Arquitetos e decoradores repaginam os 22 ambientes para a temporada 2015 em Angra
Caramanchão Externo by Jóia Bergamo
A Ilha de CARAS ganhou ainda mais toques de requinte na sua já tradicional passarela de celebridades no verão. Inspirados na trajetória de Grandes Criadores Fashion, renomados arquitetos, designers de interiores e paisagista levaram sofisticação e conforto aos 22 espaços. O Caramanchão Externo, cartão de visitas do local, homenageia o italiano Emilio Pucci (1914–1992) através do olhar de Jóia Bergamo (53). Chama a atenção de imediato um grande painel com a figura do estilista. “É uma marca registrada dele, a foto em que aparece sentado no jardim. Coloquei duas cadeiras giratórias e fiz um tapete de gramado para dar a sensação de terceira dimensão para quem for fotografado sentado ali”, explicou a profissional. A simetria e as nuances de azul, verde e terrosos muito usadas por ele aparecem nas estampas originais dos tecidos de sofás e nas almofadas, onde se veem ainda croquis do próprio italiano. O espaço, muito utilizado para shows, foi dividido em dois estares interno e externo. No mobiliário, Jóia mostra estilos étnico, nas fibras do mobiliário, e contemporâneo, nos elementos decorativos em aço inox.
Caramanchão Interno by Solange Medina
Uma libélula de cobre de 6m no Caramanchão Interno representa o símbolo de uma das principais coleções de joias de Louis Tiffany (1848–1933), destacada por Solange Medina (66). No seu trabalho, a arquiteta fez prevalecer em todo o ambiente o tom azul característico das peças do joalheiro homenageado nesse espaço. “No projeto, eu não tinha como ignorar esses dados tão importantes. A libélula foi muito marcante nos broches dele em suas primeiras coleções”, explicou Solange, que apostou em estampas de listras iguais para forrar os sofás e cobrir as laterais do bar. Só que, em vez de tecido, ela usou 11m de adesivo plastificado para a área, uma das mais frequentadas da Ilha. Os tampos de vidro das mesas também receberam adesivos para harmonizar o ambiente. A iluminação, com led em pequenas calhas de madeiras de forma irregular para jogar luz para cima e banhar a marcenaria do teto, tem a assinatura de Maneco Quinderé (51). Para finalizar a decoração, a arquiteta lançou mão de cerâmicas brancas e vasos na cor. Ventiladores com as pás de palha de bananeira foram instalados no teto para refrescar os convidados.
Píer do Continente by Edson Lorenzzo
O arquiteto Edson Lorenzzo (40) buscou referências na linguagem dark e sofisticada das criações de Alexander McQueen (1969–2010) para decorar o Píer do Continente. Como a rainha Elizabeth II (88) sempre foi inspiração para o estilista britânico, Edson mostra esse ar do glamour e da coroa em detalhes como a cortina com renda e pena de faisão, o lustre italiano que lembra fitas de aço inox e prata e a ball chair vermelha em acrílico. “Ele tem essa linguagem mórbida nas roupas, mas com sofisticação”, contou o arquiteto, que colocou formas geométricas na parede e no tapete, remetendo ao pintor Piet Mondrian (1872– 1944), homenageado por McQueen em uma coleção. O local onde os convidados são recebidos no continente antes do embarque para a Ilha acabou totalmente reformado. “O espaço era aberto, a passagem pelo meio, então, ficava limitada em 15m². Dupliquei a área, jogando a circulação de serviço para o lado de fora, caracterizando um ambiente vip de espera”, explicou. Ainda se destacam um painel em madeira de demolição serigrafada na parte externa e duas portas pivotantes com trabalho em papel e isopor do artista plástico Henrique Rodrigues.
Restaurante by Oscar Mikail
Predominante nos traços do designer russo Romain de Tirtoff, mais conhecido como Erté (1892–1990), o estilo arte déco inspirou Oscar Mikail (49) na decoração do restaurante. O local, que comporta 80 pessoas sentadas, ganhou essa influência nas misturas de estampas de capas de cadeiras e jogos americanos. “Usei o conceito de manter a mesma gama de cores, esse dégradé, em tons pastéis de azul rosa e verde, para dar unidade”, explicou. Um toque de sofisticação é visto em três grandes lustres com flores em cristal e também em sete pingentes na mesa central do bufê. Já para o deck, Oscar trouxe ares modernos, com quatro cadeiras estilo “Painho”, de corda sintética, nas pontas das mesas retangulares. “O arte déco foi a transição do clássico para o moderno. Então, fiz essa brincadeira de trazer o contemporâneo para o lado de fora, pegando os mesmos tons, só que mais fortes”, disse. Na parede toda em azul, espelhos dão a sensação de amplitude ao espaço e também aproximam a exuberante paisagem. “Enquanto almoçam, os convidados veem o mar refletido ali, ao seu lado”, explicou. O intuito do profissional foi criar um ambiente sofisticado com descontração.
Living by Elaine Ramos
A trajetória do joalheiro Peter Carl Fabergé (1846–1920), nascido em São Petersburgo, na Rússia, está contada nas paredes e nos detalhes decorativos do Living, ornamentado por Elaine Ramos (51). Em 36 impressões planas, criadas por Alex Pardella (39), veem-se os famosos ovos decorativos cravejados com brilhantes, os czares, o balé, além de croquis e a primeira loja de Fabergé. “Até hoje o trabalho dele é sinônimo de elegância. Quis misturar o russo com o clássico e o contemporâneo para não deixar o ambiente duro, pesado. Por isso, fiz uma composição de sofás e cadeiras que remetem ao passado, também mostro nos tecidos o colorido dos ovos para descontrair, harmonizar”, explicou. O teto ganhou iluminação de trilho e impressão plana copiando estamparias de tecidos. “Quando pesquisei a decoração russa, percebi que eles tratavam muito os tetos”, contou. No ambiente de boas-vindas, destaque para a mesa de madeira e o lustre spectaculaire em cristal. Na sala de estar, estão dois sofás, armário, rack e baú rústico, elementos decorativos como budas em madeira e candelabros em prata, além de TV de led de 65 polegadas, instalada pela High End.
Guarda-volumes by Claudia Brassaroto
Para retratar a história do francês Louis Vuitton (1821–1892), a arquiteta Claudia Brassaroto (47) optou por mostrar em um ambiente envidraçado de 35m² como o estilista criou sua grande marca. “Ele trabalhava na marcenaria do pai e começou a desenhar malas para a realeza. Por isso, optei em transformar este locker imenso em uma das peças que foi start de todo o seu trabalho”, explicou. Claudia ainda separou três partes do locker e pôs espelhos em suas laterais. “Assim, as mulheres podem dar uma retocada na maquiagem, passar um batonzinho”, acrescentou a arquiteta, que idealizou um espaço clean. Como as primeiras peças do estilista foram feitas em madeira, Claudia quis destacar em outro canto do ambiente um baú e dois manequins representando a alta-costura, todos do mesmo material, além de caixas forradas com detalhes em couro solado, característica da grife. “Iniciando com essas malas diferenciadas, a Vuitton se tornou a marca mais conhecida e copiada mundialmente”, ressaltou ela, que usou orquídeas para dar o toque feminino ao local. “As lojas dele são sempre muito elaboradas. Com estas flores dou um ar de sofisticação”, disse a arquiteta.
Camarim by Sophia Galvão
Quem conhece a vida e as criações de Coco Chanel (1883–1971) rapidamente percebe que a estilista francesa inspirou a decoração do Camarim, assinada pela arquiteta Sophia Galvão (34) em seu primeiro trabalho na Ilha de CARAS. Entre as muitas referências, um ícone logo destaca-se próximo à porta. Um grande número 5, feito com pequenas lâmpadas, remete ao perfume mais famoso da marca. A filosofia do trabalho de Coco também é lembrada através de uma célebre frase na parede: “In order to be irreplaceable, one must always be different (Para ser sempre insubstituível, deve-se ser sempre diferente)”. Em outra parede, Sophia pôs painel em tecido matelassé, usado nas famosas bolsas Chanel. “Fiquei feliz de estar aqui onde todos querem vir pelo glamour. Quis me superar com a responsabilidade de criar um espaço inspirado em um ícone e nos seus produtos dos quais sou fã e uso”, frisou, mostrando estar atualizada. “A nova campanha, com Gisele Bündchen, deu ar de modernidade à clássica Chanel. Procurei seguir essa linha no ambiente”, disse ela, que usou pérolas, lustre de cristal e mesa central em tom bois de rose, nome de madeira da qual se extrai óleo para perfumaria.
Bambuzal by Carlos Carvalho e Rodrigo Beze
Os arquitetos Carlos Carvalho (27) e Rodrigo Beze (28) imprimiram um tom rústico ao Bambuzal ao retratar o italiano Guccio Gucci (1881–1953), que fundou sua grife como uma loja de selaria de couro. “Ele ficou conhecido pela qualidade de suas peças e do couro que utilizava. Seu início de carreira foi voltado para o público de equitação. Então, harmonizamos nosso espaço misturando esse universo ao que todo mundo conhece hoje, o famoso Gucci verde e vermelho”, destacou Rodrigo. Assim, usando as cores marrom e areia, deram um tom mais seco ao espaço dividido em três lounges, com sofás e almofadas com faixas em verde e vermelho. “Aqui é uma área bem aconchegante. As pessoas podem relaxar aproveitando o visual da baía de Angra”, sugeriu Rodrigo. No bambuzal, uma grande mesa chama a atenção. “Nós a fizemos de tijolos de concreto celular para ser leve e a prendemos com cintos de couro”, explicou Carlos. E, para fechar toda a parte de trás, usaram brises de madeira com uma plotagem do rosto de Gucci. “Isso é uma característica das fachadas das suas lojas, todas têm brises”, lembrou Carlos.
Bangalô 1 by Mario Brasil
O arquiteto e urbanista Mario Brasil (47) retratou nos detalhes da decoração do Bangalô 1 a história de Cristóbal Balenciaga (1895–1972). O profissional emoldurou fotografias do estilista espanhol na fase jovem e depois mais velho e as pendurou em destaque na parede principal do quarto, próximo às cabeceiras das camas. Ao lado deles, outros dois quadros, com imagens de escrivaninhas, em referência às que ele usava para desenhar suas criações, foram colocadas para compor o ambiente. A sofisticação veio através de acessórios como as almofadas afiveladas a cintos de couro com a predominância da cor preta, muito forte na grife Balenciaga. “Quando ouvia seu nome, vinha à minha cabeça suas bolsas. Mas a carreira dele começou na alta-costura. Logo, quis valorizar isso. Ele foi o criador do vestido balonê e de outras tendências da época. Diziam que era o arquiteto da alta-costura”, contou Mario. Na sala, o profissional, estreante na Ilha de CARAS após 16 anos de carreira, também quis valorizar o litoral de Angra dos Reis e pendurou telas do artista plástico Fernando Leitão com o tema praiano.
Bangalô 2 by Jorge Nascimento e Guilherme Saggese
O estilista Yves Saint Laurent (1936–2008) morou durante muitos anos em Marrakech e essa proximidade com a cultura marroquina acabou inspirando bastante suas criações. Transformado em museu, o Jardim Majorelle, onde ele viveu, é um dos pontos turísticos mais visitados do país e, baseados nele, os arquitetos Jorge Nascimento (49) e Guilherme Saggese (48), sócios há quase 20 anos, decoraram o Bangalô 2. “É um jardim bem colorido, onde se destacam as cores verde, azul e amarelo, muito presentes nas criações de Saint Laurent. Lá, inclusive, foram jogadas as cinzas dele. O jardim é um oásis no país, cujas construções são em terracota”, observou Guilherme, que visitou o local em 2007. As mesmas cores estão presentes nas almofadas, mantas, no dossel, nas cortinas em gaze de linho e no veludo que cobre a cama. Ao lado dela, um enorme biombo chama a atenção pelas réplicas dos esboços de moda do estilista. Na sala, há um quadro com o retrato de uma porta marroquina e um espelho com design típico do país africano. Os tons coloridos também estão presentes nos vasos com cactus na varanda.
Bangalô 3 by Brunete Fraccaroli
Quem entra no Bangalô 3, decorado por Brunete Fraccaroli (49), tem a sensação de estar em um grande baile de gala. As referências à sofisticação e ao luxo das criações do francês Christian Dior (1905– 1957), nas quais inspirou-se para o projeto, estão por todos os espaços da sala. Desde o lustre de cristal Baccarat, o espelho mandala, os abajures de Murano, as cortinas de seda, champanheiras e bandejas de cobre até os grafites nas paredes feitos pelo artista plástico Jey 77 (37). “Toda a linha dele sempre teve muita rosa, longos para festa, desenhos de símbolos de Paris, a Torre Eiffel. Fiz uma sala de baile gostosa, para arrasar. No quarto, mostro as mulheres se produzindo para essa festa”, contou. Por ser um espaço à beira do mar, a arquiteta também decidiu mostrar o rústico através dos móveis, o sofá, as poltronas e o tapete kilim. “Para ter um contraponto, de origem, pé no chão, afinal, estamos numa Ilha. Dior tem esse lado sóbrio, mas também um de cores”, explica. No quarto chama a atenção um quadro com a pintura do retrato do estilista. “Ele era elegante e atemporal, isso se percebe ao ver hoje as suas criações. São atemporais, assim como a decoração desse espaço”, avaliou Brunete.
Bangalô 4 by Duda Porto
A grande inspiração na carreira da estilista Jeanne Lanvin (1867–1946) foi enaltecida no Bangalô 4, pensado por Duda Porto (41): Marguerite di Pietro (1897–1958), a única filha da francesa. Quadros com molduras envelhecidas, com reproduções das duas juntas, estão espalhadas pela parede branca da sala. “Lanvin era chapeleira, mas começou a ser reconhecida fazendo roupas para crianças inspiradas na herdeira”, explicou o arquiteto. O ambiente clean ganhou apenas a cor azul em destaque, remetendo ao azul Lanvin, que sempre aparecia nas coleções da estilista, colorindo as almofadas e os detalhes do tapete. O arquiteto também usou acessórios vintage, como grandes despertadores e uma poltrona Pasha de policarbonato, idealizada em 2010 pelos designers Claudio Dondoli e Marco Pocci. “Também achei que não poderiam faltar aqui elementos ligados ao mar. Afinal de contas, estamos na praia. Então, acabei fazendo um mix no espaço”, acrescentou Duda, que, para dar o toque praiano, escolheu uma mesa de canto feita em corda e colocou várias conchinhas em pontos diversos na mesa de centro.
Bangalô 5 by Gorete Colaço
Cores alegres e listras, marcantes em coleções do francês Guy Laroche (1921–1989), foram a inspiração de Gorete Colaço (45) para criar o Bangalô 5. “Até hoje ele é um clássico, os desfiles são muito coloridos, tentei usar nos detalhes laranjas, amarelos e verdes. Ele é muito famoso nesses dégradés”, explicou a arquiteta. Os tons aparecem muito nos tecidos de almofadas da sala, nas paredes e colchas do quarto, onde se destaca ainda uma pintura em grafite do rosto do estilista. Na sala, a profissional optou em abusar de Paris, cidade em que Laroche nasceu e fez seu primeiro desfile, que já foi um sucesso. Na parede, um grafite da Torre Eiffel e também o de uma mulher com vestido e bolsa estilizados em referência à moda criada por ele. Um grande espelho dá amplitude à sala, onde foram colocadas duas poltronas listradas e uma cadeira de balanço. “Laroche era farrista, gostava de beber, de festa, de receber amigos. Acho que por isso vem essa alegria nas cores dos desfiles, ele nunca foi minimalista. Minha intenção foi mostrar isso aqui e quero que todos se sintam assim, aconchegados, felizes e não tenham vontade de sair”, completou ela.
Banheiro by Guilherme Osborne
O arquiteto Guilherme Osborne (52) montou uma verdadeira galeria com reproduções de trabalhos do joalheiro René Lalique (1860–1945) nos Banheiros e no corredor que os liga. O profissional também buscou inspiração na vida do francês para compor os ambientes. Por causa da forte tendência de Lalique em usar madrepérolas nas peças, essencialmente em estilo art nouveau, ele se baseou nas cores da substância, os tons pastéis verde e bege, para o trabalho. As cerâmicas também são esverdeadas. Em referência à época em que viveu o homenageado, Guilherme apostou em espelhos jateados para a pia, lustres no formato da flor copos-de-leite, com a corola virada para baixo, e piso de mármore rajado. “Fiz uma releitura da época, tentando manter todo o seu glamour. Busquei valorizar os momentos importantes da trajetória profissional tão especial e significativa de Lalique, que tornou-se atemporal pela bela produção deixada por ele”, reforça o arquiteto, que criou duas vitrines em cada banheiro com pequenas “joias” na forma de borboletas, uma das marcas registradas das criações do visionário joalheiro.
Banheiros da Sauna by Thoni Litsz
Croquis que reproduzem as criações de Salvatore Ferragamo (1898–1960) na década de 1950 ganham destaque nas paredes dos Banheiros Masculino e Feminino da Sauna, assinados por Thoni Litsz (36). “Ele começou fazendo sapatos, eram os melhores e mais bonitos. Mais tarde, a marca expandiu com roupas e perfumes”, observou o profissional. Fã do italiano, Thoni decorou o ambiente com duas peças originais do hom enageado: formas de sapato em madeira. “Comprei em um antiquário em Milão, por acaso, sem saber que iria desenvolver este projeto aqui. Gosto do trabalho dele, todo ano vou à feira de moda de Milão”, contou o arquiteto. Cada ambiente clean com uma gama de off-white, como era usado no trabalho de Ferragamo, é iluminado por lustres italianos de três braços típicos da época dele. Já o jogo de banheiro remete à porcelana europeia. Thoni deu destaque ainda às estrelas que usavam as criações de Ferragamo, expondo fotos de divas como Audrey Hepburn (1929–1993), Vivien Leigh (1913–1967) e Sophia Loren (80). “O banheiro é um espaço onde se fica o mínimo possível, então fiz com que ele tenha uma bossa”, finalizou ele.
Heliponto by Jairo de Sender
Os ares parisienses tomaram conta do Heliponto, tendo como inspiração Jean Patou (1887–1936). O arquiteto Jairo de Sender (57) trouxe referências significativas e inovadoras da vida do estilista francês ao repaginar o ambiente. As almofadas de Renata de Lamare, estampadas com croquis, a Torre Eiffel e o frasco do famoso perfume do homenageado, estilizado com as iniciais do nome de Jairo, resumem a trajetória profissional de Patou. Ele foi um dos precursores da moda esportiva e, em dado momento, chegou a dedicar-se apenas às fragrâncias. Mas, recentemente, a marca retomou ao mundo fashion. Por isso, Jairo valorizou o momento imprimindo desenhos do estilista em seis painéis de PVC que servem de tapetes para o espaço de convivência. O estilo da marca também está impresso na exuberância de luminárias redondas enormes e pufes de cordas náuticas laranjas e azuis berrantes. “Tentei trazer seu lado mais ousado nesses detalhes”, explicou o arquiteto, no ar com o quadro Dando um Retoque no programa Mais Você. Ele apostou ainda em móveis giratórios, o que facilita a visão de 360º do mar.
Deck Lateral by Ricardo Melo e Rodrigo Passos
Para Ricardo Melo (40) e Rodrigo Passos (40), o maior desafio de criar o ambiente do Deck Lateral, inspirado em Pierre Balmain (1914–1982), foi o fato de ser ao ar livre. “O mobiliário precisa resistir à chuva e ao sol”, frisou Ricardo. Como solução, a dupla usou, por exemplo, sofás e cadeiras de fibra artificial. E, claro, não deixou de lado as referências ao trabalho do estilista francês que vestia estrelas como Brigitte Bardot (80) e Marlene Dietrich (1901–1992). Com sua alta-costura, ele ficou conhecido como rei da moda francesa. “Balmain tem uma característica clássica e geométrica, então procuramos manter o ambiente com esse aspecto. As estampas das almofadas em preto e branco, cores que dominavam suas criações, lembram a composição visual dele. Há ainda listras em zigue-zague, retas e manchas”, acrescentou Ricardo. O gazebo, as luminárias arandelas e os cachepôs de madeira com flores também imprimem classe ao espaço, onde ainda se destacam quatro reproduções de croquis do aclamado estilista. À noite, a área é iluminada com focos de lâmpadas inseridas no chão.
Deck da Piscina by Juliana Massotti e Flávia Coelho
A famosa Casa Casuarina, em Miami, mansão onde vivia Gianni Versace (1946–1997) quando foi assassinado, é o ponto de partida do projeto das sócias Juliana Massotti (33) e Flávia Coelho (42) para o Deck da Piscina. Marcas do estilista italiano, as cores ouro e preto prevalecem nas peças da decoração, assim como a Medusa estilizada impressa no tecido das almofadas. “Esses detalhes remetem à extravagância, ao toque de luxo de Versace. Mas como estamos em uma Ilha, a gente quis quebrar um pouco isso, utilizando madeira no mobiliário específico para área externa, fibras sintéticas e alguns tecidos claros”, contou Juliana. Para o conforto dos vips, as profissionais dividiram o deck em três lounges, com sofás e poltronas. “São espaços reservados onde grupos diferentes podem se reunir ao mesmo tempo para relaxar e contemplar esta paisagem maravilhosa. Espero que todos se sintam felizes e muito confortáveis aqui”, disse Flávia. Também há uma mesa e gardens para momentos de confraternização e brindes. “Versace sempre foi muito festeiro, gostava de receber em sua casa”, explicou Juliana.
Deck do Ofurô by Andrea Duarte
Para relaxar à beira-mar, o Deck do Ofurô continua sendo um local muito procurado pelos convidados da Ilha. Nesta temporada, o espaço foi decorado por Andrea Duarte (47). Tendo como tema a estilista Jeanne Paquin (1869–1936), ou Madame Paquin, como era mais conhecida, a arquiteta recriou um ambiente inspirado na época em que viveu a primeira mulher a se destacar como uma celebridade internacional no universo da moda. Para isso, Andrea usou o treliçado no biombo e nos demais móveis. “Madame Paquin recebeu uma forte influência do estilo art déco e passou isso para as suas criações no início do século XX”, contou ela. Entre as apostas da profissional estão as almofadas estampadas com as fotos da estilista e outras com tecido drapeado, lembrando as roupas que Paquin fazia. O vermelho, o preto e o dourado colorem vasos, adornos e esculturas, dando uma aura de sofisticação ao espaço aberto. “Queria ter colocado uns tecidos com estampa de dragões, outro momento forte da vida dela, mas não achei nada resistente às variações climáticas. Então, valorizei mais seu lado clássico”, acrescentou a arquiteta.
Deck da Praia by Roseli Müller
Um dos locais mais disputados no verão, o Deck da Praia ganhou uma exposição de biquínis. A partir de pesquisas sobre a trajetória do designer francês Louis Réard (1896–1984), um engenheiro que herdara da mãe a administração de uma indústria de lingerie, Roseli Müller (52) descobriu ter sido ele o criador do mais famoso traje de banho para mulheres, em 1946. A “Invenção do século XX”, como diriam anos depois, é mostrada em sete painéis de lona de cerca de 1,20m de comprimento, com modelos retrô, asa-delta, sunquíni e fio-dental. “A brincadeira é: quem estiver no mar vai poder ver a exposição porque a gente fez as telas quase do tamanho de um corpo padrão”, explicou. Para conforto dos convidados, o local ganhou dois enormes ombrelones, além de futons, espreguiçadeiras e namoradeira. “Como a ideia é sair da água e se jogar aqui, envelopamos as espreguiçadeiras e os travesseiros com toalhas”, conta ela, que apostou no tom azul. Conforto e despojamento são palavras-chave para o ambiente. “Afinal, estamos em uma Ilha, em Angra dos Reis. Para mim, um dos lugares mais bonitos do mundo”, afirmou.
Paisagismo by Adriana Fonseca
A paisagista Adriana Fonseca (51) executou o projeto do jardim inspirado em Jean René Lacoste (1904– 1996), famoso tenista francês que, em 1929, criou a grife que leva seu sobrenome. “Eu me surpreendi porque ele começou tudo de uma maneira bem informal, sem pretensão, e virou uma grande marca que todo mundo gosta, chique, despojada e bonita”, destacou ela. Brincando com o logotipo da marca, Adriana colocou no ambiente uma escultura de um crocodilo em aço corten. “E em sua boca pus uma flor vermelha em homenagem ao vermelho de CARAS”, disse a paisagista. Os dois ambientes do espaço são bem coloridos, representando os tons das camisas do homenageado. “As cores estão presentes nas flores, nos vasos e nas almofadas verde, lilás, turquesa...”, contou. As almofadas e o piso que leva à área de estar do ambiente também fazem referência a Lacoste pelo seu formato de bola de tênis. Outro destaque é o gazebo feito de alumínio com corda em pet preta. “Estar no jardim Lacoste é como estar na suprema maravilha, contemplando essa natureza de uma maneira extremamente agradável”, concluiu Adriana.
Spa by Denise Monteiro
Um Spa em meio às árvores e ao canto dos pássaros. Assim é o novo espaço na Ilha de CARAS, suspenso a 3m do chão por uma estrutura de eucalipto. O local tem deck, uma jacuzzi hi-tech ao ar livre, com som e sistema de cromoterapia, duas cabines de massagem e uma sala de estar. Tudo isso pensado pela estreante Denise Monteiro (55), que deu um toque de sofisticação inspirada no estilista nascido na República Dominicana e naturalizado norte-americano Oscar de la Renta, morto aos 82 anos em outubro deste ano. “Destaquei o romantismo dele”, resumiu Denise, valorizando flores no ambiente e elegendo o rosa pink como a cor predominante em seu projeto. Um dos destaques é a mesa rústica de tronco de madeira. “Valorizo bastante harmonizar o ambiente para criar um lugar confortável, acolhedor, mas que também fosse resistente às mudanças climáticas, à exposição ao sol e à chuva, sem perder o seu charme”, acrescentou ela, optando por materiais ecologicamente corretos para os acabamentos, como os 200 metros de sisal usados no guarda-corpo, a lona, que separa as salas de massagem, e as paredes de bambu.