Em entrevista à CARAS, Thalita Zampirolli fala sobre projeto no cinema internacional e representatividade para comunidade trans
A atriz Thalita Zampirolli (31) está mega empolgada para representar o Brasil em seu primeiro trabalho no mercado de cinema de Hollywood, nos Estados Unidos. Em entrevista à CARAS Brasil, a famosa revelou detalhes dos bastidores da produção, a qual ela aponta como uma "oportunidade única".
Thalita foi escalada para fazer parte do curta chamado The Roommate, dirigido por Fabio Anffe, que já tem estreia marcada para agosto deste ano, quando entrará para os festivais internacionais de cinema nos EUA.
"O convite surgiu através de uma grande amiga que já trabalha com cinema. Ela me ligou e disse que tinha uma grande oportunidade para mim e que me imaginou dando vida a Samantha, a corretora de imóveis que interpreto. Eu topei na mesma hora", disse ela, que agora se tornou a primeira atriz trans brasileira a entrar no mercado americano.
Em sua preparação para a personagem, Thalita entrou em contato com alguns corretores da região, para arrasar no novo trabalho: "Era uma oportunidade única. Eu não queria fazer feio. Na verdade eu sempre me dedico muito e me entrego de corpo e alma em tudo que me proponho a fazer".
"Para viver a Samantha eu falei com várias corretoras de imóveis, eu queria entender o mundo profissional delas, como eram os trâmites de venda e aluguel de propriedades, cheguei a acompanhar de perto o trabalho. Não é fácil, são verdadeiras guerreiras", completou.
Formada pela escola de teatro de Wolf Maia, Thalita, que já atuou em algumas novelas da TV Globo como A Força do Querer e Malhação, tem aproveitado a experiência para conseguir absorver tudo o que tem de melhor.
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"Eu estou na Capital do Cinema, aqui tudo acontece e o mundo inteiro reproduz. Tenho aprendido bastante com os produtores, diretores. Não perco a oportunidade de aprender quando estou diante de tanta tecnologia e de excelentes profissionais", declarou.
Depois de ser escalada para um projeto internacional, Thalita Zampirolli refletiu sobre as mudanças que a indústria brasileira tem promovido ao abraçar cada vez mais a diversidade. A famosa avaliou como positiva a presença cada vez mais comum de pessoas trans em produções nacionais.
"Eu acho esse movimento importantíssimo. As pessoas precisam entender, aceitar e respeitar a gente. Podemos ocupar qualquer espaço desde que tenhamos capacidade de estar ali. Minha luta é para que todas as trans não tenham medo de ser quem são e acreditem nos próprios sonhos. Eu acreditei em mim e por isso estou aqui hoje. Ninguém tem o poder de parar uma mulher trans", declarou.
Destinada a realizar seus sonhos enquanto atriz, Zampirolli agora segue feliz de poder representar a comunidade trans fora de seu país de origem. "Com respeito, humildade e muita preparação profissional podemos chegar aonde quisermos. Fico feliz em abrir portas para outras mulheres trans que, com certeza, virão depois de mim. A arte pode salvar vidas", afirmou.
E continuou: "Sonho em ser reconhecida dentro e fora do meu país através da minha arte. Não é uma trajetória fácil, mas eu venho me preparando muito para isso".
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