Luiz Felipe Mello teve cardiopatia congênita quando bebê e operou o coração com quatro meses. Hoje, conquista o público como o Júnior, filho de Morena, em 'Salve Jorge' e desbancou 680 crianças que concorriam ao papel.
Ser criança é bom demais e na época do Natal é melhor ainda. Que o diga o pequeno Luiz Felipe Mello (7) quando avistou o espaço natalino do Shopping Rio Design da Barra da Tijuca, no Rio. Os olhinhos do ator que interpreta Júnior, filho da Morena (Nanda Costa (26) de ‘Salve Jorge’, ficaram fascinados ao ver Papai Noel e a primeira providência foi falar com o bom velhinho. Bastante carinhoso, Lipe, como é chamado pela família, abraçou e beijou Papai Noel, já que nutre a crença pelo maior símbolo do natal. “Acredito em Papai Noel. Eu vi quando ele pegou a minha cartinha lá em casa, só que eu fiquei com medo e fui dormir no quarto da minha avó”, contou o garotinho em entrevista exclusiva para CARAS Online, antes de sair correndo para brincar no carrossel. Luiz Felipe pediu um boneco Max Steel de presente.
Ver o menino com toda energia é um orgulho para os pais e avós, que passaram por momentos delicados logo após seu nascimento. Com 15 dias de vida, ele foi diagnosticado com cardiopatia congênita, primeiramente tida como parcial. Após exames feitos nos meses seguintes, a condição foi dada como total e necessitava passar por uma cirurgia às pressas. “Ele operou o coração aos quatro meses. A cirurgia foi excelente, mas quando tiraram o aparelho, ele teve um broncoespasmo. Ficou em coma nove dias e a médica falou que se a gente tivesse religião, era para se apegar. E aí deu no que deu, essa criança maravilhosa, super inteligente”, lembra a avó materna, Rosana de Barros (45).
Passados os momentos de tensão, hoje o que Luiz Felipe precisa fazer é ir ao médico uma vez por ano para exame de rotina. Afinal, muitas coisas boas estariam por vir na vida dessa criança. Devido aos cuidados especiais que exigia e às responsabilidades profissionais da mãe, Juliana Mello (27), foi morar com a avó quando tinha um aninho e foi ela quem deu o pontapé inicial para a carreira artística do ator mirim. “Ele era uma criança muito tímida e criado por avós, então resolvi colocá-lo na Fundação Rio das Ostras de Cultura, onde ele começou a fazer teatro aos quatro anos. Me falaram que tinha talento e que iria longe, aí comecei a investir”, conta dona Rosana. A facilidade em decorar longos textos era o que mais chamava atenção, além da desenvoltura nas cenas.
Após ser escalado para o primeiro comercial, vieram vários outros em sequência. Até que chegou o teste pra a novela Salve Jorge, no qual Luiz Felipe Mello desbancou 680 crianças que concorriam para o papel. A palavra final foi de Nanda Costa, que definiu quem faria seu filho na trama, entre os dois candidatos aprovados no processo de seleção. “Ela me chamou e falou: ‘Gostei muito do seu neto. Ele tá aprovado’. Aquele momento foi maravilhoso, foi tudo para mim”, revela a avó coruja, que acredita que a iniciativa contribuiu muito para a sintonia dos dois, que existe também por trás das câmeras. “Gosto muito da Nanda. Ela é legal e brinca muito comigo. É uma mãe, só que de mentira. O mais legal é quando ela imita o Pato Donald e o Bob Esponja”, entrega o pequeno.
A partir dali, Lipe deu início a uma nova etapa na vida. Mudou-se de Rio das Ostras, litoral fluminense, para Irajá, na zona norte do Rio, para ficar mais perto do local das gravações, teve que sair do inglês por conta do ritmo da novela e entrou numa escola nova, perto de casa. Está bem adaptado ao sucesso. “Na escola todo mundo quer conversar comigo, ficam gritando pedindo para tirar foto. Já dei mais de mil autógrafos”, revela, com toda imaginação permitida para uma criança que completou sete anos de vida há três meses.
A rotina mudou, mas ele continua o mesmo menino alegre, inteligente e muito vaidoso. Não dispensa o anel que ganhou da avó na formatura da escola, o relógio que troca pulseiras e os óculos escuros. “Gosto de me arrumar porque gosto de ficar muito bonito. Para ficar mais bonito, só falta eu ficar musculoso, igual meu pai, e grande, do tamanho do meu tio”, conta Lipe, arrancando boas risadas de quem estava por perto.
A avó prefere não dizer que Luiz Felipe é um menino prodígio apesar de ele tirar só notas altas na escola, decorar grandes textos com facilidade e, descoberto mais recentemente, ter afiado dom musical. “Desde pequenininho ele via o avô tocar instrumentos. Então, há pouco mais de dois meses, resolvi dar uma flauta doce de presente e ele começou a tirar notas sozinho. Coloquei na aula de música e hoje ele toca flauta transversal. A cada aula, vem com uma canção nova”, destaca a avó Rosana.
Pelo visto, o talento de Lipe vai além da dramaturgia. Quem espera escutar uma resposta, no mínimo previsível, sobre seu gosto musical, pode levar um susto. “O que mais gosto de tocar é ‘Sinfonia de Beethoven’”, revela Lipe, com a inocência de uma criança.