EM BARILOCHE, ATRIZ DÁ A SUA RECEITA DE VIDA: BOM HUMOR E AUTENTICIDADE
Redação Publicado em 30/08/2007, às 11h45
por Daniela Cardarello
Depois que fechou contrato com a Record, a atriz Angelina Muniz (52) tem apresentado muito mais do que fôlego para engatar uma novela atrás da outra. O talento da ex-atriz global foi comprovado uma vez mais em Bicho do Mato, que acabou em março. E, desde terça, 28 de agosto, ela vem brilhando em Caminhos do Coração, na qual vive uma das protagonistas, Cassandra. Mas Angelina não conquistou o sucesso apenas na vida profissional. Casada há 23 anos com Walter Zagari (55), superintendente comercial da Record, e mãe da cantora Aline Muniz (23) - da relação com o economista João Luiz Ramos (55) -, a atriz afirma, cheia de orgulho, que é uma mulher feliz. Foi justamente sobre a conquista desta felicidade que a atriz falou durante a primeira temporada CARAS/NEVE, em Bariloche. Nos Andes argentinos, Angelina mostrou-se como realmente é: bem-humorada, autêntica e vaidosa. "Estou me sentindo superbem. Agora, para manter meu peso, um dia chuto o balde e no outro fecho a boca. E vem dando certo assim", ensinou ela, que, após perder oito quilos, está pesando 57.
- Você nunca teve vontade de ter filhos com o Walter?
- Tivemos. Mas sofri com uma complicação e precisaria fazer um tratamento. Então, ficamos com preguiça. Já estávamos numa fase tão boa com Aline. Perguntei ao Walter: "Vamos começar tudo de novo?" Ele respondeu: "Aline é minha filha, já peguei pronta, está perfeito, não quero mais". Então desencanamos.
- Qual é a fórmula para manter um casamento por 23 anos?
- Sabe que às vezes sentamos para conversar sobre isso? Não entendemos. A teoria dele é que tem muita paciência para me aturar (risos). Eu cheguei à conclusão de que cansei de casar. Então, acho que são as duas coisas associadas (risos). Walter é uma pessoa absolutamente paciente. Eu sou estourada; pão-pão, queijo-queijo. Mas com o tempo aprendemos a abstrair. Ele tem sua vida e eu, a minha, nos juntamos quando é bacana. Moramos em São Paulo, ele é completamente paulista. E eu, carioca. Não sei como funciona, não sei qual é a química. Ele é muito ciumento, mas acho que aprendeu a conviver com o assédio, com as pessoas que me cercam. Já falei, uma coisa é chegar, outra é ultrapassar. Quando um não quer, não tem jeito. Estou bem, ótima onde estou, com quem estou, sou feliz.
- E você se sente incomodada com o assédio?
- Agora não. No começo foi difícil. Não podemos brigar com as pessoas. Me faço de boba, brinco muito. Porque os homens gostam de mulher bobinha, e eu de bobinha não tenho nada. E isso já assusta bastante.
- Você está encontrando o seu equilíbrio com o passar dos anos?
- Cada vez mais. Eu era um país em guerra. Muito briguenta, tudo me irritava. Tive a fase do obaoba, porque não programamos as coisas, elas acontecem e você vai tendo que lidar com elas de forma muito rápida. O que melhorou muito foi o índice de tolerância. Eu era muito estressada por perfeição. Agora já aprendi a relaxar um pouco. Não esquento mais a cabeça, aprendi a me desapegar de certas coisas.
- As coisas materiais são importantes na sua vida?
- São a partir do momento que me dão prazer, mas não viro escrava delas. É muito confortável chegar a uma posição financeira em que você possa comprar o que quiser. Mas se não tiver também, não muda nada. Não tinha nada, agora tenho tudo. Esse processo do nada ao tudo valeu muito para mim, me construí sozinha. Meu marido é igual, também não tinha nada.
- Você está num momento da carreira em que pode escolher os seus projetos?
- Posso. Tanto é que no ano que vem tenho um projeto para teatro. Não tenho paciência para fazer tudo junto. Em alguns momentos da vida já me vi embolando televisão, teatro, cinema... Mas não gosto. Acho legal me dedicar a uma coisa de cada vez. O público vai lembrar de você, ele lembra de mim fazendo assarincado, há 20 anos. E por que não vai lembrar daqui a um ano? Existe nos atores um medo de ser esquecido.
- O que a tira do sério?
- Prepotência. Sabe quando tem alguém em um nível profissional ou econômico mais elevado e essa pessoa quer pisar nos que estão embaixo? Não sei se existe um nome, mas me incomoda. E a soberba.
- O que mudaria em você?
- Não vou ser nunca perfeita. Às vezes, pessoas estão falando comigo e eu não presto atenção. Deveria ser mais paciente.
Agradecimento: Loja de Inverno.
FOTOS:CADU PILOTTO, MARTIN GURFEIN E MARGARETH ABUSSAMRA
Este site utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar sua experiência. Ao continuar navegando, você aceita as condições de nossa Política de Privacidade