Madeireira usa a seringueira cultivada, o que evita o desmatamento e da dupla função para a árvore
Não há dúvida de que o móvel de madeira é uma paixão nacional. Mas essa matéria prima está se tornando cada vez mais escassa. Trazer uma alternativa sustentável para sua extinção é um dos objetivos do Projeto Seringueira, criado pela madeireira Madeibor, que visa ao aproveitamento da madeira da seringueira cultivada, evitando o desmatamento e dando dupla função para a árvore. Após cumprir seu ciclo de produção de látex, com cerca de 35 anos, a seringueira é cortada e pela primeira vez no Brasil usada na indústria moveleira. Em países asiáticos, esse mercado está estabelecido há mais de 20 anos, justamente com sementes recolhidas na Amazônia no final do século XIX, quando éramos o único produtor de borracha do mundo. E para promover o uso dessa nossa madeira, de uma das árvores nativas mais importantes do País, cinco designers brasileiros foram convidados a desenvolver criativas peças inspiradas nos atributos da seringueira. O santista André Cruz (41) escolheu combiná-la com concreto, porque, assim como o látex, o cimento inicialmente está em estado líquido. Já o paulista Paulo Alves (48) explorou o formato e as ondulações comuns de um tronco. Usando a desigualdade natural das ripas, o gaúcho Fernando Jaeger (57) criou um conjunto de mesa e banco. Os irmãos paulistas Sérgio (48) e Jack Fahrer (46) destacaram a possibilidade de pintá-la, desenhando a cadeira Charles Miller. E o carioca Zanini de Zanine (34) projetou uma banqueta com a madeira maciça. O que antes era usado como lenha, agora pode se transformar em verdadeiras peças de design.