Uma das marcas desta edição do Salone Internazionale Del Mobile é o retorno às formas orgânicas que fizeram sucesso décadas atrás. Porém, se os traços permanecem semelhantes ao que já vimos, sua tecnologia e aplicações surgem reinventadas. "Este é um momento de resgate do clássico. As formas e cores da infância estão voltando", diz Antonio Ferreira Junior, arquiteto. "Temos o old design, que é tradicional, buscando espaço no moderno", afirma.
Um dos ícones deste movimento, segundo Junior, é a Moooi. A marca holandesa de móveis aposta, por exemplo, em luminárias de formas tradicionais, mas em tamanhos gigantes, até mesmo com mais de três metros de altura, com estruturas aramadas finíssimas. "Isso só é possível graças às novas tecnologias", conta Junior. E uma vantagem das peças que unem o clássico e o moderno é a redução da chance de erro, já que, por serem mais tradicionais, estão mais adaptadas ao uso cotidiano.
Porém, elas também oferecem riscos estéticos. "Uma peça precisa fazer parte de um conceito. Dependendo da cor, por exemplo, parede, piso e iluminação precisam ser levadas em conta para valorizarem um ou outro aspecto", lembra o arquiteto. Ele acrescenta que "até a altura do pé-direito deve ser avaliada para a peça não ficar desproporcional". E Junior gosta de lembrar que o design não é como a matemática. "Não existe uma fórmula. Mas a melhor regra, se é que há uma, é usar a sensibilidade".