CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

No castelo, Ana Carolina dá a letra

Cantora explica como a música e a expressão das emoções a movem

CARAS Publicado em 27/10/2015, às 12h00 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Diante da imponente fachada da construção em Tarrytown, NY, Ana faz esboço para uma de suas telas. - CADU PILOTTO
Diante da imponente fachada da construção em Tarrytown, NY, Ana faz esboço para uma de suas telas. - CADU PILOTTO

Não há uma atividade, profissional ou pessoal, que deixe de ter enormes cargas de emoção e intensidade para Ana Carolina (41), cantora, compositora, musicista, diretora audiovisual e mais recentemente artista plástica, para citar alguns dos talentos explicitados nos últimos 15 anos desde que saiu de Juiz de Fora, MG, para ganhar o mundo. “As pessoas perguntam as coisas da minha vida e sempre optei por falar. Se é para servir de exemplo, acabo falando. Às vezes, até demais”, diz ela, no Castelo de CARAS, em Tarrytown, EUA.

“Gosto de trabalhar assim, com toda esta carga de emoção. Gostem ou não de mim, canto músicas que componho. Não abro mão disso. Passei anos lançando discos de inéditas e tendo público por conta disso”, decreta ela, ícone não somente nos palcos mas também na influência comportamental de seu estilo de vida e de suas ideias, ao revelar que seu próximo trabalho será uma volta ao início da carreira, apenas com a poderosa e tão conhecida voz e o violão.

Por que retomar 1999?
Toco violão, faço todos os meus arranjos a partir das harmonizações que faço. É meu diferencial. Tem gente, e isso não é menos importante, que apenas canta. Até faço isso, mas normalmente, não. No momento em que faço voz e violão, fico muito à vontade, é muito íntimo e realizador. Sinto que estou crua, porque não tem aquele monte de ornamento em volta. Sou eu, entregue. É um retorno pré-vida fonográfica. Fazia shows com um carro e umas caixas dentro, ‘ciganamente’, por todo o interior de Minas, nos bares. Quero dar espaço para outras pessoas, àquela canção que sempre tive vontade de cantar e que nunca consegui porque estava preocupada com a minha rota. Sou muito ligada às letras, têm que me pegar. Vai dar uma revigorada no meu próprio canto para o futuro.

Como vê o mercado atual?
Talvez eu não conseguiria sobreviver se tivesse que participar de um reality show, competir. Música é expressão artística. Cantoras nascem como flores selvagens no asfalto, que o empurram e o quebram. E a história está mudando. Não é mais quem tem experiência e já tocou na noite. Tem muita gente, a internet é um celeiro. Mas ainda acredito no poder da canção. Tira tudo, faz voz e violão e vê se a música é boa.

E a pintura na sua vida?
O paralelo entre a música e a pintura está na oposição. Faço música desde muito nova e já sei os caminhos do violão. Quando fui pintar, não sabia nada. Criei minhas técnicas. Cada vez mais penso que fazer uma coisa bem é fazer muito, treinar, como se fosse jogar bola. Sinto uma liberdade artística por não saber. Algum tipo de felicidade me ocorre quando estou pintando. Logicamente, outros sentimentos também surgem na pintura de um quadro, como ansiedade, tédio, raiva, preocupação, ócio, vazio, felicidade... Tudo.

Já se declarou bissexual, fala abertamente de várias questões. Não se preocupa em se expor?
Quando disse pela primeira vez que tenho diabetes tipo 1, que sou insulinodependente, sabia que tinha aquela garota com a mesma doença e que iria ver que levo uma vida de boa, independente. Sim, eu me relaciono com homem e com mulher, não tenho muito esta questão. Falo porque se tem uma pessoa que também gosta e não tem coragem, porque as pessoas ficam griladas com o que os outros vão dizer, aquela bobagem toda, de repente, elas se libertam, saem daquela eterna prisão. Em relação à sexualidade, existe uma coisa muito simples: você olha para a pessoa, a deseja ou não, gosta ou não, nada é complicado!