Ícone do Teatro e da TV brasileira, Jacqueline Laurence morreu aos 91 anos após parada cardíaca e deixou saudades na dramaturgia brasileira; Entenda tudo
Há um ano, a televisão brasileira se despediu de um grande nome. Jacqueline Laurencemorreu, aos 91 anos, em um hospital no Rio de Janeiro após uma parada cardíaca. Nascida em Marselha, na França, a artista veio para o Brasil com a família quando ainda era adolescente para acompanhar o pai jornalista. Apesar de nunca ter se naturalizado, afirmava se considerar mais brasileira do que francesa.
Pertencente a uma geração em que se esperava que as mulheres se casassem e tivessem filhos, Jacqueline seguiu um caminho contrário ao que era esperado. A atriz partiu sem deixar para trás marido ou filhos e em entrevista ao site Heloisa Tolipan, explicou não ter sofrido as mesmas pressões que outras mulheres de sua geração: “Não casei nem tive filhos, creio que por haver custado a me adaptar ao Brasil, por ter que tomar conta dos meus irmãos, ainda que tivesse pais vivos. [...] E os namorados que tive acabaram por ser, circunstancialmente, namorados”.
Sucesso nas Telinhas
Na televisão, era conhecida por interpretar o papel de mulheres ricas, elegantes e aristocráticas. Na TV Globo, participou de novelas como “Dancin’ days”, “Guerra dos sexos”, “Cambalacho”, “Top model”, “O dono do mundo”, “Salsa e merengue” e “Senhora do destino”. Suas últimas duas aparições na televisão foram na novela “Babilônia” em 2015 e em 2020, com uma participação especial, na novela “Salve-se Quem Puder”.
Ícone do Teatro
A artista estreou no teatro brasileiro ao participar da primeira turma da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), escola fundada por Dulcina de Moraes, onde foi estudante de um grande nome franco-brasileiro, a atriz Henriette Morineau, falecida nos anos 90.
Jacqueline, conhecida por seu trabalho em cima dos palcos, passou muitos anos escondida atrás das cortinas como diretora de teatro, onde liderou grandes sucessos do Teatro Besteirol dos anos 1980. Alguns dos espetáculos assinados pela artista foram "Esperando Godot" (1984), "Greta Garbo, Quem Diria Acabou no Irajá" (1991) e "Isaura Garcia - O Musical" (2018).
Deixou Saudades
Diversos artistas compareceram ao velório para dizer adeus à atriz, incluindo nomes como Ângela Vieira, Othon Bastos, Felipe Camargo e Sylvia Bandeira. Apesar de não ter tido filhos, o legado artístico de Jacqueline Laurence segue por meio de seus seis sobrinhos.