NA VILLA, CHURRASCO É PONTO ALTO DE EVENTOS CULTURAIS
GOVERNADOR RIGOTTO APRESENTA TRADIÇÕES GAÚCHAS ÀS ESTRELAS
Redação Publicado em 06/09/2006, às 15h43
por Bianca Portugal, Janaina
Pellegrini e Ranieri Maia Rizza
A confraternização de nomes que já fazem parte da história do cinema nacional com atores que realizavam o sonho de participar pela primeira vez do Festival de Gramado deu um sabor especial ao churrasco de encerramento da 9ª temporada de inverno da Villa de CARAS, na serra gaúcha. O evento mais aguardado da semana cinematográfica contou pela primeira vez com um banquete preparado pelo restaurante carioca Porcão, que mostrou pleno domínio da técnica gaúcha de preparar o churrasco: com fogo de chão, exatamente como nas primitivas tribos indígenas do século XIX. A tradição se fez presente também com a participação do grupo Cadica Cia. de Dança, que misturava o ritmo flamenco aos passos gaúchos. "O clima é de muita alegria. Esse encontro é importante para o cinema brasileiro porque sempre consegue se superar com a presença de artistas importantes", sentenciou Germano Rigotto (56), governador do Rio Grande do Sul.
Freqüentadores assíduos do tradicional almoço da Villa, os atores Antônio Pitanga (66), Zé Victor Castiel (47), Angela Vieira (54), com o marido, Miguel Paiva (56), e a diretora Tizuka Yamasaki (57) relembraram antigos encontros e velhas histórias da turma da sétima arte. "O que torna Gramado mais especial é que temos a oportunidade de assistir a vários filmes latinos, que dificilmente são exibidos em circuito comercial", elogiou Angela, a Celina de Cobras & Lagartos, referindo-se a longas como os mexicanos El Violin e Mezcal, destaques desta edição. Tizuka, saudosa, comentou sobre o que considera o melhormomento do festival do ano passado, quando seu longa Gaijin - Ama-me Como eu Sou ganhou quatro Kikitos. "A CARAS fez um almoço sensacional em homenagem ao Gaijin. Veio tanta gente, que me senti honrada. Foi emocionante", lembrou a diretora, que neste ano integrou o júri de Longas Brasileiros da 34ª edição do festival.
Atentos às conversas, os jovens atores Max Fercondini (20), Bianca Comparato (20), Fernanda Carvalho (13), Luiza Curvo (20) e Mel Lisboa (24) acreditam que a convivência com veteranos do cinema rende mais do que boas histórias para contar. "É um verdadeiro sonho", resumiu Mel, Melhor Atriz do festival por Sonhos e Desejos, de Marcelo Santiago (45). "Estou adorando tudo aqui, especialmente respirar cinema 24 horas ao dia", completou Bianca, que ao lado da amiga Fernanda estrelou o longa mais premiado deste festival, Anjos do Sol, de Rudi Lagemann (46), vencedor de seis Kikitos. Ao contrário das atrizes, Max, o Sérgio de Páginas da Vida, se sente um veterano. "De freqüência, pelo menos, estou no mesmo patamar. Afinal, é minha quarta visita a Gramado", disse ele, com orgulho.
O bate-papo entre a turma jovem só foi interrompido pela batida dos bombos legueros, instrumentos de percussão originários da Argentina e forrados com pele de carneiro. Vestidos com o chiripá farroupilha, traje típico dos gaúchos indígenas, os bailarinos do Cadica animaram ainda mais a tarde. "Sempre danço, mas este ano estou com o joelho machucado", lamentou Eduardo Galvão (44). Já Angela Vieira e Fernanda Carvalho arriscaram alguns passos, assim como Deise Nunes Ferst (38), Miss Brasil 1986. "Adoro dançar eaqui ainda estou cercada de amigos que fico sem ver por tempos", disse Deise, moradora de Porto Alegre.
Em outro grupo, quem chamava a atenção era a ex-modelo e repórter do TV Fama, da Rede TV!, Monique Evans (50). Ao lado de João Toledo (50), presidente da Suzuki Motos do Brasil, Neusa Silveira (59), do Kurotel - Centro de Longevidade e Spa de Gramado, acompanhada pela filha Rochele Silveira (30) e o namorado dela, Fernando Estima (40), Monique surpreendeu demonstrando ser extremamente tímida. "A diferença é que no meu trabalho encarno uma personagem. Pessoalmente, sou muito recatada. Poucos sabem, mas sou evangélica", disse a ex-modelo.
Mas os temas mais discutidos no churrasco foram as mudanças ocorridas nesta edição do Festival de Gramado, em especial a de filmes de ficção e documentários passarem a disputar na mesma categoria. "Não achei bacana. O documentário por si só tem seu brilhantismo, afinal, é uma história real", analisou o ator Alexandre Moreno (37), ao lado da mulher, Clau Faria (38). "Sou a favor da mistura de gêneros. Acho que isso só veio a somar ao festival", opinou José de Abreu (60), que foi mestre-de-cerimônias do evento ao lado da atriz Andréa Buzato (34). Antônio Pitanga mostrou-se conciliador: "Todos os filmes exibidos são bons. E, no final, isso é o que realmente importa", disse o ator.
Enquanto as opiniões divergiam sobre a novidade do evento, o churrasco feito pelo Porcão era unanimidade."A equipe que veio do Rio está de parabéns. A carne e o trabalho dos assadores estão perfeitos. Eles são verdadeiros embaixadores dos sabores do Rio Grande do Sul", disse Germano Rigotto, candidato à reeleição pelo PMDB, ao lado do prefeito de Gramado, Pedro Bertolucci (60). No evento, foram servidos 250 quilos de carne para cerca de 300 vips, entre eles, o convidado especial, Carlos Gabriel (59), dono do restaurante paulista Casa do Churrasqueiro.
A reunião prosseguiu até o anoitecer, quando todos pararam para contemplar o inesquecível pôr-do-sol da Villa. "Este sempre foi o ponto alto da tarde, e sempre será. É uma visão absolutamente indescritível", sentenciou Alemir Klüsener Coletto (51), presidente do Festival de Gramado e secretário de Turismo do município, que desfrutou o momento com a mulher, Andréia Ferreira (23).
FOTOS: MARTIN GURFEIN, LIANE NEVES, CADU PILOTTO E BRUNO BARRIGUELLI
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