Ator de Ti Ti Ti faz psicanálise para não mudar a sua essência
Redação Publicado em 21/03/2011, às 21h54
No auge dos 22 anos, Marco Pigossi se define como 'velho de alma e novo de espírito'. Ao contrário do personagem Pedro de Ti Ti Ti, que, além de "pegador", nunca demonstrou respeito pelas pessoas em volta, o ator se mostra centrado e sereno. "Sempre tive a minha família presente e me apoiando em todos os momentos. Pedro não viveu isso", constatou ele, o mais novo solteiro do meio artístico, após romper relação de três anos com a biomédica Janaína Gomes (30). Simpático e falante, ri, porém, ao lembrar que também teve seu período de conquistador. "É aquela fase do início da sexualidade. Lembro do campeonato com os amigos de quem pegava mais garotas na noite", disse. Paulistano, Marco começou a fazer teatro aos 13 anos. Em 2007, quando encenava Dois Cavaleiros de Verona, de William Shakespeare (1564-1616), um produtor o chamou para um teste da novela Eterna Magia. Desde então, não parou mais. Porém, foi ao viver o homossexual Cássio em Caras & Bocas, em 2009, que sentiu o gostinho da fama. Principalmente pelo sucesso dos bordões como "choquei" e "fiquei rosa-chiclete". "O público não me conhecia. Muitos achavam que eu era como o Cássio, sei que questionavam: 'será que ele é gay?' Achava legal porque via que estava convencendo como ator", afirmou ele, que deseja agora retornar aos palcos com o fim de Ti Ti Ti.
- O que mudou em sua vida com o sucesso?
- É uma linha muito tênue. De uma hora para outra, começamos a ter acesso a tudo, nos proporcionam várias coisas. Você passa a se achar melhor do que os outros. É muito maluco. Entrei numa paranóia de ficar me analisando o tempo inteiro, do jeito que falava, se tinha mudado depois de me tornar conhecido.
- E qual a conclusão?
- Faço psicanálise há três anos. Acabei trabalhando muito em cima disso, de não deixar nada mudar minha essência, a maneira de tratar as pessoas. Sou um cara paciente. Lembro que na época do Cássio, cheguei a ter problemas de relacionamento com a minha namorada. Não tinha mais aquela coisa de ser só eu e ela. Mas me adaptei a isso.
- E o assédio das mulheres, aumentou após a fama?
- Na época do Cássio, foi maior. Até pela curiosidade em saber seu eu era gay ou não. Já com o Pedro, o assédio aconteceu, mas bem menos. Acho normal confundirem o personagem com a realidade. A mulherada ainda fica com o pé atrás comigo dizendo: você me enganou, é um galinha. (risos)
- É do tipo namorador?
- Sempre tive namoros longos. Sou tranquilo. Não gosto de balada, noite, prefiro curtir o dia, ir ao teatro, jantar com os amigos, beber um vinho. Sempre andei com gente mais velha. Minha última namorada tinha 30 anos. Meus amigos também são mais velhos do que eu. Não sei o motivo. Com 16 anos, namorei uma menina de 18. Ela me buscava em casa de carro. Com essa idade, tinha peça sexta, sábado e domingo. Não podia sair, beber adoidado, ficar gritando. Tinha uma preparação. Então, fui ficando responsável cedo.
- Como mantém a forma?
- Fui nadador profissional até os 15 anos. Continuo nadando duas, três vezes por semana. Gosto porque é um esporte solitário, você fica ali, imerso, muito em contato consigo mesmo. Quando estou dentro da água, fico decorando o texto, pensando no personagem. Saem coisas ótimas.
- Beleza ajuda na profissão?
- Geralmente se começa fazendo galã, depois vai adquirindo conhecimento e pegando bons papéis. Comigo foi o contrário. Fiz um gay, depois um antigalã. Mas beleza abre portas, com certeza. Não dá para ser hipócrita. Mas você deve usar isso como aditivo. Não dá para se sustentar só com uma carinha bonita, sem fazer um trabalho profundo de estudo.
- Você tem formação no teatro. Gosta da TV?
- Há quem diga que se desaprende na TV. Discordo. São nas pequenas cenas que você descobre o personagem. Tenho uma meta para a minha carreira. Quero usar a TV para levar público ao teatro e ao cinema. Tenho isso claro. E também desejo continuar fazendo porque é gostoso. Um ator completo tem que atuar nas três áreas.
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