Em entrevista à CARAS Brasil, Dudu Barros levanta bandeira ao falar do Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ e debate sobre gordofobia
Fenômeno nas redes sociais, o influenciador digital Dudu Barros construiu uma carreira sólida como RP e é o nome por trás de eventos consagrados, entre eles: Quinta Sem Salto, festa que há 10 anos representa espaço de liberdade e já recebeu nomes do meio artístico.
Em especial para o Mês do Orgulho — um momento de celebrar as conquistas do movimento LGBTQIA+ e de lembrar a importância de continuar lutando por direitos e igualdade — a CARAS Brasil entrevista Dudu Barros, que reforça o marco desta data.
"Desde Stonewall, junho se tornou um mês muito importante para gente mostrar nossas vitórias, e também fortalecer ainda mais nossas lutas de classe e gênero, e aproveitar a visibilidade das marcas para tentar findar projetos, já que depois de junho muitas oportunidades já não existem mais", declara.
Dudu Barros fala das redes sociais e reconhece que tivemos avanços na sociedade sobre inclusão de influenciadores LGBTQIA+, mas que ainda há muita limitação e desigualdade de oportunidades reais de destaque.
"Ainda faltam tantos espaços, mas digamos que melhoramos muito, né? As empresas dão oportunidades de trabalhos, mas não são cargos de liderança. As publicidades fazem propaganda com a gente, mas não estampam a campanha principal. Estamos vivendo essa fase, conquistando espaço, mas ainda é pouco", reflete.
Abaixo, confira trechos editados da entrevista de Dudu Barros à CARAS Brasil, onde são abordados temas como o Mês do Orgulho, a tradicional Quinta Sem Salto, relação com o amor e papel do humor na sociedade.
Dudu, imaginava tamanha repercussão com o seu trabalho nas redes sociais?
Desde quando eu tinha apenas 10 mil seguidores, eu já fazia campanhas, fui escolhido pela Samsung ainda novo para fazer uma das primeiras ativações deles nas redes sociais do Brasil. E naquele momento eu entendi que os números nas redes sociais não são diretamente ligados à qualidade do que se encontra ali naquela rede. E foi assim que, ao invés de focar no número, eu foquei em manter um padrão de qualidade nas minhas redes, assim aumentando devagarzinho, mas sem me envolver em nada do que eu não acho legal.
E a Quinta Sem Salto? Poderia nos contar mais desta festa?
Eu sempre fiz festa, desde os meus 13 anos, na escola, eu já promovia encontros no playground do prédio e cobrava entrada dos colegas. Foi algo genuíno. A Quinta Sem Salto completa agora 10 anos, é como uma filha pra mim, e um Porto Seguro de diversão e cultura, valorizando sempre a diversidade e inclusão, e trazendo um pouco mais da energia do Nordeste para São Paulo.
Há dois anos atrás você teve grande repercussão nas redes sociais com um vídeo falando da falta de inclusão para pessoas gordas. Agora, depois de tanto tempo, em que ponto evoluímos?
Evoluímos? Não creio em evolução nesse caminho, eu sofro ainda preconceitos com a obesidade, e olhe que eu eliminei 40kg. Mas ainda por ser obeso, sofro bastante. A gente é discriminado o tempo inteiro, por amigos íntimos, por familiares, pela sociedade. O corpo gordo não é bem visto. Nesse vídeo mesmo eu falo sobre a sensação de quando você entra num avião comercial e TODOS te olham com rejeição. Torcendo para você não sentar do lado. É triste.
Qual o papel do humor na sua vida?
Eu passei por muitas dores, muitas perdas, e o humor foi uma das poucas coisas que me ajudou a me trazer de volta pro mundo. Eu nunca usei do meu humor como instrumento de trabalho ou algo do tipo, meu humor faz parte do meu íntimo mesmo. Eu sou assim, e eu nem me acho engraçado na verdade.
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