A cantora admitiu que a comparação com a mãe foi dura no início da carreira
Maria Rita falou sobre a morte da mãe, Elis Regina, no último episódio do programa Vai Fernandinha, que vai ao ar nesta sexta-feira, 4.
"A cabeça louca da criança que perde a mãe aos 4 anos não fica bem, fica zoada. Na minha cabeça, a culpa era minha. Com essa idade, [eu] não tinha maturidade para entender o que acontecia em volta. Eu digeri estranho, transformei mais estranho ainda e virei obcecada por estudos. Eu ia bem na escola para sumir, não queria dar trabalho. Sempre fui nerdzinha, meu pai me dava bronca, dizia: 'vai brincar lá fora", relembrou.
A cantora também reconheceu que demorou para seguir os passos da mãe. "Não queria colocar a cara porque tinha um pouco de consciência de que seria muito fácil por meus pais serem quem eram. Eu tinha 19 anos, não tinha ido para a faculdade, tinha tempo para matar. Meu pai [César Camargo Mariano] pegou o violão e disse que eu cantava no mesmo tom da minha mãe. Fechei o olho e cantei. Chitão [da dupla com Xororó] chorava copiosamente. Fiquei rebelde, falei: 'ela morreu, não volta mais'. Senti como se estivessem emocionados com ela através de mim."
"Quero que se emocionem comigo, não porque fiz algo parecido com outra. Sofri a pancadaria logo que comecei a cantar, de imitar a mãe. Isso foi muito cruel."
Maria Rita lançou 'Amor e Música', seu novo álbum dedicado ao samba, em janeiro de 2018. O novo CD de inéditas da cantora traz 13 canções de autoria de compositores renomados, dentre eles Davi Moraes, Moraes Moreira, Carlinhos Brown, Zeca Pagodinho e Marcelo Camelo.