Meryl Streep sobre seu terceiro Oscar: "Estou testando a tolerância"

Vencedora na categoria de Melhor Atriz no Oscar 2012, confirmando todos os prognósticos da premiação, a atriz Meryl Streep (62) voltou para casa na noite deste domingo, 26, sua terceira estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas por sua atuação no filme A Dama de Ferro, em que viveu a importante tarefa de interpretar Margaret Tatcher (68), a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha. Vestindo um par de sapatos Ferragamo, marca favorita de sua biografada, Meryl Streep entrou em coletiva de imprensa após o evento e contou tudo sobre a felicidade e a responsabilidade de viver Margaret Thatcher.

Após discurso emocionado no púlpito do Oscar, em que agradeceu cheia de emoção ao marido e aos colegas de trabalho, Meryl contou sobre a experiência do reconhecimento nesses 30 anos de contribuição ao cinema e revelou: “Estou testando a tolerância”, afirmou referindo-se ao fato de ter ganhado três vezes o prêmio de melhor atriz ao longo de sua carreira.

“Foi emocionante! Achei que estivesse tão velha e com a imagem já gasta para isso, mas quando chamam seu nome, é como se você caminhasse para uma luz branca. Foi como se eu tivesse voltado a ser criança. Eu era uma menina quando ganhei um Oscar pela primeira vez, 30 anos atrás. Duas das concorrentes deste ano não tinham nem nascido! Então foi incrível”, comentou ainda emocionada com a conquista.

Interpretar uma pessoa de vida pública e relevância mundial como Margaret Thatcher não é uma missão simples, segundo Streep. É preciso dedicação e envolvimento, e parte de seu processo de criação do personagem foi incorporar sua maneira de enxergar o mundo.

“Em certo ponto do processo de criação deste personagem, eu já estava envolvida, de alguma forma na minha cabeça e no meu coração, com as preocupações e interesses dela, seu zelo, sua missão, seu senso de justiça e tudo isso. No momento em que tínhamos conseguido a fisionomia certa, comecei a me acostumar com a ideia de não olhar para uma Margareth Tatcher no espelho e pensar que fosse eu”, revelou a atriz, que não teve contato com Thatcher durante sua pesquisa para o papel.

Troféu relacionamentos

Com mais de trinta anos de uma carreira intensa, emendando um trabalho após o outro, a atriz contou que sempre correu muito para administrar sua vida profissional e o dia-a-dia com sua família. “Mesmo quando ainda era jovem e sem dinheiro, trabalhava direto durante quatro meses e ficava desempregada de novo. Então meus filhos nunca sabiam quando eu estaria em casa. Isso foi muito valioso, mas é uma luta contínua. As mulheres têm de fazer tudo isso. E também, quanto mais flexível o trabalho fica, mais os pais se envolvem”.

Defensora dos direitos das mulheres, Meryl contou sobre seu novo projeto: a criação de um museu que remonte a contribuição feminina ao longo da história do mundo. “Existem muitas histórias que ainda não foram escritas sobre a contribuição da mulher em nosso país e em torno do mundo. Durante muitos anos, a história não se interessou por nós, então acho que seria muito inspirador para as pessoas conhecer um centro de informações onde se pudesse aprender isso”, declarou.

Famosa em Hollywood por sua boa relação com os colegas de trabalho, Meryl Streep saiu da cerimônia ainda mais feliz após a premiação de seu amigo de longa data, o maquiador e figurinista Roy Helland, na categoria Maquiagem. “Foi duplamente maravilho porque Roy Helland ganhou o prêmio de Melhor Maquiagem ao lado de seu também colega Mark Coulier, criador de próteses, que ganhou não por ter criado um grande monstro, mas por fazer um ser humano. É uma escolha muito incomum nesta categoria, fiquei muito orgulhosa por eles”, afirmou

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