele fez com relação a cultura, educação, ciência e projeção de um novo Brasil, apesar de erros que não deixaram com que ele conquistasse tudo, dos equívocos dele e tals", disse a autora Thereza Falcão, reforçando que a novela é uma continuação de Novo Mundo, trama exibida pela emissora em 2017.
"Entregamos hoje para a produção o nosso último bloco de capítulos da novela. Trabalhamos há muito tempo com essa novela. Desde 2017, 2018, e estamos em 2021. Em março do ano passado, tudo foi cancelado pela pandemia. Pela primeira vez, a novela estará toda pronta, só faltando poucas sequências. É uma experiência muito nova, não sabemos o resultado mas esperamos que seja o melhor possível", reforçou o escritor Alessandro Marson, comentando sobre o adiamento do folhetim por conta da pandemia da
Covid-19.
E por falar no novo coronavírus, o diretor Vinícius Coimbra comentou das dificuldades de realizar um trabalho cheio de protocolos rígidos de segurança. "Foi difícil não só pelas questões práticas mas pelo impacto na dramaturgia. Precisamos de romance, ação, mas tivemos que reduzir bastante as cenas de beijo, contato físico, emoção... Contamos a história apesar do protocolo. Priorizamos as cenas mais imprescindíveis. Isso também dá um sentimento de guerrilha, apesar do receio, principalmente dos atores. Mas isso se transformou em garra e vontade de fazer! Gerou sentimento de união, de unir os corações e fazer a máquina girar. Foi um processo bonito, estamos orgulhosos de conseguirmos fazer", falou ele.
Para o ator Selton Mello (48), que vive o protagonista da história, o Dom Pedro II, o mistério envolvendo um personagem histórico tão marcante foi uma das razões de ele ter topado o desafio de voltar às novelas. "Eu não lembrava da história do Pedro II com detalhes, então, quando li os capítulos, fiquei intrigado...Um personagem tão importante na história do Brasil mas a saga dele não foi muito contada por aqui. Eu gostei disso e gostei também do que eu não li, que estava nas entrelinhas e me deixava mais instigado. Li muitas biografias e elas também não têm tantas respostas sobre ele. Isso é o papel da arte, entreter, fazer refletir e deixar as pessoas pensando, irem atrás, pensar, estudar...Em algum lugar, me identifico com ele, fiquei muito emocionado com esse trabalho", declarou.
A atriz Mariana Ximenes (40) falou da sua personagem, a Luiza, conhecida como Condessa de Barral, uma mulher à frente do tempo dela. "Fiquei super feliz de dar vida para ela. Ela representa essa mulher contemporânea, muito na frente do seu tempo, com ideias vanguardistas. Ela é delicada, mas é forte e segura. Eu não conhecia a minha personagem, conheci pelos olhos dos autores dessa novela. Ela tinha muitos conflitos, viveu muitos conflitos, por conta do envolvimento com Dom Pedro e o respeito que ela
sentia pela esposa dele, a Imperatriz Tereza Cristina", explicou Ximenes.
Gabriela Medvedovski (29), que dá vida a Pilar, uma jovem que decide largar tudo para estudar e tentar uma carreira na medicina, fez um paralelo da trama de época com a atualidade. "A trama no geral pega os acontecimentos históricos e transforma em uma discussão para a realidade de hoje em dia. Minha personagem é silenciada. Isso não foge da nossa realidade de hoje da mulher que quer ser ouvida e não consegue. Ela simboliza um pouco a história de todas essas mulheres que lutaram para serem ouvidas e
nos serviram de exemplo para hoje continuarmos com essa luta", explicou a atriz.
Para Alexandre Nero (51), o sentimento de ver a novela no ar depois de tanto tempo é uma mistura de alívio e expectativa. "Estamos na expectativa pela estreia da novela. Enquanto a novela não tiver no ar, fico me perguntando se dará certo. Foi um susto quanto tudo foi suspenso. É uma sensação de alívio, sensação estranha, estamos caminhando pelo fim do trabalho e o público para o começo do trabalho. Poderemos ver
junto com o público, mas sem mexer mais na novela", disse o ator que fará o vilão Tonico.
O diretor da novela disse que, no início, os capítulos foram gravados em ritmo mais lento por conta de tantos protocolos de segurança. Aos poucos, o esquema de trabalho ganhou força e deu uma acelerada, porém, tudo bem diferente do que era feito em tempos de pré-pandemia. "Ficou tudo mais caprichado. Os atores puderam estudar melhor os textos e terem mais tempo de concentração e preparação. Fora o tempo maior de edição. Está tudo muito caprichado!", garantiu Vinícius Coimbra.
"Se a gente conseguir emocionar, que é a função de uma novela, e ainda ensinar os telespectadores, mostrar para o público quem foram essas pessoas importantes, já teremos um ganho enorme... A novela está emocionando muito, com certeza essa emoção vai passar para o público de casa", finalizou Alessandro Marson.