Uma aula de cidadania que, ao mesmo tempo, nos emociona e conduz a uma reflexão otimista sobre as boas propostas para o futuro das cidades brasileiras. Essa é a X Bienal de Arquitetura de São Paulo, que fica aberta até 1º de dezembro com o tema Cidade: Modos de Fazer, Modos de Uusar, Modos de Agir. Realizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), sob a curadoria-geral de Guilherme Wisnik (41), o evento discute impasses urbanos como densidade, espaço público-privado e mobilidade, convidando o público a experimentar a capital paulistana e visitar seus oito pontos de exposição. A base da Rede Bienal é o Centro Cultural São Paulo, que reúne o conjunto Modos de Agir, com pesquisas e exposições produzidas especialmente para o evento. O presidente do IAB-SP e responsável pela organização da bienal, José Armênio de Brito Cruz (54), acredita que “o direito à cidade é o direito à cidadania e o propósito da bienal é ser um polo de articulação política para discutir o desenvolvimento urbano.” No Sesc Pompeia está a exposição Modos de Colaborar, com projetos alternativos que respondem às dificuldades enfrentadas nas cidades atualmente. Pois “o desafio central da arquitetura é redesenhar e qualificar o espaço urbano. Os arquitetos da bienal de hoje querem construir as cidades do século XXI”, afirma Sérgio Magalhães (69), presidente do IAB-Brasil. Sentado ao meu lado na solenidade de abertura, o grande arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha (85) me disse que “a única maneira de assumir atitudes políticas e tomar iniciativa é ouvir a opinião pública. A bienal é esse fórum que pode trazer propostas para o recém-criado Ministério das Cidades”.