Priscilla Presley recebe Caras na lendária mansão de Elvis e conta que trará ao Brasil grande exposição sobre o ídolo
E terno rei do rock, Elvis Presley (1935-1977) era apaixonado pelo Natal. Essa era a época do ano em que o cantor realizava sua grande alegria: reunir e presentear amigos e familiares em grandes comemorações. E ele fazia questão que a data fosse celebrada em Graceland, a lendária mansão onde viveu por mais de 20 anos, em Memphis, no Tennessee. Ao lado de Elvis, sua mulher, Priscilla Presley (66), era presença constante. Dona de beleza singular, Priscilla conheceu o astro na Alemanha, em 1959, quando ele prestava serviço militar. Ela tinha apenas 14 anos e ele, 24, e o título de ícone pop. O casamento aconteceu quatro anos depois, em 1963, em Las Vegas. Juntos tiveram uma filha, Lisa Marie (43). Em 1977, cinco anos depois de Priscilla pedir a separação, Elvis morreu. Ele sempre teve esperanças de reatar o relacionamento. Seguiram como bons amigos por toda vida. Priscilla foi modelo, atriz e desde a década de 1980 tem dedicado sua vida a perpetuar o legado do grande artista que foi seu marido. Em 2012, quando se completam 35 anos da morte de Elvis, a primeira exposição já realizada sobre o cantor fora dos EUA chega a São Paulo. “Traremos mais de 600 peças do acervo, com objetos que nunca foram exibidos e peças icônicas, como o telefone de ouro dele e a jaqueta que usou no filme Viva Las Vegas”, conta Rafael Reisman (42), da 2Share, que trará a mostra, prevista para setembro, ao Brasil juntamente com o show Elvis In Concert, com a banda original do cantor. Em uma rara entrevista, a primeira para a América Latina, Priscilla recebeu CARAS, com exclusividade, em Graceland toda decorada para o Natal. A seguir, ela relembra sua vida com o ídolo e conta por que escolheu o Brasil como destino da exposição.
– Qual era o significado do Natal para Elvis?
– O Natal era a época preferida do ano para ele, quando reunia os amigos e a família. Trocávamos presentes e tínhamos um grande jantar. Elvis gostava tanto do Natal que quando voltou da Alemanha encontrou a decoração ainda montada. O pai dele sabia desse sentimento e não tirou os arranjos enquanto ele esteve fora. Elvis também adorava dar presentes, principalmente joias. Presenteava a todos que estivessem aqui. Ele amava as luzes de Natal. Também chamava 50 entidades de caridade e entregava para cada uma delas 10000 mil dólares. Ele era muito generoso.
– Vocês se encontraram muito jovens. Como avalia a relação?
– Eu tinha apenas 14 anos. Nunca, nem nos meus sonhos, imaginava que estaria no lugar que estou hoje. Surgi na vida de Elvis no momento em que ele precisava de mim. Eu era alguém que o ouvia, alguém com quem ele podia falar, expressar suas frustrações. Ele era um homem muito solitário naquela época. Tinha acabado de perder a mãe, havia se alistado no Exército e vivia na Alemanha. Ouvi muito sobre as preocupações dele de voltar aos Estados Unidos.
– Quais preocupações?
– Ele temia não ser aceito pelos fãs da mesma maneira que era antes de ir para a Alemanha. De voltar e não estar no topo das paradas. Ele tinha medos e preocupações que discutíamos. Estabelecemos uma grande amizade logo no início. Apesar de ter apenas 14 anos na época, eu era madura.
– O que a levou a lutar para salvar Graceland e promover o legado de Elvis?
– Elvis deu tanto para tantas pessoas ao longo da vida, amava e se preocupava com os fãs. Ele merece que seu legado seja mantido vivo. Se existe uma pessoa que deve ser compartilhada com o mundo, é Elvis Presley. Ele pode não ter sido um modelo em todos os sentidos, mas representou muito para várias pessoas. Foi um exemplo de filho e um pai extremamente dedicado. É isso que me move.
– Qual é o envolvimento de Lisa Marie com Graceland?
– Ela é muito envolvida, sempre vem visitar, realiza jantares aqui e faz questão de vivenciar a experiência de estar na casa como a deixou quando saiu daqui, com apenas nove anos. Ela tem grandes lembranças da vida com o pai e é uma entusiasta dos esforços para manter o legado dele vivo.
– Por que o Brasil foi escolhido para receber a exposição?
– Essa é uma grande oportunidade para dividi-lo com os brasileiros. Sabemos que há milhares de fãs no Brasil, recebemos muitas cartas do País. Estamos emocionados com essa oportunidade.
– Como era o homem por trás do grande mito?
– O maravilhoso em Elvis é que era tão humilde e genuíno, uma das pessoas mais autênticas que já encontrei. Nunca sentiu inveja, acreditava que havia espaço para todos. Quando os brasileiros virem a exposição e o show vão sentir isso. É impossível não se apaixonar.
– Elvis era espiritualizado?
– Ele sabia que era destinado a algo grande, dizia que sentia isso desde a infância. Queria saber porque foi escolhido para ser tão adorado. Costumava falar: “Não sei porque Deus me escolheu, mas sou tão grato a Ele, quero dividir isso com outros”.
– O que você diria a Elvis se o encontrasse novamente?
Basicamente, diria: “Você estava errado ao dizer que depois de morto não teria os fãs que tinha quando vivo. Você ainda é amado, tanto ou mais que antes”. Ele achava que com 40 anos estaria velho, que sua carreira estaria acabada. Mas o maior presente que Elvis poderia ter são os fãs, que ainda hoje o adoram e o fazem estar tão vivo.