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Decoração / Anuário

Mistura Fina: peças antigas e contemporâneas

Peças Antigas e contemporâneas podem viver sob o mesmo teto, desde que haja proporcionalidade, equilíbrio e bom senso

Redação Publicado em 02/08/2010, às 18h19 - Atualizado em 03/08/2010, às 17h53

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VELHO NOVO O DECORADOR LUIZ BICK OPTOU POR COMBINAR CADEIRAS E UM LUSTRE DE ÉPOCA COM A MESA CONTEMPORÂNEA NESTE PROJETO - Divulgação
VELHO NOVO O DECORADOR LUIZ BICK OPTOU POR COMBINAR CADEIRAS E UM LUSTRE DE ÉPOCA COM A MESA CONTEMPORÂNEA NESTE PROJETO - Divulgação
Unir o antigo com o contemporâneo não é uma heresia. Ao contrário: pode ser o segredo de uma bela e original decoração.O grande desafio é saber escolher peças que não sejam conflitantes, ou seja, que não "briguem" entre si em relação a estilo e proporção. "A mobiliária italiana de última geração, que chamamos de contemporânea, vai muito bem com a mobiliária francesa Luís 15, com a germânica, conhecida como Biedermeier, e com a dos anos 1940. Porém, não é recomendado misturar esses estilos", ensina Roberto Migotto, decorador conhecido por combinar o clássico e o atual em suas criações. Muito usada na decoração atual, a mescla do antigo com o contemporâneo começou, segundo o arquiteto e decorador João Armentano, na década de 1990. "Foi quando o mundo da decoração se libertou das regras para tornar o ambiente mais descontraído e irreverente", diz. Ele exemplifica. "Você se lembra da casa da sua mãe ou da sua avó? Ou era austera ou era transada, estilo anos 1970, mas não havia uma mistura, uma brincadeira. Cerca de 15 anos atrás, as pessoas começaram a se divertir e a pensar: se eu tiver um poltrona da minha avó, qual o problema em colocá-la na sala com meu sofá de design? Ela combina comigo, com minha história". O que estava em voga - e continua até hoje - é a casa com a personalidade de seus moradores. "Usar uma peça antiga na decoração costuma dar à casa um toque mais pessoal. Todo mundo tem uma história de vida; um móvel que herdou da família ou uma peça que trouxe de viagem que pode exercer esse papel", afirma Luiz Bick, que também adota a mescla do novo com o antigo em seus projetos de decoração. Decorar uma casa aliando peças antigas e contemporâneas é mais desafiador do que seguir um estilo puro. "É muito mais cômodo encomendar o sofá que combina com a mesa", diz Armentano. Na hora de misturar peças clássicas com atuais, os decoradores chamam a atenção para dois fatores: equilíbrio e proporcionalidade. "Não adianta adorar uma mesa imensa de jacarandá e ninguém conseguir entrar na sua sala. A peça tem que ser proporcional ao espaço e dialogar com os outros móveis da casa", afirma Armentano. Dialogar significa não competir em atenção com outra mobília que componha o ambiente. "Na minha casa, tenho uma mesa de madeira antiga do [designer brasileiro] Sergio Rodrigues que herdei do meu pai e combinei com cadeiras de acrílico transparentes de última geração. Optei por cadeiras 'leves' porque o importante era valorizar a mesa", ensina. Para acertar nas combinações antigo/ novo, é preciso ter sensibilidade e referências. Bick acredita que não existe uma fórmula para essa mescla, mas faz sugestões. "Pode ser uma cômoda num hall lindo, um par de poltronas no living ou uma mesa contemporânea com cadeiras antigas na sala de jantar", diz e acrescenta que "é preciso ter coerência dentro do estilo adotado e bom senso, não bom gosto, porque gosto é discutível". Primeiramente, o decorador costuma avaliar a estrutura da casa. Se o espaço apresentar uma estrutura mais clássica - ele se refere a molduras, pé-direito e rodapés, por exemplo -, vai optar por uma decoração mais contemporânea. E vice-versa. A mistura pode valorizar ambientes, sobretudo aqueles em que você "recebe pessoas", como o living e a sala de jantar, de acordo com Frederico Dias, proprietário da loja de antiguidades Benhur, em São Paulo. "Uma luminária, um lustre, uma poltrona ou um espelho antigos trazem um elemento belo e aconchegante para a casa", diz. E como escolher entre tantas opções? Marcos Rezende, proprietário do antiquário Ivy, dá a sua dica: "O grande segredo para comprar antiguidades é simples: basta se apaixonar pela peça. É como comprar uma obra de arte."