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É uma bolsa, mas pode chamar de sonho

Caras e cobiçadas, as it bags vivem no imaginário fashion e são objetos de desejo. Conheça os caminhos que tornam esses acessórios irresistíveis

Bárbara Raffaeli Publicado em 25/05/2012, às 14h21 - Atualizado às 14h37

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Bolsa Silvana, da Fendi, a Marcie, da Chloé, e a Alexa, da Mulberry - Marcio Madeira
Bolsa Silvana, da Fendi, a Marcie, da Chloé, e a Alexa, da Mulberry - Marcio Madeira

Para se tornar a melhor amiga das fashionistas, acompanhar celebridades nos eventos mais badalados, ser clicada ao lado de nomes hollywoodianos e virar objeto de desejo , as it-bags, ou as bolsas do momento, seguem quase sempre o mesmo caminho e obedecem algumas regrinhas básicas.  Em um primeiro momento, tudo parece simples. Elas são usadas por um pequeno grupo de fashionistas que lançam moda, depois elas viram uma espécie de segredo de um grupo um pouco maior, até virarem o must-have de mulheres do mundo todo ao serem vistas com atrizes e trend setters que são ícones fashion.

Os primeiros passos para o estrelato acontecem logo após um desfile, quando já é possível identificar quem - ou quais bolsas - tem mais potencial para o estrelato. “Em seguida, algumas peças começam a se espalhar pelos blogs, os editoriais de moda reforçam, Angelina Jolie e Madonna são clicadas buscando a filha na escola com um determinado modelo, as lojas populares fazem suas versões e pronto”, conta Isabel Braga, empresária e sócia-fundadora da BoBAGS, site que aluga bolsas para mulheres de todo o país. “A bolsa passa a ser usada por celebridades que, muitas vezes, são formadoras de opinião e exibem seus modelos em várias ocasiões, o que desperta o desejo de quem segue tendências”, conta Dhora Costa, consultora de imagem, professora do Centro Universitário Belas Artes e do Istituto Europeo de Design e autora do livro A História das Bolsas. E é assim que nasce uma it-bag.

Mas, no mundo da moda não basta apenas seguir uma fórmula exata para fazer sucesso. O fenômeno Alexa, da marca inglesa Mulberry, por exemplo, não seguiu todos os itens exatamente à risca. A bolsa, febre há algumas estações, já nasceu amadrinhada e batizada com um nome de peso. Foi a apresentadora Alexa Chung que, ao aparecer com um modelo masculino da mesma marca, inspirou a criação da versão feminina. A bolsa foi lançada em 2010 e não precisou de muito tempo para ganhar a fama.  Mesmo em meio à crise mundial, somente em outubro de 2010, a Alexa aumentou as vendas da Mulberry em 57% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em apenas uma semana, 380 mulheres investiram, pelo menos, R$ 2 mil para ter sua própria Alexa. “Quando vi o protótipo, meu nariz mexeu porque eu podia sentir o cheiro do dinheiro”, declarou a designer Emma Hill ao jornal inglês The Guardian. “Era uma espécie de bolsa perfeita para o momento perfeito”. E a Mulberry, que nasceu como um negócio familiar em 1971, fazendo acessórios de couro e itens de selaria, chegou a valer cerca de R$ 2,7 bilhão depois da Alexa.

Sem deixar de lado o potencial para estrela fashion mas, ainda em proporções menores que a fama de Alexa, nos últimos meses de 2011, quem passeava pelas ruas do elegante bairro do Marais ou circulava entre as araras das sofisticadas Galerie Lafayette e Le Bon Marché, em Paris, se deparava com uma cara nova, porém recorrente, acompanhando o time de fashionistas francesas. O nome era comum também nos corredores da Esmod, a principal escola de moda da cidade, e no café do Palais Royal. Muitas mulheres queriam -  e ainda querem - ter a companhia estilosa e prática de uma Vanessa Bruno.

A marca francesa batizada com o mesmo nome de sua designer e que cria, além de roupas, bolsas mais do que desejáveis, ganhou fama, em boa parte, graças às atrizes Jessica Alba e Reese Witherspoon, clientes célebres. Essa publicidade gratuita e espontânea também aconteceu com a marca italiana Meli’ Melo’. Fotografada ao lado de Kate Middleton e Sienna Miller, ela virou hit de vendas. Já a Zelig, bolsa da Tila March, foi inicialmente feita sob encomenda para a editora e stylist Tamara Taichman, em 2006. Bastou ela aparecer com o modelo de lona e couro na Semana de Moda de Paris para virar sucesso, ganhar admiração das fashionistas e passar a ser produzida e vendida logo na temporada seguinte. E nesse universo das bolsas mais cobiçadas, nesse momento, a inglesa Cambridge Satchel Company começa a despontar e ganhar espaço em rodinhas badaladas.

Mas não basta estar nas mãos de uma famosa para uma bolsa se tornar desejada. Ela precisa ter um apelo e exclusividade que a tornem inigualáveis. E o preço é parte fundamental dessa fórmula. Uma Vanessa Bruno pode variar de R$ 300 a mais de R$ 1.600. E pode apostar que não faltam compradoras para a bolsinha franjada Bon Bon, da Meli’ Melo’, que custa cerca de R$ 800.

Além do acabamento impecável, da praticidade  e do charme, marcar presença em lugares badalados entra na fórmula de sucesso para somar clientes e fazer as cifras crescerem.  A Mulberry, por exemplo, promoveu uma festa privada para vips no festival de música Coachella, na Califórnia, em 2011, e faz desfiles com primeira fila concorrida.

Agora, a cria da Mulberry que vem crescendo e aparecendo é a Tillie. Também em estilo pasta, como sua irmã mais velha Alexa, ela tem tudo para ganhar ainda mais atenção. “A bolsa carteiro e os modelos estruturados vêm com tudo na próxima estação”, afirma o stylist e apresentador Arlindo Grund. E essa tendência ainda deve manter em alta a grife inglesa Cambridge Satchel Company, febre entre os blogs fashionistas. Seu único modelo, estruturado e inspirado nas antigas pastas escolares, acaba de ganhar novas cores, metalizadas e fluos, e promete ser bastante clicado.

Se alguns modelos tem apenas  seus cinco minutinhos de fama, outros não perdem nunca a majestade e apenas ganham aquele charme único que vem com idade. São “senhoras” elegantes, como a 2.55 da Chanel, a 1973 da Gucci, LadyDior da Dior e a Birkin da Hermès. "Em todos esses casos bem-sucedidos, mais do que uma madrinha de peso, a tradição da grife ajuda a prolongar - e manter - o sucesso. Afinal, para ficar sob os holofotes até a maturidade, é preciso “ser um modelo atemporal, prático, com design clássico e ser desenvolvida por uma marca tradicional”, define Dhora.

“As marcas perceberam que as bolsas precisam fazer parte do look e atender várias funções e estilos”, diz Grund.  Mas quem quer comprar a bolsa do momento precisa ficar atenta. Porque entre uma capa de revista e outra basta um piscar de olhos.  E só o tempo dirá quem tinha mesmo talento ou era apenas mais um rostinho – ou bolsinha – bonito.